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Bebe mais vinho
De Curiosidades Estéticas (1924)
«Bebe
mais vinho
E põe
Mais ruge
Na tua boca delgada;
E fuma,
E cai no brocado azul
Desta enorme almofada.
E põe
Mais ruge
Na tua boca delgada;
E fuma,
E cai no brocado azul
Desta enorme almofada.
Tens,
por vezes,
Um sorriso
Desenhado com tamanha segurança
Como de quem tudo sonda,
Tudo alcança…
Um sorriso
Desenhado com tamanha segurança
Como de quem tudo sonda,
Tudo alcança…
Cigarros?
Pronto, amor: aqui os tens!
Dizes-me
adeus? E porquê?
Quando
voltas? Quando vens?»
Conversando a sós contigo
De Piquenas Esculturas (1925)
«Conversando
a sós contigo,
Desfruto o prazer imenso
De não pensar no que digo
E de dizer o que penso.
Desfruto o prazer imenso
De não pensar no que digo
E de dizer o que penso.
E mais
uma vez
Afirmo
Sem receio de que seja desmentido:
A maior felicidade
É ser-se compreendido».
Afirmo
Sem receio de que seja desmentido:
A maior felicidade
É ser-se compreendido».
In António Botto
In António Botto, Poesia, Assírio &
Alvim, 2018, ISBN
978-972-372-067-9
Cortesia
de A&Alvim/JDACT