Menina dos olhos de Água
«Menina em teu peito sinto o Tejo
e vontades marinheiras de aproar
menina em teus lábios sinto fontes
de água doce que corre sem parar
e vontades marinheiras de aproar
menina em teus lábios sinto fontes
de água doce que corre sem parar
menina em teus olhos vejo espelhos
e em teus cabelos nuvens de encantar
e em teu corpo inteiro sinto o feno
rijo e tenro que nem sei explicar
e em teus cabelos nuvens de encantar
e em teu corpo inteiro sinto o feno
rijo e tenro que nem sei explicar
se houver alguém que não goste
não gaste, deixe ficar
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar
não gaste, deixe ficar
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar
aprendi nos Esteiros com Soeiro
aprendi na Fanga com Redol
tenho no rio grande o mundo inteiro
e sinto o mundo inteiro no teu colo
aprendi na Fanga com Redol
tenho no rio grande o mundo inteiro
e sinto o mundo inteiro no teu colo
aprendi a amar a madrugada
que desponta em mim quando sorris
és um rio cheio de água levada
e dás rumo à fragata que escolhi
que desponta em mim quando sorris
és um rio cheio de água levada
e dás rumo à fragata que escolhi
se houver alguém que não goste
não gaste, deixe ficar...,
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar»
não gaste, deixe ficar...,
que eu só por mim quero-te tanto
que não vai haver menina p'ra sobrar»
Poema de Pedro
Barroso, in ‘Cantos da Borda D’Água,
1985’
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