Com a devida vénia a José Caldeira Martins
«Sem vestígios evidentes confirmados no seio do povoado que o absorveu e em contraste com a memória das imagens que Duarte d’Armas nos legou, o Castelo de Alpalhão (fortaleza) parece perdido na bruma do tempo…
Os
desenhos de 1509 de Duarte d’Armas são de uma força e beleza tal que nos encorajam
a tentar identificar a antiga implantação e o traçado no terreno deste .pequeno
castelo de planície. Isso iria valorizar a antiga vila
medieval e repor a identidade perdida. A definição rigorosa do sítio exige o
estudo das paredes das casas antigas situadas em torno do local a investigar
e sondagens nos seus quintais. Haverá,
estamos certos, vestígios materiais dos muros do recinto no tecido da malha
urbana da antiga vila.
Numa
época em que se começa a generalizar a importância da memória histórica dos
aglomerados, é oportuno fazer um esforço para que Alpalhão tira partido dessa
mais valia…
Onde
se Situaria?
Caminhando
ao longo da Rua do Castelo, que nasce perto da Igreja Matriz. Podemos localizar
a entrada para o interior do quarteirão (espaço que possivelmente, delimita a
antiga fortificação). Esta faz-se pelo acesso que nos conduz à Torre do
Relógio. Subindo ao alto da torre é visível em seu redor o espaço livre dos
quintais das casas. É aqui que devemos procurar vestígios que nos ajudem a
localizar o espaço correspondente ao terreiro interior do castelo medieval.
Ao
correr do olhar não há nada que chame em especial a atenção e possa ser
identificado seguramente como elemento construtivo da fortificação. O
embasamentosobrelevado da torre terá pertencido bao castelo…
Torre
do Relógio
Localiza-se
no centro da vila, no local onde estaria edificado o Castelo de Alpalhão. É um
edifício banal do começo do século XVIII, tem forma quadrangular, tendo um
pequeno eirado com espaldares e corucheis. Conta com quatro olhais com arcos de
volta redonda e cúpula cónica esquinada. Sobe-se por uma pequena escadaria
assente sobre os restos da antiga torre do castelo. Conservação regular.
Erguido
em 1300, no reinado do monarca Dinis esta fortaleza tinha uma forma rectangular,
quase quadrada, tendo no ângulo de sudoeste A Torre de Menagem, também
rectangular, com doze varas de altura e três andares ou pavimentos. Em cada um
dos restantes ângulos tinha um Cubelo de forma circular, abobadado , com a
altura de oito varas».
(Continua)
Com
a amizade de José de Caldeira Martins
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