sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ravena: A terceira capital do Império Romano do Ocidente (402-476), depois de Roma e de Milão. A Basílica de São Vital é o monumento mais famoso de Ravenna. Um dos exemplos de Arte Bizantina na Europa Ocidental. A Basílica é uma das 8 construções consideradas Património Cultural da Humanidade pela UNESCO

Cortesia de flickr
Ravena ou Ravenna é uma comuna italiana da região da Emília-Romanha e situada na província de Ravenna. Faz fronteira com Alfonsine, Argenta, Bagnacavallo, Bertinoro, Cervia, Cesena, Comacchio, Forlì e Russi.

Ravenna foi a terceira capital do Império Romano do Ocidente (402-476), depois de Roma e de Milão (286-402); aí o último imperador romano, Rómulo Augusto foi destronado por Odoacro, que o humilhou publicamente, fazendo-o desfilar prisioneiro, vestido de camponês.
Teodorico, o Grande, rei bárbaro que destruiu as pretensões de outros invasores, teria sido cativado pela cidade e a elegeu como sua capital, embelezando a sua corte com aspectos arquitectónicos bizantinos, protegendo artistas de renome, sábios e eruditos que o presentearam elevando-a à outrora grandeza imperial, pérola do seu reino bárbaro, em pleno século V. Nesta cidade, encontra-se a magnífica catedral em estilo gótico, que foi concebida para dignificar o Imperador Teodósio I, o seu primeiro grande morador. Nesta cidade encontram-se, ainda hoje, resquícios das grandes muralhas que foram erguidas para defender o importante arcebispado que existiu no século X.
Importante rota comercial e militar, Ravenna, sempre foi palco de intrigas palacianas. Conhecida por ser, durante os séculos VIII até XIX, como uma notória concorrente da cidade de Roma pelo prestígio de ser aclamada como sede do Império Romano e depois séculos depois, centro cultural de primeira importância com o estabelecimento provisório do Sacro Império Romano-Germânico. Carlos Magno descansava nesta cidade durante as campanhas bélicas que empreendia, e baseada na imponente catedral erguida a Teodósio, ergueu ele mesmo uma para si. E foi por ele escolhida como a primeira capital política antes de se estabelecer em Aachen.

Cortesia de wikipédia
A Basílica de São Vital, di San Vitale, é o monumento mais famoso de Ravenna, um dos exemplos mais importantes de Arte Bizantina na Europa ocidental. A Basílica é uma das oito construções de Ravena consideradas Património Cultural da Humanidade pela UNESCO. É dedicada a São Vital de Milão.
A Basílica começou a ser construída em 525, sob ordem do bispo Eclésio, ainda no reinado do ostrogodo Teodorico o Grande e foi concluída por Maximiniano em 548, durante o Exarcado de Ravenna, já há sete anos sob domínio bizantino. Não se sabe quem foi o arquiteto da obra.
A igreja tem um plano octogonal. Combina elementos de arquitetura romana (cúpula, forma dos vãos das portas) com elementos Bizantinos (apse poligonal, capitais, tijolos estreitos). Contudo, a Basílica é famosa pela riqueza de mosaicos bizantinos, os maiores e mais bem preservados fora de Constantinopla. A Basílica é de extrema importância para a arte bizantina, visto que é a única grande igreja do período do Imperador Justiniano que sobreviveu virtualmente intacta até hoje.

Cortesia de commons
A construção foi patrocinada pelo banqueiro grego Iulianus Argentarius, de quem pouco se sabe, excepto que também tinha patrocinado a construção da Basílica de São Apolinário em Classe na mesma época. O imperador bizantino Justiniano deve também ter patrocinado a obra como propaganda de seu governo, a fim de acelerar a incorporação de novos territórios ao Império. O banqueiro Iulianus Argentarius é representado nos mosaicos na corte de dignitários de Justiniano, entre o imperador e o bispo.

As séries de mosaicos representam sacrifícios do Velho Testamento:
  • a história de Abraão e Melquisedeque;
  • o sacrifício de Isaac;
  • a história de Moisés, Jeremias e Isaías;
  • representações das 12 tribos de Israel;
  • Abel, Caim e o Cordeiro de Deus.
  • Há também mosaicos dos quatro Evangelistas, sob seus símbolos e todos vestidos de branco.
Todos os mosaicos foram executados na tradição Helenística-Romana: vívidos e imaginativos, com ricas cores e uma certa perspectiva, com vívidas representações da paisagem, plantas e pássaros.

Ao pé da abside estão dos dois mosaicos mais famosos, executados em 548, com o Imperador Justiniano, vestido em branco e com um halo dourado, ao lado de sua corte. A semelhança da corte do imperador com Cristo e seus apóstolos marca a simbologia de que o Império de Roma tinha se transformado no Império teocrático bizantino. Do outro lado está a Imperatriz Teodora, solene e formal, também com um halo dourado, jóias e sua corte. Esses mosaicos são praticamente os únicos exemplos que ainda existem de mosaicos seculares do Império Bizantino.

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A Basílica foi a inspiração para que Filippo Brunelleschi projetasse a cúpula da Santa Maria del Fiore, em Florença.

Cortesia de wikipédia
O Mausoléu de Gala Placídia, Mausoleo di Galla Placidia é um célebre monumento paleocristão de Ravena. É uma das oito estruturas da cidade que foram declaradas pela UNESCO como Património Mundial, em vista da importância de seus mosaicos. Foi construído entre 417 e 430 possivelmente por Gala Placídia, imperatriz romana, esposa de Constâncio III. Tem a planta em forma de cruz e é coberto por uma cúpula. Suas superfícies internas estão revestidas de mosaicos que representam vários personagens e cenas da religião cristã.
Cortesia de wikipédia/JDACT