quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Rebelo da Silva: «Figura» destacada do Romantismo português, historiador, romancista, dramaturgo e crítico literário. Discípulo e amigo de Herculano, trabalhou com ele na Biblioteca da Ajuda e imitou-o na prática do romance histórico

(1822-1871)
Lisboa
Cortesia de wikipédia

Luís Augusto Rebelo da Silva foi um jornalista, historiador, romancista e político português, colaborador activo de múltiplos periódicos e membro das tertúlias intelectuais e políticas lisboetas da última metade do século XIX. Foi um dos primeiros professores do Curso Superior de Letras, fundado em 1859 por D. Pedro V, leccionando a cadeira de História. Colaborando em múltiplos jornais e revistas, Rebelo da Silva afirmou-se como o mais prolífico dos escritores românticos portugueses, distinguindo-se ainda como orador e político.

Cortesia de lusolivros
Na senda de Alexandre Herculano e de Almeida Garrett, com os quais privou, publicou um vasto conjunto de obras sobre História de Portugal, com destaque para «História de Portugal nos Séculos XVII e XVIII», «Memoria sobre a População e a Agricultura de Portugal» e uma série de romances históricos à maneira de Alexandre Herculano. Embora de tema mais recente, localizado na fase inicial da Guerra Peninsular, obteve grande êxito o seu romance histórico «A Casa dos Fantasmas».

Cortesia de avozportalegrense
Também se deve a Rebelo da Silva um dos contos clássicos da literatura portuguesa, «A Última Corrida de Touros Reais em Salvaterra». Baseado num marcante episódio da História de Portugal e publicado em 1848, este conto está na origem de múltiplas obras posteriores, entre as quais o famoso fado de que é epónimo.
Contudo, as suas obras mais marcantes são a «A Mocidade de D. João V», um êxito literário e de vendas que o próprio autor adaptou ao teatro com a colaboração de Ernesto Biester, e a sua obra-prima «Lágrimas e Tesouros», publicada em 1863.

Cortesia de arquivohistoricomadeira
A maioria da sua obra foi inicialmente publicada nos múltiplos periódicos em que colaborou, com destaque para O Cosmorama Literário, a Revista Universal Lisbonense, O Panorama, A Época e a Revista Contemporânea de Portugal e Brasil. As suas Obras Completas incluem também um estudo em três volumes sobre a Arcádia Portuguesa, uma Memória biográfica e literária acerca de Manuel Maria Barbosa du Bocage e múltiplos outros trabalhos em que a crítica literária é o esteio fundamental, entre os quais «Apreciações Literárias», uma recolha póstuma, feita pelos editores, de textos dispersos pela imprensa da época.

As suas Obras
  • A Casa dos Fantasmas (Volume I);
  • A Casa dos Fantasmas (Volume II);
  • Contos e Lendas;
  • Varões Ilustres;
  • Odio Velho Não Cansa;
  • História de Portugal dos Séculos XVI e XVII;
  • Fastos da Igreja;
  • Rauço por Homizio.
«Publicou abundantemente sobre Literatura, e fê-lo de acordo com os padrões da sua época: desde a diferença primacial entre Poesia e Prosa até aos géneros dominantes entre o público seu coetâneo (Romance e Teatro), não hesitou em escrever História literária e política enquanto se ocupava dos acontecimentos do quotidiano (estreias, óbitos), sempre atento às adjacências ainda hoje usuais (Jornalismo e Politica). As suas Obras Completas (41 vols., Empreza de História de Portugal, Lisboa), datadas de1909, incluem também um estudo em três volumes sobre a Arcádia Portuguesa, uma Memória biográfica e literária acerca de Manuel Maria Barbosa du Bocage, bem como vários outros trabalhos em que a literatura é fundamental; em aprticular, Apreciações Literárias, uma recolha póstuma (em três volumes) feita pelos editores, de textos dispersos pela Imprensa da época, incluindo mesmo (no volume III) um estudo sobre o Infante D. Henrique que, os próprios editores o admitem, aí figura apenas por conveniência de paginação. Entre as apreciações, encontramos o cânone consensual, ou quase, das Letras portuguesas de meados de Oitocentos: Garrett (com quem debateu no Parlamento) e Herculano (com quem conviveu de perto na Biblioteca da Ajuda), Lopes de Mendonça (qua crítico) e já Camilo Castello Branco e Bulhão Pato». In Centro Virtual Camões, Carlos Leone.

In Contos e Lendas
Cortesia de Martim Maqueda (tinta da china, 1985)

Cortesia do Centro Virtual Camões/wikipédia/JDACT