(1809-1891)
Paris
Cortesia de olympia1865
«Responsável pela transformação urbana de Paris, que converteu a antiga cidade medieval numa capital moderna e funcional, o ‘barão’ Haussmann foi uma figura controversa ao serviço do Segundo Império. Os custos da sua enorme empresa, não só económicos, mas sobretudo sociais, granjearam-lhe tantas críticas como elogios ao seu sucesso.
Criador da Paris moderna, para uns, destruidor da antiga, para outros, a verdade é que há na história da capital francesa um antes e um depois da actuação urbanística de Georges Eugène Haussmann, nascido nesta cidade a 27 de Março, numa casa que não hesitou em demolir para levar a cabo o seu plano de reformas. Era filho de Nicolas Valentin Haussmann, comissário de Guerra e intendente militar de Napoleão I, e de Ève Marie Dentzel, filha do general e deputado da Convenção Georges Dentzel, barão do Império.
Enquanto seu único descendente varão, Haussmann adoptou abusivamente o título de barão, apesar de não ter sido oficializado, e viveu legalmente como um mero Sr. Haussmann. No entanto, nas suas “Memórias (1890-1891)”, um documento importante para se conhecer a história do urbanismo de Paris e a cuja redacção dedicou os últimos anos da sua vida, Haussmann justificou o uso do título de barão baseando-se num decreto pelo qual o imperador Napoleão III o outorgou, em 1857, a todos os senadores.
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Foi o principal homem de Estado do Segundo Império, Victor de Persigny, que apresentou Haussmann a Napoleão III. O imperador nomeou-o perfeito do departamento do Sena a 22 de Junho de 1853, sucedendo a Claude P. Barthelot, conde de Rambuteau, e a Jean J. Berger, com a tarefa de reurbanizar Paris, seguindo o exemplo de Londres após o incêndio de 1666, já transformada numa moderna capital industrial.
Haussmann estudara no colégio Henrique IV e no Instituto Condorcet de Paris, e posteriormente terminou o curso de Direito, que concertou com os estudos de música no Conservatório da capital francesa. Casou-se em 1838 em Bordéus com Octavie de Laharpe, de quem teve duas filhas, Henriette e Valentine. Em 1831, foi designado secretário-geral da perfeitura de Vienne, em Poitiers, e no ano seguinte subperfeito de Yssingeaux. Antes de se estabelecer em Paris com a instauração do Segundo Império. Grande parte da estrutura e estética da Paris moderna é fruto do plano de reforma que Haussmann dirigiu.
NOTA: As contas fantásticas de Haussmann. Em 1865, foi aprovado um empréstimo de 250 milhões de francos para o plano de Haussmann, e outro de 260 milhões, em 1869. Estes valores representavam apenas uma parte dos excessos financeiros do ambicioso projecto . Jules Ferry, um forte opositor do Segundo Império e posteriormente uma importante figura da Terceira República, acusou o barão na sua obra ‘As Contas Fantásticas de Haussmann, numa alusão a “Os Contos Fantásticos de Hoffmann”, de ter gasto 1.500 milhões de francos. O governo de Émile Ollivier destituiu Haussman pouco antes da queda de Napoleão III. Os sues métodos pouco democráticos e as duvidosas manobras financeiras também foram criticados põe Émile Zola no seu romance “La Curée”.
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As grandes avenidas como:
- o Boulevard de Sébastopol e o de Saint Michel ou a rue du Rivoli;
- núcleos de ordenação radial como a Place de L’Étoile, actualmente de Charles de Gaulle, e a da Ópera;
- grandes zonas verdes e parques, como o Bois de Bologne e o de Vincennes;
- pontes novas e renovadas sobre o Sena como as de Saint Michel, dos Invalidos e L’Alma;
- o sistema de canalizações e esgotos;
- as típicas fachadas dos edifícios modernistas são alguns dos traços emblemáticos da sua obra urbanística.
O seu cargo ao serviço da transformação urbana de Paris concedeu-lhe o lugar de senador em 1857 e de membro da Academia de Belas Artes em 1867. Também lhe foi concedida a Grã-Cruz da Legião de Honra, em 1862. Depois da queda do Segundo Império em 1870, Haussmann foi deputado bonapartista por Ajácio durante a Terceira República.
Morreu em Paris e foi sepultado no cemitério Père Lachaise». In Gayban Grafie, ISBN 978-989-651-085-5.
Cortesia de Gayban/JDACT