Símbolos Eternos
Um Plano Geoestratégico
Chamado Portugal
Até os inimigos reconheceram
a grandeza da nossa História
«Afinal de onde vem o nome Portugal?
Existem diferentes teorias, algumas que proliferam na internet, que tentam
encontrar uma explicação para o nome do nosso país. Contudo não parece haver paru
já consenso quanto à sua origem. Certo é que o borgonhês conde Henrique' pai de
Afonso Henriques, por ter ajudado a combater os sarracenos no noroeste da Península
Ibérica, recebeu um condado portucalense que já tinha existido há muitos séculos,
que desaparecera e que voltara a reaparecer. O nome já existia de facto. Mas a
associação do nome Portugal a um símbolo ou selo do primeiro rei deste território,
Afonso Henriques' trouxe-lhe um significado muito mais complexo, profundo e concreto:
esse nome e esse símbolo passaram a significar a existência e o resultado de um
projecto político-religioso de criação de um novo estado soberano na Europa. Esse
projecto chamava-se: Por (à procura de) - Tu (ti) - Gal (Graal)
A expressão, como vemos, tanto remete
para a busca milenar do Santo Graal, por exemplo, o Cálice Sagrado da Ultima Ceia,
como de uma antiquíssima ideia mística de perfeição ou de um segredo ou conjunto
de segredos históricos, filosóficos, astronómicos ou geográficos, ou ainda da independência
de um território até então submetido à suserania de outrem. A busca do santo
Graal poderia materializar-se através da criação de um novo Estado onde os Templários
se pudessem sentir em segurança pelos séculos vindouros, como se adivinhassem
já a sua futura perseguição no centro da Europa (o que acabou por acontecer 200
anos depois). Tratava-se de um projecto nascido não só na cabeça de um membro especial
dos Templários, o próprio Afonso Henriques, mas nas cabeças dos líderes de uma das
mais poderosas organizações do mundo cristão no início do segundo milénio da nossa
era.
Para perceber a importância da criação
de um novo estado-nação na Europa a partir da iniciativa de uma ordem religiosa
como os Templários, convém lembrar que os membros desta organização não declaravam
fidelidade e obediência total ao papa da igreja Católica Apostólica de Roma, mas
sim, ao seu líder fundador Hugh de Payens (e, mais tarde, ao seu mentor
espiritual, Bernardo de Claraval, futuro santo). E, como está comprovado historicamente,
seguiam discretamente mais o culto de São João Baptista que valorizava sobretudo
o Divino Espírito Santo, do que os rituais católicos apostólicos romanos estabelecidos
pelo papa. Ainda hoje, em regiões de predomínio da presença dos Templários, como
Tomar, a maior festa (conhecida como Festa dos Tabuleiros, com oferendas
aos pobres) é feita em honra do Divino Espírito Santo. O mesmo acontece
nos Açores, onde a sucessora Ordem de Cristo estava também fortemente
implantada e onde o culto ao Divino Espírito Santo prevalece sobre todos os outros.
Isto é, a assistir o futuro rei de
Portugal na criação, estabilização, defesa e engrandecimento de um novo reino, estava
uma pequena organização militar, que seguia práticas de culto religioso não
totalmente coincidentes (algumas até mesmo divergentes) com os da fé católica estabelecidos
por Roma e até conhecimentos místicos ou esotéricos originários no Antigo Egipto.
A identificação desta situação é tanto mais importante quanto, em momentos decisivos
do relacionamento do novo monarca com o papa, Afonso Henriques decidiu contra Roma
e seguiu o seu caminho como se não tivesse de prestar contas ao chefe máximo da
Igreja Católica.
Estamos a falar de episódios como
a nomeação unilateral pelo primeiro rei de Portugal de um bispo negro, de origem
africana, para a Sé de Coimbra, por divergências com Roma sobre a escolha do novo
prelado; e também o da doação de terras aos cavaleiros templários na zona de Santarém,
pelo auxílio por estes prestado na conquista de Lisboa e das zonas em redor do Tejo
aos sarracenos, contra a vontade do bispo de Lisboa nomeado por Roma, que queria
essas terras para si e para a sua área de influência». In José Ferreira Gomes, Factos
Escondidos da História de Portugal (que os Compêndios não nos dizem), 2021,
Oficina do Livro, 2021, ISBN 978-989-661-002-9.
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