«(…) Esse método trará à tona a influência de organizações secretas na dinâmica revolucionária de cada revolução e mostrará que as organizações secretas usaram a revolução como força motriz da moderna história ocidental com o objectivo de chegar a uma sociedade melhor. Revelará também que as utopias revolucionárias têm a infeliz propensão de terminar em massacre e que todas as revoluções fazem parte de um único movimento revolucionário mundial, comprometido com a criação de um governo mundial. Em todas essas revoluções, a mudança parece vir de dentro da própria nação. No entanto, sem excepção, todas foram geradas de fora, por organizações secretas localizadas além das fronteiras de cada nação. Sem excepção, todas essas revoluções foram tramadas e financiadas no exterior. Será que há conspiradores e financiadores recorrentes? Há um padrão? Quais são as organizações secretas que conceberam e orquestraram as revoluções do passado? Será que todas as revoluções a partir de 1776, de 1453, na verdade, têm uma fonte de inspiração comum? Algumas de nossas conclusões serão surpreendentes e os leitores são aconselhados a não tomar partido antes de assimilar o quadro inteiro, todas as evidências (corroborativas e circunstanciais) que serão expostas ao seu exame, para não formar opiniões apressadas demais. Em todas as nossas revoluções veremos que a visão oculta (literalmente escondida da Igreja e portanto herética) degenera no momento em que é transposta para a realidade física. Vezes seguidas, encontraremos, lado a lado, uma visão nobre do homem e um arsenal de execução sistemática, como por exemplo a guilhotina. Parece que uma visão idealista, que é utópica e contrária a uma determinada classe social, contém em si um lado obscuro, que alcança seus fins matando e é inspirada pelo lado sombrio da psique humana. Como veremos, a visão utópica e o massacre são igualmente trazidos pelas organizações secretas inspiradoras das revoluções. As raízes da Nova Ordem Mundial podem ser encontradas no desmantelamento da velha Europa Católica, e é a Reforma e o seu efeito sobre o mundo elisabetano que examinaremos primeiro, uma revolução que influenciou utopistas nos 550 anos seguintes.
A Revolução Protestante
Os merovíngios tinham uma Doutrina
Secreta (também chamada de Grande Plano) que reivindicava em parte a
criação de um Trono Universal na Europa [...]. O ocupante do Trono Universal
deveria [...] possuir a Lança do Destino; [...] e também ser o Sagrado
Imperador Romano; e [...] ter o título de Rei de Jerusalém [...]. O Plano começou...,
depois que o Priorado de Sião se separou oficialmente dos Templários em 1188
[...]. Os merovíngios planeavam diminuir a influência da Igreja através de
[...] uma tradição clandestina [...] que encontrou expressão no pensamento hermético
e esotérico, como nas sociedades secretas rosa-crucianas e franco-maçónicas.
Tomada
como um todo, a Reforma, que durou de 1453 a 1603 e foi um movimento muito mais
religioso do que político e social, se resumiu numa revolução contra o Papado
com o objectivo de reformar a Igreja. Buscava transformar todos os europeus em
protestantes, que desprezariam a Igreja corrupta. Para entendê-la plenamente,
temos que buscar a sua origem nos cátaros, que resistiram ao Papado nas suas
fortalezas no sul da França, sendo esmagados por forças papais no século XIII.
E também em Mani, o fundador do Maniqueísmo no século III d.C.: influenciado
pelo cabalismo, ele inspirou a visão cátara.
A Revolução Cátara
A rebelião cátara contra a Igreja Católica retomou o Maniqueísmo
dualista. O
dualismo vê e descreve o Universo e a criação em termos de um conflito de
opostos: Luz e Trevas, forças da Luz e forças das Trevas, bem e mal. O dualismo
herético iraniano do século III d.C., o Zoroastrismo, ensinava que as Trevas
eram um Demiurgo responsável pela criação material, incluindo o homem. Ele tinha
os próprios Anjos das Trevas, demónios que podiam ser invocados e aplacados com
a aplicação das leis de Ahriman, o deus iraniano das Trevas, ou pela magia, um
nome que vem dos magos zoroastristas. As trevas eram cocriadoras e havia,
assim, dois criadores. Com isso, a unidade do conhecimento espiritual era
abalada e o mal era exaltado. Nesse mundo dualista (como ele o via) surgiu o
líder maniqueísta Mani, o Iluminador, o Apóstolo da Luz, para
ensinar regras ascéticas aos Eleitos que combateriam as Trevas». In
Nicholas Hagger, A História Secreta do Ocidente, 2005, Editora Cultrix, 2011,
ISBN 978-853-161-103-2.
Cortesia de ECultrix/JDACT
JDACT, Nicholas Hagger, Literatura, Narrativa,