terça-feira, 19 de abril de 2011

Alexander Soljenítsin: «Em 1970 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura. Autor de O Arquipélago de Gulag. ...O escritor queria como futuro político para a Rússia a volta do regime autoritário dos Czares em ligação com a igreja tradicional russa-ortodoxa!»

(1918-2008)
Kislovodsk, Rússia
Cortesia de drzem

Alexander Issaiévich Soljenítsin foi um romancista, dramaturgo e historiador russo. As suas obras consciencializaram o mundo quanto aos gulags, sistema de campos de trabalhos forçados existente na antiga União Soviética. Foi expulso de sua terra natal em 1974, e recebeu o Nobel de Literatura de 1970.
Soljenítsin estudou matemática na Universidade Estatal de Rostov, ao mesmo tempo cursando por correspondência o Instituto de Filosofia, Literatura e História de Moscovo. Durante a Segunda Guerra Mundial participou de acções importantes como comandante de uma companhia de artilharia do Exército Soviético, obtendo a patente de capitão e sendo condecorado em duas ocasiões.
Algumas semanas antes do fim do conflito foi preso por agentes da NKVD por fazer alusões críticas a Estaline em correspondência com um amigo. Foi condenado a 8 anos num campo de trabalhos forçados, a serem seguidos por exílio interno em perpetuidade.

Cortesia de allcollection
A primeira parte da pena de Soljenítsin foi cumprida em vários campos de trabalhos forçados;
  • a «fase intermediária», como ele viria a referir-se a esta época, passou-a numa sharashka, um instituto de pesquisas onde os cientistas e outros colaboradores eram prisioneiros. Dessas experiências surgiria o livro «O Primeiro Círculo», publicado no exterior em 1968.
  • Em 1950 foi enviado a um «campo especial» para prisioneiros políticos em Ekibastuz, Cazaquistão onde trabalharia como pedreiro, mineiro e metalúrgico. Esta época inspiraria o livro «Um Dia na Vida de Ivan Denisovich». 
A partir de Março de 1953, iniciou a pena de exílio perpétuo em Kol-Terek no sul do Cazaquistão. O seu cancro, ainda não detectado, continuou a espalhar-se, e no fim do ano Soljenítsin encontrava-se gravemente doente. Em 1954 recebeu tratamento adequado e curou-se. Estes eventos formaram a base de do livro «O Pavilhão dos Cancerosos».

Cortesia de tumulosfamosos
Em 1970 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura, mas receando que lhe interditassem o retorno ao país, não foi recebê-lo a Estocolmo. Pouco depois da publicação de «O Arquipélago de Gulag» em Paris, em 1974, é preso, julgado por traição e, finalmente, condenado ao exílio. Instala-se nos Estados Unidos, prosseguindo a sua obra literária e procurando reunir os dissidentes na sua luta contra o sistema vigente na URSS. Em Setembro de 1991 foi por fim ilibado da acusação de traição pelo governo soviético e em Julho de 1994 volta à Rússia. Escritor de inspiração católica, a libertação interior do homem é o tema central da sua obra e a razão da sua luta.
Alexander Soljenítsin queria como futuro político para a Rússia a volta do regime autoritário dos Czares em ligação com a igreja tradicional russa-ortodoxa!


Cortesia de wikipedia/JDACT