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Com a devida vénia ao Jornal Público.
«Poucas figuras históricas poderão rivalizar com Alexandre, o "Grande" quando se trata de associar o interesse dos especialistas ao do grande público. O jovem rei macedónio, que sucedeu ao pai, Filipe II, para se tornar um dos maiores líderes da história, sonhou conquistar o poderoso império persa de Dario III - o que acabou por fazer - e tomou depois os territórios da Síria e do Egipto, avançando para a Índia e procurando sempre juntar as culturas ocidental e oriental. O italiano Valerio Massimo Manfredi, professor de Arqueologia Clássica da Universidade de Milão, é apenas um entre as dezenas e dezenas de investigadores que em todo o mundo procuram reconstituir o percurso de Alexandre, desde a Macedónia à Babilónia, onde viria a morrer em 323 a.C., aos 33 anos. Desta vez Manfredi escreve sobre o túmulo do jovem macedónio (o livro chama-se "O Túmulo de Alexandre. O Enigma") e, segundo o diário espanhol "El País", o especialista no Mundo Antigo vem sustentar uma teoria, já avançada por outros estudiosos, sobre a sua localização.
O imperio de Alexandre
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Para Manfredi, autor de uma trilogia ficcionada sobre a vida de Alexandre - "O Filho do Sonho", "O Segredo do Oráculo" e "No Fim do Mundo" (Editorial Presença) -, publicada em 55 países, e de mais de 15 romances e ensaios sobre a Antiguidade, o rei terá sido enterrado na mais emblemática das cidades por ele fundadas, Alexandria. "Estou convencido de que tudo o que resta são os quatro blocos que formam aquilo que se conhece como o túmulo de alabastro do cemitério latino de Alexandria", disse ao "El País", apoiando o seu ensaio na descrição que dele faz o poeta romano Lucano (39-65), que fala de uma sepultura subterrânea (os túmulos macedónios eram simplesmente cobertos com terra, criando pequenas colinas artificiais, e sem inscrições ou grandes elementos decorativos, o que justifica a falta de descrições do sepulcro). "Para quem, se não para Alexandre, seria o único túmulo macedónio de Alexandria?", pergunta Manfredi neste livro que a Presença ainda não comprou. No novo ensaio, o arqueólogo italiano defende também, como muitos médicos até aqui, que o rei terá morrido com uma pancreatite aguda e que a sua múmia deverá ter sido destruída durante o período conturbado de ascensão do cristianismo em Alexandria (o mesmo em que a filósofa e matemática Hipácia foi assassinada). Manfredi reconhece, no entanto, que não pode garantir com 100 por cento de certeza que a sua teoria esteja correcta. Alexandre, diz, é sempre um mistério». In Público, Ípsilon, 18 de Março de 2011.
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