Cortesia de wikipedia
O Falso Cego
Era meia noite quando o ladrão veio.
Bateu três pancadas à porta do meio.
Abram-me essa porta, também o postigo,
emprestem-me um lenço que já venho ferido.
Então se já vem ferido, pode-se ir embora,
que a minha portinha não se abre agora.
Levante-se minha mãe da cama a dormir,
venha ver o cego que está a pedir.
Se está a pedir, dá-lhe pão e vinho.
Se ele não quiser, siga o seu caminho.
Não quero o seu pão, nem quero o seu vinho.
Só quero que a menina me ensine o caminho.
Vai-te minha filha, faz-te bem mandada,
ensinar o cego além para a estrada.
Venha minha esposa, ponha-se ao meu lado,
que eu não sou o cego, sou seu namorado.
Bateu três pancadas à porta do meio.
Abram-me essa porta, também o postigo,
emprestem-me um lenço que já venho ferido.
Então se já vem ferido, pode-se ir embora,
que a minha portinha não se abre agora.
Levante-se minha mãe da cama a dormir,
venha ver o cego que está a pedir.
Se está a pedir, dá-lhe pão e vinho.
Se ele não quiser, siga o seu caminho.
Não quero o seu pão, nem quero o seu vinho.
Só quero que a menina me ensine o caminho.
Vai-te minha filha, faz-te bem mandada,
ensinar o cego além para a estrada.
Venha minha esposa, ponha-se ao meu lado,
que eu não sou o cego, sou seu namorado.
Poema recolhido por Maria Tavares Transmontano, in ‘Os Transmontano no Alentejo”
Cortesia de Ruy Ventura/JDACT