(1915-1998)
Guimarães
Cortesia de ruasdoporto
Virgínia Moura, a Passionária Portuguesa
Com apenas 15 anos de idade participou numa greve estudantil, na Póvoa de Varzim, em protesto contra o assassinato, pela polícia, de um jovem estudante chamado Branco. Três anos depois deste episódio ligou-se ao Partido Comunista Português, ao integrar o Socorro Vermelho, uma organização de apoio aos presos políticos portugueses e espanhóis, e aí conheceu o companheiro de toda a vida, António Lobão Vital, então estudante de Arquitectura.
Virgínia Moura foi a primeira mulher em Portugal a licenciar-se em Engenharia Civil, curso que frequentou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. No entanto, nunca alcançou um emprego público. As autoridades não lhe perdoaram o facto de ela ser uma reconhecida activista antifascista. Para além de Engenharia cursou, também, Matemática, em Coimbra, e Letras, no Porto.
Cortesia de diasdeumfotografo
Sob o pseudónimo de Maria Selma colaborou em diversas publicações periódicas, a Revista Sol Nascente e organizou conferências que contaram com a participação de intelectuais como Teixeira de Pascoaes, Maria Lamas e Maria Isabel Aboim Inglês.
Antes do 25 de Abril de 1974 participou activamente em movimentos pró-democráticos. Destacou-se no comício de apoio à candidatura de Norton de Matos à presidência da República, na Fonte da Moura, em 1949.
Antes do 25 de Abril de 1974 participou activamente em movimentos pró-democráticos. Destacou-se no comício de apoio à candidatura de Norton de Matos à presidência da República, na Fonte da Moura, em 1949.
- esteve ligada à candidatura de Humberto Delgado,
- às movimentações populares estudantis de 1962,
- aos congressos da oposição democrática de Aveiro (1969 e 1973),
- foi repetidamente agredida pela polícia em actos públicos.
Depois da Revolução de 1974 manteve a sua actividade política como militante do PCP.
Cortesia de portopcp
No decurso do seu activismo político e cívico integrou, também, o Movimento da Unidade Antifascista, o Movimento de Unidade Democrática Juvenil, o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e o Movimento Nacional Democrático. Com o 25 de Abril veio o reconhecimento público da sua acção cívica. Agredida inúmeras vezes pela polícia política durante actos públicos de afirmação democrática, a vida de Virgínia Moura, a Passionária Portuguesa foi um constante confronto com a ditadura. Era visível a sua alegria nas primeiras horas da libertação a seguir ao 25 de Abril, como também a sua presença e contribuição apaixonada nos combates pela defesa e construção da democracia, procurando sempre intervir até ao último sopro de vida.
Morre aos 82 anos de idade.