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«(…) A expedição de Petrie fora financiada
pelo recentemente estabelecido Egypt Exploration Fund (actualmente a Egypt
Exploration Society). Sua proposta era inspeccionar a antiga região mineira de
cobre e turquesa da península do Sinai, entre os golfos de Suez e de Aqaba,
acima do Mar Vermelho, a leste do Egipto. Era a terra da montanha bíblica de Moisés,
a que o livro do Êxodo do Antigo Testamento (edição do rei Thiago) se refere
como o Monte Horebe. O lugar estava mais correctamente representado como Monte
Choreb na antiga Bíblia Septuaginta do século III a. C. Longe de serem
aplicações nominais directas, as palavras Choreb e Horeb tinham grande
significância nos dias de Moisés, como descobriremos logo.
Na sua forma original, o Antigo
Testamento foi escrito num estilo hebreu que consistia apenas em consoantes.
Paralelamente, surgiu uma tradução grega por volta de 270 a.C. devido ao
crescente número de judeus helenistas falantes do grego. Ela se tornou
conhecida como Septuaginta (do latim septuaginta, setenta) porque a tradução
foi feita por 72 estudiosos. Alguns séculos depois, São Jerónimo elaborou uma
versão latina da Bíblia, conhecida como Vulgata (por causa do seu uso vulgar ou
comum), por volta do ano 385, para uso da Igreja Cristã (incluindo o Novo
Testamento). Um Antigo Testamento hebraico revisto (no qual a Bíblia de hoje se
baseia) foi introduzido por estudiosos masoréticos por volta de 900 d.C. Porém,
foi a mais antiga e mais confiável Septuaginta utilizada para traduzir a versão
autorizada de rei Thiago em língua inglesa, lançada em 1611.
Antes da incumbência de Petrie, a
dificuldade que havia para se determinar a posição exacta do Monte Horebe era a
extensão da cordilheira do Sinai e a pouca familiaridade dos habitantes locais (mesmo
quando se preocupavam com história antiga) com a região elevada. No século IV
d.C., uma ordem de monges cristãos fundara a missão do Monastério de Santa
Catarina numa montanha voltada para o sul do Sinai e nomeara o lugar Gebel Musa
(Monte de Moisés). Era, evidentemente, uma conclusão pouco acurada, uma vez que
não correspondia às referências geográficas bíblicas. O Livro do Êxodo explica
a rota tomada por Moisés e os Israelitas por volta de 1330 a.C., quando
partiram da região de Goshen, no Delta Egípcio, tendo atravessado o Mar
Vermelho em direcção à terra de Midiã (norte da actual Jordânia). Seguindo essa
linha pelas regiões desérticas de Shur e Paran, a montanha sagrada de Moisés é
encontrada erguendo-se a mais de 790 metros num alto planalto de arenito acima
da Planície de Paran. Hoje ela é conhecida como Serâbit el Khâdim (a Proeminência
do Khâdim); a expedição de Petrie escalou essa rugosa elevação. Não tinham
expectativas particulares quanto ao lugar, mas era parte da inspecção, e eles
subiram ao cume onde, para seu espanto, fizeram uma descoberta monumental.
Construído
sobre uma extensão de 230 pés (cerca de 70 metros), estendendo-se a partir de
uma caverna escavada pelo homem, encontraram as ruínas de um antigo Templo, com
inscrições que o remetiam ao faraó da 4ª. Dinastia Sneferu, que reinara por
volta de 2600 a.C.. Subsequentemente, Petrie escreveu: estava completamente
enterrado e ninguém tomara conhecimento dele até que limpássemos o sítio.
Talvez não tivessem ficado surpreendidos se encontrassem um altar semítico de
pedra, mas tratava-se de um enorme Templo egípcio que, obviamente, tinha alguma
importância. Na primeira vez em que discuti essa expedição, há alguns anos, não
fazia ideia do interesse que ela provocaria em novos aventureiros. Desde aquela
época, muitos leitores me escreveram após a cansativa subida, contando as suas
visitas, ilustradas com maravilhosas fotografias das suas aventuras. A esse
respeito, conquanto ninguém haja mencionado o facto na sua correspondência,
talvez eu devesse ter esclarecido que, embora os vestígios do Templo ainda
estejam acessíveis e impressionem pela sua localização incomum, muitos dos artefactos
específicos, retratados nas fotografias e escritos de Petrie, não estão mais
ali». In Laurence Gardner, Os Segredos
Perdidos da Arca Sagrada, Editora Madras, 2004, ISBN-978-857-374-901-4.
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