Cortesia de antena2
Tino Sehgal and participants
of These Associations outside Tate Modern Photo courtesy of Gabrielle Fonseca
Johnson, Tate Photography 2012
«A lei dos 'Direitos de
Autor e dos Direitos Conexos' não protege a ideia para uma obra de criação
intelectual. A lei somente tem aplicação quando a ideia da obra é por qualquer
modo exteriorizada. Esta pode compreender livros, obras dramáticas e musicais e
a sua encenação; conferências; obras coreográficas, «cuja a expressão se
fixe por escrito ou por qualquer outra forma»; composições musicais (com ou
sem palavras); obras cinematográficas, televisivas, fotográficas, etc. As obras
concebidas pelo artista Tino Sehgal (Londres, 1976) circulam primeiramente em
redor desta ideia legal para se exteriorizarem, se desenvolverem e marcarem a
sua posição criativa no âmbito público.
Tino Sehgal não permite que exista qualquer forma de exteriorização tangível do seu trabalho. Intituladas de 'Situações Construídas' as peças representam um desafio para as instituições envolvidas na sua apresentação, conservação e/ou, representação legal. Dada a não existência de qualquer objecto físico, forma de contracto escrito, por exemplo, a explicar o processo de apresentação da obra; esta é comunicada verbalmente entre o autor e os diferentes 'interpretes'. O processo de compra e venda de qualquer umas das suas 'peças' envolve a presença física do criador, do adquirente e dos seus representantes legais e/ou testemunhas; o 'contracto' assinado é na forma verbal. Por exemplo, entre as poucas condições apresentadas no contracto, a possibilidade da re-venda da 'obra' por parte de um coleccionador ou instituição implica a aceitação desta norma do contracto e terá de tomar a mesma forma, ser unicamente verbalizado.
Tino Sehgal não permite que exista qualquer forma de exteriorização tangível do seu trabalho. Intituladas de 'Situações Construídas' as peças representam um desafio para as instituições envolvidas na sua apresentação, conservação e/ou, representação legal. Dada a não existência de qualquer objecto físico, forma de contracto escrito, por exemplo, a explicar o processo de apresentação da obra; esta é comunicada verbalmente entre o autor e os diferentes 'interpretes'. O processo de compra e venda de qualquer umas das suas 'peças' envolve a presença física do criador, do adquirente e dos seus representantes legais e/ou testemunhas; o 'contracto' assinado é na forma verbal. Por exemplo, entre as poucas condições apresentadas no contracto, a possibilidade da re-venda da 'obra' por parte de um coleccionador ou instituição implica a aceitação desta norma do contracto e terá de tomar a mesma forma, ser unicamente verbalizado.
[…]
Na peça, These
associations (2012), apresentada na Tate Modern, parte da Unilever
Series, um conjunto de pessoas executa uma série de acções que mímica o
visitante da Tate Modern, enquanto ocupante (visitante) de um espaço
museológico. Esta coreografia encara o visitante directamente, cria situações
sociais através do recurso à conversa, ao som ou ao movimento, assim como
envereda por um debate filosófico e económico. Por momentos, a multidão
composta por 'interpretes' e visitantes corre pela Turbine Hall,
caminha, recua lentamente, mistura-se com os restantes visitantes, para, joga
ou canta. É aqui que percebemos que esta não é uma multidão de seguidores, mas
sim um organismo vivo, com a sua voz! Ao reflectir sobre o comportamento de
grupos e colectivos a acção coreografada preenche o espaço com uma peça
interactiva, íntima e de reflexão crítica sobre o meio circundante: o contexto
museológico, em particular, e os comportamentos da sociedade contemporânea, em geral.
Da mesma forma, por exemplo, como os trabalhos tecnológicos de Rafael
Lozano-Hemmer ao necessitar da presença e consequente interacção por parte
dos observadores para com a obra de forma a que ela actue e tome a forma
pretendida pelo autor; ou a atribuição de novas significações em algumas das
obras de Francis Alÿs ou Joana Bastos sobre a a interacção no
espaço social comum. Em "The Emancipated Spectator" (2009), o filosófo francês Jacques
Rancière defende que o espectador deve de ser envolto pela performance, e
conduzido para o circulo de acções que re-estabelece a sua energia colectiva. E
acrescenta ainda, que a emancipação começa quando desafiamos a oposição entre
ver e actuar; quando compreendemos que os factos evidenciados que estruturam as
relações entre dizer, ver e fazer pertencem em si mesmos à estrutura de domínio
e subjecção.
jdact
[…]
De um momento para o outro
estamos em palco e fazemos parte do espectáculo! Estamos no centro da acção. A
sensação com que nos confrontamos durante o tempo de observação, entre a obra e
o observador, é completamente extraordinária e confere-nos a autoridade para
temos a nossa própria voz». In Rui Gonçalves Cepeda, Teresa Pizarro, The
Unilever Series, 2012, Tino Sehgal, Tate Modern (Londres), até ao pf
dia 28 de Outubro de 2012.
A amizade do Rui
Cortesia de Molduras/JDACT