Foi divertida a mensagem do amigo José Rui.
@
«O mundo inteiro usa este símbolo na correspondência electrónica, mas
poucos sabem o seu significado e origem. Durante a Idade Média eram escritos
pekos copistas, à mão. Precursores dos taquígrafos, os copistas simplificavam o
seu trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos,
sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser
mais rápido, tempo não faltava naquela época. O motivo era de ordem económica: tinta
e papel eram valiosíssimos.
Assim, surgiu o til (~) para substituir o m ou n que nasalizava a vogal anterior. Se reparar bem, verá que o til
é um enezinho sobre a letra. O nome espanhol Francisco, também grafado Phrancisco, foi abreviado para Phco e Pco(?) o que explica, em espanhol o apelido Paco.
Ao citarem os santos, os copistas identificavam-nos por algum detalhe
significativo das suas vidas. O nome de São José, por exemplo, aparecia seguido
de Jesus Christi Pater Putativus, ou seja,
o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde, os copistas passaram a
adoptar a abreviatura JHS PP e
depois, simplesmente, PP. A pronúncia dessas letras em sequência
explica porque José, em espanhol, tem o apelido de Pepe.
Já para substituir a palavra latina et
(e), eles criaram um símbolo que resulta do entrelaçamento dessas duas
letras; o &, popularmente conhecido como e comercial, em
português, e ampersand, em inglês, junção de and (e, em inglês), per se (por si, em latim) e and .
e foi com esse mesmo recurso de entrelaçamento de letras que os copistas
criaram o símbolo @, para substituir
a preposição latina ad, que tinha, entre outos, o sentido de casa de.
Foram os copistas, veio a imprensa, mas os símbolos @ e & continuaram firmes
nos livros de contabilidade. O @
aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço. Por exemplo: o
registo de contabilidade 10@£3
significava 10 unidades, ao preço de 3 libras, cada uma. Nessa época, o símbolo
@ significava, em inglês, at (a
ou em).
No século XIX, na Catalunha, o comércio e a indústria procuravam imitar
as práticas comerciais e contabilísticas dos ingleses. E como os espanhóis
desconheciam o sentido que os ingleses davam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo devia ser uma unidade de peso.
Para isso, contribuíram duas coincidências:
- A unidade de peso comum para os espanhóis, na época, era a arroba, cujo inicial lembra a forma do símbolo;
- Os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Por isso, os espanhóis interpretavam aquele registo de 10@£3 assim: dez arrobas custa 3 libras cada uma. Então, o símbolo @ passou a ser usado por eles para designar a arroba (medida de peso).
O termo arroba vem da
palavra árabe arruba, que significa a quarta parte: uma arroba (15 kg, em números redondos) correspondia a 1/4 de outra
medida de origem árabe, o quintar,
que originou o vocábulo português quintal, medida de peso que equivale
a 58,75 kg.
As máquinas de escrever, que começaram a ser comercializadas na sua
forma definita no século XIX, mais precisamente em 1874, nos Estados Unidos,
Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar os seus originais dactilografados,
trouxeram ao seu teclado o símbolo @,
mantido no seu sucessor, o computador.
Então, em 1972, ao criar o programa de correio electrónico (o
e-mail), Roy Tomlinson usou
o símbolo @ (at), disponível no
teclado dessa máquina, entre o nome do usuário e o nome do provedor. E foi
assim que Fulano@Provedor, X
ficou a significar Fulano no provedor X.
Na maioria dos idiomas, o símbolo @ recebeu o nome de alguma coisa
parecida com a sua forma:
- Em italiano, chiocciola, caracol;
- Em sueco, sanabel, tromba de elefante;
- Em Holandês, apestaart, rabo de macaco;
- Em alguns, tem o nome de certo doce de forma circular, shtrudel, em iídisch, strudel em alemão, pretzel, em vários outros idiomas europeus.
No nosso manteve a sua denominação original @rroba». In texto de Stella Calazans, composição de Linito. Comunicação oferecida pelo sempre castelovidense/portalegrense/lagóia.