quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mosteiro de S. Cristóvão de Lafões: Situado perto da Serra da Gralheira, entre Oliveira de Frades e S. Pedro do Sul. Um refúgio para quem deseje combinar descanso e requinte, no meio da Natureza

Cortesia de twenga

Passando a vila de Oliveira de Frades, e à medida que nos embrenhamos numa pequena estrada, a mancha florestal toma conta da paisagem. O serpentear do caminho que desce o vale só é quebrado por uma velha ponte, que nos obriga a atravessar calmamente o rio. Pouco depois, uma última subida faz-nos chegar ao nosso destino: o Convento de S. Cristóvão de Lafões.


Segundo os documentos históricos, o Couto de Valadares foi doado por D. Afonso Henriques ao mosteiro e a um dos seus primeiros abades, João Cerita. No entanto, pensa-se que os primeiros nomes relacionados com o local sejam os de Cristóvão João e de sua esposa, Maria Rabaldis, não se sabendo ao certo se foram responsáveis pela fundação do edifício ou apenas pelo seu restauro.
O Convento de São Cristóvão de Lafões ou Real Mosteiro de São Cristóvão de Lafões, fica situado num morro sobre a ribeira da Landeira, perto da Gralheira, no concelho de São Pedro do Sul e distrito de Viseu. A fundação deste convento, calcula-se que em 1123 pelos frades da regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, que aderiram logo em seguida à Ordem de São Bernardo ou Beneditinos. A fundação do mosteiro é anterior à fundação de Portugal, embora tenha sido totalmente reconstruído no século XVIII.
Foi o abade João Cerita que, juntando os eremitas que viviam isolados pelas encostas do Vouga  e com o apoio de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, obteve licença para a sua construção.

Cortesia de geocaching
Alguns historiadores, são da opinião de que, o verdadeiro fundador do mosteiro foi João Peculiar e não João Cerita, atendendo a que João Peculiar era chamado, frequentemente, a desempenhar outras funções mais relevantes, ficou o mosteiro sob as ordens de João Cerita. Daí o seu nome estar associado à sua fundação.

Cortesia de snpcultura
Em 1163 o convento adere à ordem dos monjes cistercienses, como aconteceu a quase todos os mosteiros beneditinos. A sua igreja, depois de ter sofrido dois incêndios, foi reconstruída pela terceira vez em 1704, apresentando um plano octogonal.
Depois de «assistir» às lutas napoleónicas, foi encerrado em 30 de Maio de 1834, por ordem de Joaquim António de Aguiar que, por decreto, mandou fechar todos os conventos e casas religiosas, confiscando os seus bens para benefício do Estado. E assim teve início um longo período de degradação. Tudo foi vendido em hasta pública, à excepção dos objectos religiosos que foram entregues ao pároco local, e apesar dos proprietários sucessivos, o mosteiro nunca voltou a ser habitado e entrou progressivamente em ruína, ora destruído por incêndios, ora despojado de azulejos, pias de pedra, portadas e todo o seu travejamento de madeira.

Cortesia de somdagente
Actualmente este convento foi transformado em turismo de habitação, tendo para o efeito sido completamente recuperado, mas perdendo um pouco do seu aspecto secular. Encontra-se em vias de classificação pelo IPPAR.

«A natureza chama por si. Um dos maiores encantos deste mosteiro é a sua envolvente. Aqui a História está enquadrada por um imenso bosque de diferentes espécies arbóreas, com destaque para os carvalhos, que é um convite a caminhadas. Durante o Outono, os tons ocres dominam toda a paisagem, convidando-nos a um passeio junto à levada de água que corre mais abaixo, o local certo para ver todo o mosteiro de uma outra perspectiva». In Rotas e Destinos.

Cortesia de agenda

Cortesia de wikipédia/Rotas e Destinos/JDACT