«(…) É perfeitamente evidente que os autores antigos que viveram antes de Jesus, e por conseguinte que o ignoraram, ou que simplesmente compuseram peças de teatro, não tinham necessidade alguma de ser censurados ou interpolados. Não acontecia o mesmo no caso de historiadores como Flavio Josefo, Tácito ou Suetónio, e, sob este critério, nem sequer um cronista satírico como era Petrónio escapou ao zelo dos monges copistas. Em efeito, seu célebre Satiricen não contém, nas cópias manuscritas que chegaram até nós, mais que 250 páginas, das 3.000 que compunham, como sabemos por outras fontes, as cópias primitivas do manuscrito original. É, portanto, seguro que esse inventário da dolce vita sob o império de Nero não era tão somente isso, e que Petrónio foi censurado sem piedade, tal qual Tácito, quem viu retirar de suas Histórias e Anais todos os capítulos que tratavam sobre os acontecimentos da Palestina daquela mesma época.
Quanto à autenticidade absoluta
dos Evangelhos canónicos, nos limitaremos a citar as palavras do abade Bergier no
seu Dictionnaire de Théologie. Os homens verdadeiramente sábios em matéria
de exegese, e sobretudo sinceros, reconhecem que o texto do Novo Testamento não
se remonta a antes do sexto século.
Os Manuscritos dos Evangelhos Canónicos
Codex Sinaiticus: Data: século
IV. Contém quase todo o Antigo Testamento, o Novo Testamento, a Carta de
Barnabé, o Pastor do Hermas (parcialmente). Descoberto em 1844 pelo
Tischendorf, no mosteiro da Santa Catalina, no monte Sinai. Encontra-se actualmente
no Museu Britânico de Londres. Codex Vaticanos: Data: século IV. Contém
o Antigo Testamento (salvo umas cinquenta páginas, perdidas), e o Novo Testamento
até à Epístola aos Hebreus. Muito má ortografia. Entrou no Vaticano entre 1475
e 1481. Codex Alexandrinus: Data: século V. Contém o Antigo Testamento,
e o Novo Testamento a partir de Mateus. Texto menos bom que o precedente, especialmente
nos Evangelhos. Encontra-se no Museu Britânico de Londres.
Codex Ephraemi
Rescriptas:
Data: século V. Palimpsesto. O texto bíblico foi recoberto, no século XII, por
uma versão grega de tratados de são Efrén. É de origem egípcia, e foi levado à
Paris por Catarina de Médicis. Conserva-se ali na Biblioteca Nacional. Codex
Bezae, ou Codex Cantabrigiensis: Data: séculos V ou VI. Compreende, com algumas
lacunas, os quatro Evangelhos e os Actos. Manuscrito bilíngue, greco-latino. Encontrava-se
do século IX em Lyon. Teodoro de Béze o cedeu em 1581 à Universidade de
Cambridge, onde se encontra actualmente. Codex Freer: Data: século V.
Contém os quatro Evangelhos, com algumas lacunas. Compreende um acréscimo depois
de Marcos. Foi comprado em 1906 pelo Freer a um mercador árabe. Encontra-se actualmente
em Washington». In Robert Ambelain, O Segredo Mortal dos Templários, Jesus ou le mortel
secret des Templiers, 1970, Éditions Robert Laffont, Paris, Ediciones Martinez
Roca, 1982, Barcelona, ISBN 842-700-727-2.
Cortesia de Roca/JDACT
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