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Casa-Museu Passos Canavarro enriquece Santarém
«A nova Casa-Museu Passos Canavarro foi inaugurada ontem (dia 17), e ficará aberta ao público de terça-feira a domingo e com possibilidade de visitas guiadas às 11h00 e às 15h00.
A exemplo do que vai acontecer em muitas das visitas guiadas, os visitantes terão o privilégio de ter como anfitrião o trineto de Passos Manuel, que continua a habitar parte da casa com o filho e a nora. Pedro Canavarro transforma a visita à casa numa lição de história e de arte.
Cortesia de cmpassoscanavarro
É aqui que estão as marcas da sua passagem por várias partes do mundo, com destaque para o Japão, onde foi leitor de português entre 1966 e 1968 e a cuja cultura se rendeu, e das amizades que cimentou com várias personalidades das artes e da cultura. Foi pela amizade a Pedro Canavarro que a artista plástica de origem francesa Mimi Fogt, falecida em 2005, doou à Fundação Passos Canavarro a colecção de pintura, retratos, paisagens e nus, que é possível ver na ala voltada para o Jardim das Portas do Sol agora transformada em galeria de arte.
«O que mais procuro com esta Casa Museu é que, não nos sentindo provincianos, porque também estamos, pelos materiais existentes, perspectivados, ao nível da arte e da cultura, para a globalização, tão importante no momento actual, sabemos que tudo isto se situa num chão que também é nosso e portanto podemos voar porque sabemos donde partimos, podemos partir à aventura porque sabemos onde regressar», disse Pedro Canavarro. A imagem que melhor ilustra esta frase é mostrada por Pedro Canavarro do terraço onde Garrett se maravilhou com a paisagem do Tejo e da vasta Lezíria.
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A Casa Museu foi construída sobre três vectores principais:
- o histórico, ligado ao facto de a alcáçova ter sido o paço real de D. Afonso Henriques,
- o político, associado ao legado de Passos Manuel, grande figura do liberalismo português da primeira metade do século XIX e associado a importantes reformas na educação e na administração,
- e o literário, imortalizado no livro que Almeida Garrett escreveu em 1846, retratando a guerra entre absolutistas e liberais.
A entrada é feita através do jardim ladeado da igreja da Alcáçova, mandada construir por D. Afonso Henriques que aqui instalou a residência real, depois de conquistar Santarém, em 1147. Da história da casa destaca-se o ano de 1841, em que Passos Manuel e sua mulher Gervásia de Sousa Falcão adquiriram estas casas que foram imortalizadas por Almeida Garrett nas «Viagens Na Minha Terra». Ficou célebre a descrição que fez da paisagem sobre o Tejo e a Lezíria:
- « … Saltei da cama, fui à janela, e dei com o mais belo, o mais grandioso, e, ao mesmo tempo, mais ameno quadro em que ainda pus os meus olhos».
Cortesia de tintafresca
Criada em 2000, a Fundação Passos Canavarro – Arte, Ciência e Democracia tem desenvolvido diversas acções nos campos da arte, da ciência e da democracia, afirmando-se na cidade de Santarém, na região e no país. Em 2010 tiveram início as obras de restauro e recuperação da sua sede, tendo como objectivo principal a adaptação do histórico edifício a Casa-Museu. As obras a que a casa foi submetida foram equacionadas de modo a que os espaços se tornassem polivalentes. Um espaço expositivo – como por exemplo a Sala do Piano / Pedro de Sousa – foi pensado de modo a ter várias valências: realização de recitais de piano, leitura de poesia, conferências, etc. Mas estes espaços poderão também ser utilizados para a promoção, apresentação e comercialização de serviços e produtos, como sejam vinhos, azeites, livros, etc. O mesmo critério aplica-se ao aproveitamento da Casa de Jantar, das Salas e do terraço de onde se desfruta a paisagem da lezíria do Tejo». In Casa-Museu Passos Canavarro.
Com a amizade de RR.
Cortesia da Casa-Museu Passos Canavarro/JDACT