Cortesia de nature
As tempestades no Ártico irão diminuir com o aquecimento global, diz um estudo recentemente publicado.
Segundo a AFP, Paris, as breves mas violentos ocontecimentos meteorológicos vulgarmente designados por tempestades no Ártico e associadas às conhecidas como depressões polares, provavelmente tornar-se-ão muito menos frequentes à medida que se intensificar o aquecimento global. Quem o afirma é a revista científica britânica Nature, segundo um artigo publicado na passada quarta-feira.
As depressões polares surgem em latitudes mais elevadas e nas regiões que não são congeladas por efeito do rigor do Inverno no Atlântico Norte. A sua influência pode originar fenómenos adversos e uma forte ameaça para os petroleiros e para as plataformas petrolíferas.
De acordo com o estudo, os climatologistas da Universidade de Reading, próxima do ECMWF, European Centre for Medium-Range Weather Forecasts, Centro Europeu de Previão do Tempo a Médio Prazo, no Reino Unido, a média destas tempestades foi de 36 por temporada no século XX.
Cortesia de Matthias Zahn
Os modelos físico-matemáticos afirmam que por volta do ano de 2100, a proporção irá diminuir para 17 e 23 acontecimentos adversos por temporada, dependendo das contracções de gases causadores do efeito de estufa.
«A ocorrência, no futuro, mal corresponderá a metade» disse à AFP Matthias Zahn e Hans von Storch do Centro de Ciências de Sistemas Ambientais, da citada universidade.A simulação baseou-se em três cenários de emissões de gases-estufa, usados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
A razão para esta diminuição é explicada pela mudança na diferença de temperatura entre a superfície do oceano atmosfera envolvente, nomeadamente na troposfera.
Modelo de circulação,de uma única célula, segundo Hadley no século XVIII
Cortesia de atmosphere
É esta diferença que faz com que a depressão polar se desenvolva. Alterações nesta relação impedem a formação e a intensificação da tempestade, destacou o artigo.Mais afirma Zahn, que novos trabalhos estão a ser desenvolvidos para simular as depressões polares no Pacífico Norte.
Cortesia de AFP/Paris, AFP 2010/JDACT