Cortesia
de wikipedia e jdact
A
Pele
«A
pele goza
a
pele muda
a
pele sangra.
Na
turvação oculta
sob
os dedos
no
enredo do ciúme.
A
hesitar
em
ser arrebatada
ou
ser enredo.
A
pele vive
e
pulsa
a
pele gosta.
Entrega-se
na pressa
à
desmesura, debaixo
Como um pássaro
de
lume
ou
de loucura.
A
pele quer e fere
renda
e faca
a
pele sara e fecha na cintura.
Ferro
no arroubo
veia
intacta
tacto
de cetim e aventura.
Mas
logo cicatriza
quando
rasga
ora
eclipse ora lua.
A
pele conta
e
seduz
a
pele invoca.
Com
o seu
febril
odor
de
pérola acesa.
Tendo
da camélia
a
maciez do sexo
amêndoa
fendida na beleza.
A
pele entorna
a
pele turva despida
a
pele evita.
A
pele cura
mata
e
silencia.
Da
palma e da vagina
o
lento odor da folha
do
roseiral do corpo.
E
da poesia».
Poema de Maria Teresa Horta, in “Portal da Literatura”
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