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A verdade sobre o segredo do Templo de Salomão
«Muitas
pessoas não sabem o significado da palavra gnose; outras acham que ela quer
dizer apenas conhecimento e param por aí. Entretanto, ela tem um
significado mais profundo. É a palavra que deu origem ao título gnóstico, ou aquele
que tem um conhecimento especial. A verdadeira definição do termo gnose é a
experiência mística do Divino directamente em si mesmo. É a realização da nossa
verdadeira natureza que não pode ser discernida por intermédio de dogmas ou doutrinas
intelectuais, mas somente pela experiência. As crenças e os segredos supremos
dos cristãos gnósticos constituem um mistério para a maioria das pessoas. Eles
praticam uma espiritualidade que é, sem dúvida, mais oriental do que a versão
do cristianismo tradicional ocidental. Como diz Mateus, no livro de Tomé: porque
aquele que não se conhece nada conhece, mas aquele que se conhece já adquiriu o
conhecimento sobre as profundezas do Universo. Tais são as palavras de
Cristo, segundo Tomé, e essas poucas palavras revelam a profundeza do sistema
da crença gnóstica. Essa passagem parece dizer que o lugar mais importante para
procurar a verdade, o Divino, e o conhecimento supremo do Universo é dentro de
nós mesmos.
Os Upanishads dizem que: não é
pela argumentação que se conhece o eu.
Faça a distinção entre o eu e o corpo e a mente. O eu, o atman, o refúgio mais
elevado de todos, impregna o Universo e habita o coração das pessoas. Aquelas
que aprendem sobre o eu e praticam constantemente a meditação atingem
esse atman imutável e com brilho próprio. Façam o mesmo... O atman é a
verdadeira realidade interior, o espírito, ou o elemento do Filho de Deus dentro
de cada um de nós. Os alquimistas dizem que o atman jamais morre. Seus dias não
têm fim e ele é absolutamente perfeito. O objecivo da gnose é descobrir essa
verdadeira realidade interior, que nos proporciona uma profunda percepção do
próprio Universo.
Eu
lhes darei o que nenhum olho viu, o que nenhum ouvido escutou, o que nenhuma
mão tocou e o que jamais aflorou à mente humana. Essas foram as palavras que
Tomé atribuiu a Cristo. Os gnósticos acreditam que Jesus Cristo era ninguém
menos que o atman, a verdadeira realidade interior de nós mesmos, falando em
unicidade por toda a história da humanidade. As palavras de Cristo casam-se com
as de outros avatares históricos e religiosos porque ele é um arquétipo que
existe dentro de cada um de nós. O verdadeiro Cristo é o verdadeiro Nós, e se
pudermos adquirir a sabedoria e o conhecimento desse verdadeiro Nós, ou Cristo,
então seremos capazes de ver o que o olho não viu e ouvir o que nenhum ouvido
escutou. Entraremos verdadeiramente em contacto com o que jamais aflorou à
mente humana porque o que veremos é muito mais do que apenas a criação dá
humanidade.
Os segredos da Antiguidade são
mais profundos do que a maioria das pessoas suspeita. A verdade sobre algumas
das mais enigmáticas questões da história da humanidade, incluindo, entre elas,
o Templo de Salomão, está guardada dentro da mente do homem. Essas questões
foram identificadas anteriormente por nossos ancestrais, mas as suas respostas
se perderam. O homem moderno se esforça para explicar a existência do ser
humano usando o pensamento lógico e racional. Mas, ao agir assim, o homem
moderno só fez destruir esse conhecimento secreto e não consegue mais entender a
linguagem dos nossos antepassados que tão diligentemente registaram as suas
descobertas relacionadas à nossa existência, à vida depois da morte e à
evolução máxima da nossa própria consciência. Por causa das suas tentativas de
manifestar, no mundo físico, aquilo que é místico, a humanidade perdeu o
conhecimento desses mistérios, criando quebra-cabeças que agora precisamos
resolver. Nunca encontraremos a ossada dos apóstolos, porque eles jamais
viveram como pessoas reais. Nunca pegaremos um fragmento da cruz verdadeira,
porque a crucificação jamais aconteceu. Nunca encontraremos o Santo Graal,
porque ele só existe na mente do homem. E nunca encontraremos o Templo de
Salomão, porque ele é o próprio homem.
Noutro
momento da História, eu teria sido queimado na fogueira por apresentar o
conhecimento contido neste livro. Isso ainda pode acontecer. Muitas pessoas
antes de mim tentaram revelar os segredos gnósticos e foram silenciadas ou
então forçadas a ocultar a verdade por trás de uma linguagem incrivelmente
simbólica que poucos puderam decifrar. Somente aqueles que sabem os segredos
têm olhos para ver e ouvidos para ouvir. Homens a quem chamaríamos hoje em dia
de alquimistas e ocultistas
esconderam o seu conhecimento por trás de uma linguagem e de imagens retóricas
que ficaram sobrepostas; foram necessários muitos anos de pesquisa para
descobrir a verdade. A linguagem desses adeptos, seja escrita, falada ou
artística, tornou-se conhecida como
esotérica, e somente aqueles
que a entenderem serão capazes de decifrar os seus significados ocultos, que é
a definição da verdadeira gnose». In Philip Gardiner, Gnose, O Segredo do
Templo de Salomão Revelado, 2005, Editorial Estampa, ISBN 978-972-332-431-0.
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