Cortesia de vivoviajando
Com a devida vénia ao Gabriel e ao sítio Peregrinar/Maria.
«O escadório dos cinco sentidos, é uma alegoria ao corpo humano mas está longe de constituir uma elegia. Ao contrário ele representa a mundovisão católica sobre o seu carácter pecaminoso e efémero, acrescido de uma desmistificante narrativa sobre o carácter erróneo do conhecimento sensorial; se é pelos sentidos que «se deriva o princípio do nosso conhecimento», como escrevia um dos primeiros moralistas do Bom Jesus, a atitude do crente não pode ser passiva nem acrítica no acto de conhecer. É necessário ir além das ilusões da imagem, como dizia Santo Agostinho ou o Padre António Vieira, é necessário ir além de todos os dados imediatos da percepção, dizem sem cessar todas as fontes do Escadório dos Cinco Sentidos. Tudo o que é sensorial é do domínio do reino animal:
- «e serão sempre animais a exemplificar nas várias fontes as capacidades de cada sentido como que a quererem dizer que não é essa a condição humana».
Cortesia de caminhosromanos/wikipedia
4ª fonte dos sentidos: Fonte do Paladar
Símbolos: macacos-boca
Na fonte do paladar a figura deita água pela boca e tem na mão esquerda uma maçã e de cada lado um macaco.
Cortesia de skyscrapercity
A boca é o símbolo da força criadora, o órgão da palavra ou Verbo. Por isso, a seu lado aparece o macaco ou cinocéfalo que também representa o deus Thot no Egipto, o escriba divino que toma nota da palavra de Ptah, o deus criador.
Os macacos, para muitas culturas estes primatas representam os instintos básicos da natureza humana. Na Europa Cristã, os macacos foram desde sempre alvo de desagrado, devido à sua sexualidade desinibida.
Cortesia de postaisdantigamente
Jónatas - Ganimedes/São José - PALADAR - Esdras
A estátua cental representa José do Egipto com um cálice na mão direita e um prato com frutas na esquerda e a inscrição Joseph. De benedictione domini in terra ejus, de pomis coeli, et rore. Deuter. 33, 13. - «A tua terra seja cheia das bênçãos do senhor, dos frutos do céu e do orvalho».
Na mitologia grega, Ganímedes era um príncipe de Tróia, por quem Zeus se apaixonou. Nas imediações de Tróia, o jovem cuidava dos rebanhos do pai, quando foi avistado por Zeus. Atordoado com a beleza do mortal, Zeus transformou-se em uma águia e raptou-o, possuindo-o em pleno vôo. Ganimedes foi levado ao Olimpo e, apesar do ódio de Hera, substituiu a deusa Hebe e passou a servir o néctar aos deuses, bebida que oferece a imortalidade, derramando, depois, os restos sobre a terra, servindo aos homens. Em homenagem ao belíssimo jovem, Zeus colocou-o na constelação de Aquarius.
Cortesia de excursvirtbraga
À esquerda Jónatas com uma lança, desculpando-se de ter provado o mel do cortiço que tem ao lado, dizendo Jonathas. Gustans gustavi in sommitate vergae; et ecce morior... I Reg. C 14. «Jonatas. Provei um pouco de mel na ponta duma vara; e eis porque morro...»
Na estátua da direita Esdras segurando um cálice e pão, com o letreiro:
- Esdras. Gusta panem et nom derelinquas nos sigut pastor in medio luporum. Esdr. 4 C. 5 - «Esdras. Prova o pão, e não nos abandones, como o pastor no meio dos lobos».
Boca (paladar) – Água – elemento Feminino
Macaco – Ar – elemento Masculino
Note-se que nas primeiras representações egipcías, temos quatro tipos designados para a Mãe na sua forma estrelada, tratando-se de representações dos quatro elementos, sendo estes qautro tipos os seguintes:
- Hipopótamo para a água,
- Macaco para o ar,
- Leão para o fogo,
- Crocodilo para a terra».
In Peregrinar/Maria.
Cortesia de Gabriel/Peregrinar/Maria/JDACT