(c. 1595-1662)
Lisboa
Cortesia de wikipedia
«Seu irmão Pedro Teixeira, nasceu em Lisboa no final do século XVI, tendo desenvolvido a sua actividade em Espanha, a partir de 1619, quando aí se dirigiu com seu irmão João, a fim de cartografarem os locais constantes da relação de viagem dos irmãos Nodal. Enquanto seu irmão regressou a Portugal, findo o trabalho, Pedro optou por ficar em Madrid ao serviço de Filipe III. É escassa a sua produção conhecida, mas sabemos que desapareceram várias cartas deste cartógrafo. Entre elas, é justo destacar uma que continha a representação do Delta do Amazonas, para além da descrição da costa de Espanha, da qual existem várias cópias, mas que não incluem as cartas. Em 1623 vêmo-lo, juntamente com seu irmão, a examinar João Baptista de Serga. Dedicou-se principalmente a executar levantamentos topográficos, talvez por influência de João Baptista Lavanha.
Cortesia de lagospt
A sua produção compõe-se:
- da Carta dos Estreitos de S. Vicente e Magalhães, de 1621, executada em colaboração com seu irmão;
- de uma Planta de Madrid, de 1656, existente na Biblioteca Nacional de Paris;
- da Carta de Portugal, gravada em Madrid em 1662. Em 1722 Manuel de Azevedo Fortes, afirmava que esta última ainda era a melhor carta de Portugal. Os levantamentos necessários teriam sido executados entre 1622 e 1630.
Desconhecemos porque motivo levou tanto tempo a elaborar esta carta, que serviu de modelo a várias cartas de Portugal impressas no estrangeiro.
Cortesia de amigosdepeniche
São escassos os dados biográficos sobre o cartógrafo João Teixeira Albernaz II, o Moço, sendo que alguns já foram referidos quando tratamos de Albernaz I, que, por vezes, se confundem na documentação. No parecer de Manuel Pimentel a que já fizemos referência, este indica que João Teixeira Albernaz II, é neto de Albernaz I, dizendo, também, que fazia cartas com perfeição. Sabemos igualmente que ainda se encontrava vivo em 1699.
Na sua obra, nota-se a grande influência recebida de seu avô, que foi seu mestre, mas o traçado da letra e iluminuras são menos cuidados. Os Atlas do Brasil repetem, embora com alguns progressos, o que seu avô já tinha desenhado, embora tenham o mérito de ter influenciado a cartografia holandesa.
A sua obra mais importante é:
- o Atlas de África de 1665, única no seu género, tendo sido encomendada por um francês, o que demonstra a procura da cartografia portuguesa no estrangeiro, ainda nesta época. Uma carta sua foi usada na Conferência de Badajoz (1681), a propósito da questão da Colónia do Sacramento, afirmando os seus membros que João Teixeira Albernaz II, o Moço era conhecido em toda a Europa.
É bastante vasta a sua produção cartogáfica, sendo de destacar as seguintes Cartas:
- a Carta de 1655;
- a Carta de 1665;
- a Carta de 1667, que terá influenciado, possivelmente, o desenho holandês da Terra Nova;
- a Carta de 1675;
- a Carta de 1676, que tal como a de 1655, representa o Atlântico e o Índico, na qual estão marcadas as posições de um navio, o que indica que foi usada para a navegação;
- a Carta de 1677;
- a Carta de 1679, que foi usada na Conferência de Badajoz;
- um fragmento de uma Carta de 1681, existente em Évora.
Cortesia de doportoenaoso
Para além das cartas atrás referidas, vários Atlas são da sua autoria: o Atlas de África, de 1655, que se encontra em Paris, é bastante preciso e o seu levantamento foi feito por ordem Real. Esta obra de 62 folhas e 29 cartas foi usada para publicações francesas; o Atlas do Brasil, de 1666, com 31 cartas, encontra-se no Ministério das Relações Exteriores do Rio de Janeiro; o Atlas de c. de 1666 contém 29 cartas, fez parte do códice de Diogo Barbosa Machado, Mappas do Reino de Portugal, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. É muito semelhante às outras obras deste autor, mas não está assinado; um Atlas de c. de 1675, composto por 32 cartas, que pertenceu ao Cosmógrfo-Mor Manuel Pimentel.
Os quatro Atlas são muito semelhantes, abrindo com uma carta geral do Brasil, seguindo-se depois as particulares. João Teixeira Albernaz II segue em geral o padrão desenhado por seu avô, João Teixeira Albernaz I». In Augusto Quirino de Sousa, Instituto Camões.
Cortesia de Instituto Camões/JDACT