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Os
Tesouros do Vaticano
«(…)
Centro geográfico da Igreja Católica Romana, o Vaticano possui algumas das mais
preciosas obras de arte do mundo, e muitos acreditam que seja a organização
mais rica do planeta. Num livro sobre os tesouros do Vaticano, The Vatican
Billions (Os bilhões do Vaticano), Avro Manhattan observou que a Igreja
Católica é o maior poder financeiro, maior acumuladora de riquezas e a maior
proprietária de terras actualmente. Possui mais riquezas materiais do que
qualquer outra instituição, corporação, banco, truste gigantesco, governo ou estado
do mundo inteiro. O papa, como governante desse imenso acúmulo de riquezas, é, consequentemente,
o indivíduo mais rico do século XX. Ninguém tem condições de dizer precisamente
quanto ele vale em termos de bilhões de dólares. Segundo o autor, a Santa Sé
tinha grandes investimentos com os Rothschild na Inglaterra, França e Estados
Unidos, e no Hambros Bank e Credit Suisse em Londres e Zurique. Nos Estados
Unidos, tem holdings com o Morgan Bank, Chase-Manhattan Bank, First National Bank
of New York, Bankers Trust Company e outros. Entre seus investimentos estão
bilhões de acções das mais poderosas corporações internacionais, como Gulf Oil,
Shell, General Motors, General Electric, IBM e outras. Segundo uma estimativa
conservadora, a quantidade de investimentos é superior a 500 milhões de dólares
só nos Estados Unidos. Num comunicado publicado recentemente, a rquidiocese de
Boston declarou activos no valor de US$ 635.891.004, o que representava 9,9
vezes o seu passivo. Com isso restava um património líquido de US$ 571.704.953.
Não é difícil descobrir a riqueza absolutamente impressionante da igreja, disse
Manhattan, quando somamos as riquezas das vinte e oito arquidioceses e 122 dioceses
nos Estados Unidos, algumas das quais são ainda mais ricas que a de Boston.
Pode-se ter uma ideia das propriedades e outras formas de riqueza controladas pela
Igreja Católica pela declaração de um membro da Conferência Católica de Nova
Iorque, segundo a qual sua igreja provavelmente só perde para o governo dos
Estados Unidos no volume de compras anuais.
Essas
estatísticas indicavam que a Igreja Católica Romana, uma vez calculados todos
os activos, era o corrector mais incrível do mundo. A Santa Sé, independentemente
do papa que estivesse ocupando o cargo, foi se voltando cada vez mais para os
Estados Unidos. Um artigo do Wall Street Journal disse que os negócios
financeiros do Vaticano só nos Estados Unidos eram tão grandes, que
frequentemente envolviam a compra ou venda de ouro em lotes de um milhão de
dólares ou mais de cada vez. Segundo a United Nations World Magazine, o tesouro
do Vaticano chegava a vários bilhões de dólares em ouro. Boa parte dele estava
armazenada em lingotes no Federal Reserve Bank dos Estados Unidos, e o restante
em bancos da Suíça e Inglaterra. A riqueza do Vaticano apenas nos Estados
Unidos era maior do que a das cinco corporações mais ricas do país. Mas, em
1987, a revista Fortune noticiou que apesar de todo o seu esplendor, o Vaticano
está praticamente falido. O artigo dizia: depois de ter sobrevivido a
invasões bárbaras, perseguições, inúmeras pragas e cismas ocasionais, o papado
agora enfrenta um problema da era moderna: um profundo aperto financeiro. Os
custos da burocracia crescente do Vaticano superam em muito os seus recursos. No
ano anterior, a Santa Sé captou 57,3 milhões de dólares de fontes tão diversas
quanto taxas de cerimónias; receitas de publicações, anúncios em jornais e
vendas de videocassetes; e modestos ganhos de investimento de 18 milhões de
dólares. Com investimentos da ordem de 500 milhões de dólares, o Vaticano
controlou menos recursos financeiros do que muitas universidades
norte-americanas. Na Primavera de 2008, o Vaticano informou que seus contabilistas
haviam registado uma perda em suas contas anuais pela primeira vez em quatro
anos. O relatório dizia que a Santa Sé perdera quase 10 milhões de euros depois
de investir em dólares antes da queda acentuada da moeda norte-americana em
relação ao euro. E o buraco no orçamento teria sido ainda pior, disse uma
fonte, se a Igreja não tivesse elevado os contratos das suas propriedades em Roma,
sobre as quais não paga impostos ao estado italiano.
Os
aumentos nos contratos teriam provocado grande polémica em Roma, pois a Igreja teria
ameaçado despejar os inquilinos que não pagassem. O prejuízo também foi
atribuído ao péssimo desempenho dos meios de comunicação do Vaticano, incluindo
um jornal e uma estação de rádio, que haviam perdido aproximadamente 15 milhões
de euros no ano anterior. Em 2007, o Vaticano reportou uma receita geral de
236,7 milhões de euros, enquanto as despesas totalizaram 245,8 milhões de
euros. Boa parte da receita do Vaticano vem de doações de membros da Igreja em
todo o mundo. Os católicos norte-americanos contribuem com cerca de 80 milhões
de dólares. Especialistas avaliaram que a riqueza total do Vaticano em 2008
superava os 5 bilhões de euros». In Paul Jeffers, Mistérios Sombrios do
Vaticano, 2012, tradução de Elvira Serapicos, Editora Jardim dos Livros, 2013,
ISBN 978-856-342-018(7)-3(6).
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