Cortesia
de wikipedia e jdact
«(…) Semanas se passaram sem
nenhuma notícia do Museu Britânico. Comecei a me preocupar. Finalmente, após um
mês, regressei ao museu e subi até ao Departamento Asiático-Ocidental. Lá
conheci outro especialista. Há um mês eu trouxe umas fotos que tirei de uma
grande quantidade de textos em papiro. Não tive nenhuma notícia desde então.
Sabe se alguém teve tempo de dar uma olhadela neles? O especialista me olhou
sem entender. Que fotos? Contei novamente a história para fazê-lo entender. Ele
me pareceu distraído, desinteressado. Não tinha ouvido falar nada sobre a
entrega dessas fotos ao departamento e, de qualquer maneira, essa não era a sua
área. Provavelmente haviam sido entregues a um outro perito que passara algum
tempo trabalhando no museu e agora já não estava mais lá. Para onde foi?,
perguntei. Não sei, foi a sua resposta. Acho que para Paris. Lamento quanto às
suas fotos. Nunca mais soube delas. Sem um recibo, nada havia a fazer.
Felizmente, eu ainda tinha em
casa algumas cópias de baixa qualidade, de modo que podia provar que a colecção
realmente existia, mas nem de longe dar a alguém uma ideia da extensão do que
ela pudesse conter. Um perito, examinando as minhas poucas fotos remanescentes,
identificou a maior parte dos textos como registos de transacções comerciais. Dez
ou doze anos mais tarde, vinha eu descendo uma rua margeada de lojas caras numa
grande cidade ocidental quando vi um dos palestinos que conheci no banco
naquele dia. Aproximei-me e perguntei se ele se lembrava de mim. É claro,
respondeu. Você era o colega do..., e me deu o nome do meu amigo. Sabe, comecei,
eu sempre quis saber que fim levaram aqueles textos antigos que fotografei
naquele dia no banco. Foram vendidos, afinal?
Não ouvi mais falar deles, foi a
sua resposta imediata, que não me convenceu. Em seguida, dando a impressão de
estar muito ocupado, desculpou-se elegante e educadamente e seguiu seu caminho.
Não posso dizer que fiquei surpreso, pois passei muitos anos vivendo num mundo
onde as chaves cruciais para os mistérios do nosso passado estão,
simultaneamente, disponíveis e fora de alcance. Como veremos, esses baús de
documentos não constituem o único exemplo de provas importantes que permanecem,
torturantemente, inalcançáveis.
O
Tesouro do Padre
Ao longo da minha carreira,
troquei correspondência com outros historiadores e pesquisadores quanto à
verdade por trás da história oficial, mas algumas cartas exigem mais atenção
que outras. Esta certamente exigiu.
Deixe-me avisá-lo de que o tesouro
não envolve ouro e pedras preciosas, mas um documento que contém prova
irrefutável de que Jesus estava vivo no ano 45 d.C.. As pistas deixadas pelo
bom cura nunca foram entendidas, mas fica claro pela sua leitura que uma substituição
foi efectuada pelos extremistas zelotes no caminho para o local da execução. O
documento foi vendido por uma soma muito vultosa e escondido ou destruído.
Richard
Leigh, Henry Lincoln e eu simplesmente não sabíamos o que fazer com esse
bilhete. Ele vinha de um respeitado e preparadíssimo vigário da Igreja Anglicana,
o reverendo Douglas William Guest Bartlett. Por bom cura Bartlett se referia ao
abade Béranger Saunière, o pároco do pequeno vilarejo montanhoso de Rennes
le Château, aninhado aos pés dos Pirenéus». In Michael Baigent, Os
Manuscritos de Jesus, Editora Nova Fronteira, 2006, ISBN 978-852-091-898-2.
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