domingo, 31 de agosto de 2014

The Best Of no 31. Serra da Arrábida na Poesia Portuguesa. «Que vento atravessa a fortaleza? Perto (muito perto) a gruta, sem vento, acolhe poeira, vestígios de ouro e de sangue, por entre o lixo e os musgos enegrecidos»

jdact


«Do meio desta Serra derramando
a saudosa vista nas salgadas
águas humildes, quando e quando inchadas,
conforme o vário vento vai soprando,
estou comigo só considerando,
donde foram passar coisas passadas,
e donde irão presentes mal fundadas,
pois pelos mesmos passos vão passando.
Oh qual se representa nesta parte
aquela derradeira hora de vida
tão devida, tão certa e tão incerta!
Em quantas tristes partes se reparte,
dentro nest’alma minha entristecida,
a dor, que em tais extremos me desperta!»


JDACT