(1736-1816)
Pádua, Itália
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Domenico Agostino Vandelli formou-se em Filosofia pela Universidade de Pádua e foi convidado pelo Marquês de Pombal (1699-1782), para integrar o corpo docente que iria leccionar matérias científicas no Real Colégio dos Nobres. Terá chegado a Portugal em 1764. No entanto, uma vez que o ensino científico no Colégio dos Nobres não teve o sucesso que se pretendia, foi em seguida convidado, no âmbito da reforma da Universidade de Coimbra, para ocupar um lugar na Faculdade de Filosofia, onde foi nomeado lente de Química e de História Natural. Ficaria também responsável pela selecção do local da implantação do Jardim Botânico, do estabelecimento do Laboratório Químico e do Museu de História Natural da Universidade de Coimbra.
Por volta de 1780 apresentou à Universidade um projecto de estabelecimento de uma fábrica de louça no Rossio de Santa Clara de Coimbra. Esta fábrica tornou-se famosa pela qualidade da sua louça, que ficou conhecida por «louça de Vandelles». A Vandelli foi concedido o privilégio exclusivo da louça produzida.
Em 1787 foi viver para Lisboa, onde se tornou o primeiro director do Jardim Botânico da Ajuda, sendo nomeado Deputado da «Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação destes Reinos e seus Domínios». Continuou a ser director do Laboratório Químico da Universidade até 1791, apesar de estar ausente de Coimbra.
Durante as invasões francesas, entre 1807 e 1811, foi acusado de ser afrancesado e em 1810, com 80 anos, foi preso e deportado para a Ilha Terceira, Açores, juntamente com outros suspeitos, no que ficou conhecido como a Setembrisada. Mais tarde foi-lhe concedida autorização para se deslocar para Inglaterra, de onde regressou em 1815.
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Actividade Científica
Foi membro de várias academias científicas, tendo participado activamente na criação da Real Academia das Ciências de Lisboa, onde apresentou diversas memórias relativas à Agricultura, à Indústria e à Economia. Trocou correspondência com vários cientistas estrangeiros, entre os quais o mais conhecido é Carl Lineu (1707-1778).
Elaborou os planos do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, em conjunto com João António Dalla-Bella (1726-c.1823), físico italiano que, tal como Vandelli, foi convidado para a Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra. Em Coimbra ocupou-se principalmente do Museu de História Natural e do Jardim Botânico, deixando sempre para segundo plano da sua actividade o Laboratório Químico, do qual era director.
http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/e65.html (A História Natural ao serviço de uma estratégia económica)
Algumas publicações:
- Dissertatio de arbore Draconis, seu Dracœna. Accessit disserta tio de studio Historioe Naturalis necessario in Medicina, Economia, Agricultura, Artibus et Commercio. Olissipone, apud. Ant. Rod. Galliardum 1768.
- Fasciculus Plantarum cum novis generibus et speciebus. Ibi, ex Typ. Regia 1771.
- Memoria sobre a utilidade dos Jardins Botanicos. Lisboa, na Regia Offic. Typ. 1770.
- Diccionario dos termos technicos de Historia Natural, extrahidos das obras de Linnêo, com sua explicação e estampas abertas em cobre, para facilitar a intelligencia dos mesmos, Coimbra, na R. Of fic. da Univ. 1788.
- Memoria sobre a utilidade dos Jardins Botanicos. Coimbra, na R. Of fic. da Univ. 1788.
- Nas Memorias economicas da Academia Real das Sciencias de Lisboa para o adiantamento da agricultura das artes e da industria em Portugal e suas conquistas.
- Florae lusitanicae et brasiliensis specimen … et epistolae ab erudits viris. Carolo a Linné, Antonio de Haen ad Dominicum Vandelli. Conimbricae: Ex Typ. Academico-Regia, 1788.
- Viridarium Grisley lusitanicum, linnaeanis. Olisipone: Typ. Regalis Academiae Scientia, 1789.
Domenico Agostino Vandelli foi um naturalista italiano, muito importante para o desenvolvimento da história natural e da química em Portugal nos finais do século XVIII e princípios do século XIX». In Fernando Reis, Instituto Camões.
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