Março
de 1824. Cambridge, Inglaterra
‘(…)
Não Por favor, entre ou Por favor, precisa secar-se. Só, entre. Outra garota teria feito um movimento com o seu cabelo e
dito, não pode dar-me ordens! Outra um pouco orgulhosa poderia pensar inclusive
se faltasse coragem para dizer em voz alta. Mas Honoria sentia frio, e
valorizava a sua comodidade mais que o seu orgulho e, mais ao ponto, este era
Marcus Holroyd, e o conhecia desde que usava jumpers. Desde os seis anos, para
ser precisa. Essa era provavelmente a última vez a que conseguiu mostrar-se em
vantagem, pensou com uma careta. Aos sete fora uma peste, tanto que ele e seu
irmão Daniel haviam decidido chamá-la de Mosquito. Quando ela tomou como um
elogio, que ela amava o quão exótico e perigoso que soava, eles tinham sorrido
e o trocaram para Percevejo. Percevejo, ela foi desde então. Ele já a vira mais
húmida que isto, também. Tinha-a visto completamente encharcada, quando tinha
oito anos e pensava que estaria completamente escondida nos ramos do velho
carvalho em Whipple Hill. Marcus e Daniel construíram um forte na base da árvore, e não permitiam
meninas. Tinham jogado pedras até que ela perdera o ânimo e se cansara.
Em retrospectiva, realmente não deveria ter escolhido o
ramo que pendurava sobre o lago. Marcus, entretanto a puxara, que era mais do
que podia dizer do seu próprio irmão. Marcus Holroyd pensou com pesar. Ele
estivera na sua vida quase tanto tempo como podia recordar. Desde antes de ser
lorde Chatteris, desde antes que Daniel fosse lorde Winstead. Desde antes que
Charlotte, sua irmã mais próxima em idade, casar e deixar o lar. Desde antes
que Daniel, também, se fosse. Honoria. Ela levantou o olhar. A voz de Marcus
era impaciente, mas o seu rosto tinha uma ponta de preocupação. Entre, repetiu
ele. Ela assentiu e fez o que ele dizia, tomando a sua grande mão e aceitando
ajuda para subir na carruagem. Marcus, ela disse tentando sentar no seu lugar,
com toda a graça e despreocupação que pudesse exibir num fino salão de visita,
sem importar os atoleiros nos seus pés. Que agradável surpresa vê-lo.
Ele só a olhou fixamente, com as suas escuras sobrancelhas
unindo-se ligeiramente como sempre. Estava segura de que estava tentado decidir
a maneira mais efectiva de repreendê-la. Estou aqui na cidade. Com os Royle,
disse ela, embora ele não tivesse perguntado ainda. Ficaremos aqui por cinco
dias... Cecily Royle, minhas primas, Sarah, Íris, e eu. Esperou um momento, por
algum tipo de brilho de reconhecimento nos seus olhos, depois disse: não sabe
quem são não é? Tem muitas primas, ele assinalou. Sarah é aquela com cabelos e
olhos grossos. Olhos grossos?, murmurou ele, esboçando um pequeno sorriso. Marcus. Ele
sorriu. Muito bem. Cabelo grosso. Olhos escuros. Íris é muito pálida. Com
cabelo loiro, lembra? Ainda não se recorda. Vem da família das flores». In Julia Quinn, Um Pedacinho de Céu, Edições ASA, 2017, ISBN
978-989-233-846-0.
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