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Com a devida vénia a Ricardo Garcia
Estudo divulgado pela revista “Nature”. O buraco na camada de ozono chegou ao Árctico
«O chamado “buraco” na camada de ozono, que normalmente se forma sobre a Antárctida, está agora a ser observado também sobre o Árctico. Uma investigação publicada «online» pela revista “Nature” revela que, pela primeira vez desde que há medições do ozono, houve sobre o Pólo Norte uma rarefacção da camada de ozono comparável à que há normalmente no Pólo Sul. A camada de ozono protege a Terra da radiação ultra-violeta. Mas determinados gases – especialmente compostos sintetizados industrialmente contendo cloro e bromo – destroem as moléculas de ozono na alta atmosfera. Este fenómeno é mais acentuado na Primavera polar na Antárctida, entre Setembro e Novembro.
Dados analisados por uma equipa liderada por cientistas do Laboratório de Propulsão a Jacto, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, revelam que, no princípio deste ano, a redução na concentração de ozono estratosférico sobre o Árctico – a 18-20 quilómetros de altitude – superou os 80 por cento.
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“Os nossos resultados mostram que buracos no ozono Árctico são possíveis mesmo com temperaturas mais amenas do que na Antárctida”, diz o resumo do estudo, referindo-se ao facto de as temperaturas polares no Sul serem normalmente mais baixas do que no Norte. O estudo associa as baixas concentrações de ozono a longos períodos de frio no Árctico. “Os invernos na estratosfera do Árctico são muito variáveis, alguns são quentes, outros são frios. Mas nas últimas décadas, os invernos frios têm-se tornado cada vez mais frios”, disse Michelle Santee, uma das autoras principais do estudo, citada pela BBC. A causa principal do buraco na camada de ozono tem vindo a ser combatida desde o final da década de 1980, com tratados internacionais que baniram o uso de determinados compostos clorados, utilizados, por exemplo, em frigoríficos e extintores de incêndio. Mas apesar da sua fabricação e uso terem caído a níveis irrisórios, as suas concentrações históricas na estratosfera ainda não baixaram o suficiente. Na Antárctida, estima-se que a camada de ozono regressará aos seus níveis pré-industriais apenas por volta de 2050». In Ricardo Garcia, Público.
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