«(…) À esquerda encontra-se um
grupo de figuras, onde se inclui o paralítico, sentado, que olha para Jesus,
cuja mão se eleva num gesto de benção, encontrando-se um homem atrás a observar
a cena e um outro à frente, em contraponto. O homem parece estar deitado na sua
cama, ou seja, a enxerga de que fala São João. Atrás ergue-se uma espécie de
pórtico, formado por duas pilastras a que se adoçam duas esculturas, suportando
as primeiras o entablamento, onde assentam as urnas laterais e os querubins que
se apoiam no brasão central, sem representação de armas e com uma curiosa
cabeça de pato a rematá-lo. É um dos cinco pórticos referidos no Evangelho,
onde o paralítico jaze há já trinta e oito anos. Na paisagem fundeira,
distingue-se uma piscina, e três figuras junto dela, tal como um anjo. Se esta
zona foi pintada com pinceladas mais ténues, para dar a ilusão de perspectiva,
a cena em primeiro plano ganha maior destaque pelo enquadramento do pórtico,
que enquadra a figura de Jesus.
Na nave, o painel de grandes
dimensões ilustra Daniel na cova
dos leões, e é uma alusão a dar de comer aos famintos. A
cartela assim o corrobora, ainda que o algarismo final do versículo não esteja
pintado: FER PRANDIUM QUOD HA BES, INBABILONEM DANIELI QI EST IN LACU LEONU
Daniel Cap. 14 v: Porém, um anjo do Senhor disse-lhe: Levas esta refeição à
Babilónia, a Daniel que se encontra na cova dos leões. Tal como no painel
anterior, o pintor parece obedecer rigorosamente ao relato bíblico. Ao
recusar-se a venerar outro Deus que não o Senhor (Bel que Daniel destruiu, e um
dragão que Daniel matou sem armas), Daniel acabou por ir parar à cova dos
leões, para ser devorado por estes. Mas Deus enviou-lhe o profeta Habacuc, da
Judeia, com a refeição destinada aos ceifeiros que trabalhavam no campo.
Transportado por um anjo, alimentou Daniel que escapou incólume aos sete leões,
ganhando assim o respeito do Rei, que uma semana depois esperava encontra-lo morto.
Num cenário natural, mas com grutas construídas e cavernas, em arcos de volta
perfeita, Daniel, enleado nas suas vestes e numa posição estranha, com a perna
muito cruzada sobre a outra, estende as mãos para cima, para aceitar a comida
do profeta». In Maria do Rosário Cordeiro Carvalho, Igreja da Misericórdia de Olivença,
Caso de Estudo, Wikipédia.
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