sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A Cidade Subterrânea de Derinkuyu. Turquia. Capadócia. «A cidade beneficiava da existência de um rio subterrâneo; tinha poços de água e um magnífico sistema de ventilação para que o ar entrasse e percorresse todos os níveis, até aos mais inferiores. A temperatura ambiente variava em torno dos 13°C, independente da temperatura do ar à superfície. Daí que poderia ter servido de refúgio durante alguma era glacial»



Cortesia de wikipedia

«Em 1963, um habitante de Derinkuyu na região da Capadócia, Anatólia Central, Turquia, ao derrubar uma parede da sua casa, descobriu que por detrás da mesma se encontrava uma misteriosa habitação que nunca tinha visto; esta habitação levou-o a outra e esta a outra e a outra…
Por casualidade tinha descoberto a cidade subterrânea de Derinkuyu, cujo primeiro nível foi escavado pelos “hititas” cerca de 1400 a. C.. Estima-se que a cidade começou a ser abandonada por completo por volta do século VIII.
Os arqueólogos começaram a estudar esta fascinante cidade subterrânea abandonada. Conseguiram chegar aos 40 metros de profundidade, acreditando-se contudo que chegue aos 85 metros.



Cortesia de efecosta

Actualmente, já se descobriram 20 níveis subterrâneos. Só podem ser visitados os 8 níveis superiores; os restantes estão parcialmente obstruídos ou reservados aos arqueólogos e antropólogos que estudam Derinkuyu.
A cidade foi utilizada como refúgio por milhares de pessoas que viviam no subsolo para se proteger das frequentes invasões que sofreu a Capadócia, nas diversas épocas da sua ocupação, e também pelos primeiros cristãos.
Os inimigos, conscientes do perigo que corriam ao introduzir-se no interior da cidade, geralmente tentavam que a população viesse à superfície envenenando os poços.
O interior é assombroso: as galerias subterrâneas de Derinkuyu (onde há espaço para, pelo menos, 10 000 pessoas) podiam refugiar-se em 3 pontos estratégicos deslocando portas circulares de pedra. Estas pesadas rochas que encerravam as entradas impediam a invasão dos inimigos. Tinham de 1 a 1,5 m de altura, uns 50 cm de espessura e um peso de 500 kg.




Cortesia de wikipedia

A última imagem mostra como a porta circular de pedra fechava a entrada, isolando os habitantes no subsolo. A cidade de Derinkuyu tem ainda um túnel de quase 8 km que conduz a outra cidade subterrânea, denominado por Kaymakl.
Da cidade subterrânea desta zona já falava o historiador grego Xenofonte. Na sua obra “Anábase” explicava que as pessoas que viviam na Anatólia tinham escavado as suas casas no subsolo e viviam em alojamentos suficientemente grandes para albergar uma família, os seus animais domésticos e armazém de alimentos. Nos níveis recuperados, encontraram-se estábulos, comedores, uma igreja (de planta cruciforme de 20 por 9 m, com um tecto de mais de 3 m de altura), cozinhas (já enegrecidas pelo fumo das fogueiras), prensas para o vinho e para o azeite, tabernas, cantinas, uma escola, numerosas habitações e até um bar (? sic).



Cortesia de efecosta

A cidade beneficiava da existência de um rio subterrâneo; tinha poços de água e um magnífico sistema de ventilação para que o ar entrasse e percorresse todos os níveis, até aos mais inferiores. A temperatura ambiente variava quase sempre em torno dos 13°C, independente da temperatura do ar à superfície. Daí advém uma das teorias da sua origem, que poderia ter servido de refúgio, durante alguma era glacial.
Foram encontrados 52 poços de ventilação que assombraram os engenheiros da actualidade.




Cortesia de wikipedia

Derinkuyu é notável pela sua grande cidade subterrânea, que é a principal atracção turística local. Na Capadócia estão localizadas diversas outras cidades subterrâneas, esculpidas de uma única formação geológica e utilizadas extensivamente pelos primeiros cristãos como esconderijos.
Derinkuyu era cercada de armadilhas em caso de ser descoberta pelo inimigo. Os primeiros túneis eram espremidos e baixos, forçando o inimigo a abaixar as armas, e eram cheios de fendas e orifícios que permitiam ferir e matá-los facilmente. Caso ainda passassem daquele ponto, outras câmaras guardavam artifícios bélicos, que mesmo sendo primitivos, salvaguardavam a população. Além disso, possuiam portas, na verdade um disco de pedra, que permitia ser movimentada por quem estivesse na câmara, mas impossível para quem estivesse fora. Mesmo com parte da cidade subterrânea invadida pelo inimigo, a populaçao podia viver ali durante meses». In Wikipédia, Efe Costa e Viaggiomondo.

Cortesia de Wikiédia/JDACT