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e wikipedia
A
verdade sobre os Templários
«(…)
Sobre as revelações do Pergaminho de Chinon, a revista Time observou que a
ideia de que tanto dinheiro, poder e influência tenham desaparecido com um
golpe da pena papal parece ter sido demais para a mítica sensibilidade
ocidental, que gostaria de acreditar que os templários tinham, de alguma
maneira, sobrevivido, se adaptado ou se transformado em outro grupo, ainda mais
secreto e transnacional. Ao longo dos séculos, a ordem supostamente ainda
existente tem sido retratada como maligna, benigna, heróica e oculta. A Time
observou que organizações de todo o mundo, sem ter nenhuma ligação directa, se
apropriaram do seu nome. (…) Essas homenagens não devem obscurecer o facto de
que, por maior que seja seu poder no reino da ficção e da fantasia, quase certamente
não se compara ao que já possuiu realmente, e que perdeu abruptamente. Cinco
séculos após o conluio entre o papa Clemente V e o rei Filipe, o Belo ter aniquilado
os templários, os arquivos do Vaticano receberam uma declaração conhecida como bula
(encíclica) papal emitida pelo papa Leão XIII que proibia a adesão dos
católicos à Maçonaria. Intitulada Humanum
Genus, promulgada no dia 20 de Abril de 1884, declarava que nenhum homem
pense que pode por qualquer motivo filiar-se à seita maçónica se valoriza seu
nome católico e sua salvação eterna como deve valorizar. O Código da Lei Canónica,
edição de 1917, no Cânone 2335, declarou: pessoas que aderem a associações da
seita maçónica ou quaisquer outras do mesmo tipo que tramam contra a Igreja, e
as autoridades civis legítimas, incorrem ipso facto à excomunhão
reservada simplesmente à Sé Apostólica.
No
dia 18 de Julho de 1974, o cardeal Franjo Seper, prefeito da Sagrada
Congregação da Doutrina da Fé, escreveu uma carta aos presidentes de todas as
conferências episcopais dizendo: (1) a Santa Sé tem repetidamente
procurado informações dos bispos sobre actividades maçónicas contemporâneas
dirigidas contra a Igreja; (2) não haverá nova lei sobre essa matéria
enquanto se aguarda a revisão da Lei Canónica incluindo o Cânone 2335; (3)
todos os cânones penais devem ser interpretados estritamente; e (4) a
proibição expressa contra a filiação à Maçonaria de clérigos, religiosos e
membros de instituições seculares permanecerá em vigor. Muitos sacerdotes
bem-intencionados interpretaram essa carta (…) como permissão para que
católicos leigos se tornassem maçons caso o bispo local considerasse que a loja
em questão não estava conspirando activamente contra a Igreja Católica ou as
autoridades civis. Como o Cânone 2335 estava em vigor na época, e assim
permaneceu até 1983, deveriam ter compreendido que nem mesmo o cardeal Seper
tinha autoridade para permitir que os católicos leigos se tornassem maçons. Em
17 de Fevereiro de 1981, o cardeal Seper tentou por um fim à confusão com uma
declaração formal que dizia que sua carta original não havia de maneira alguma
alterado a força do Cânone 2335, e que as penalidades canónicas declaradas não estavam
de maneira alguma revogadas. (…).
Quando
surgiu o novo Código, em 1983, o Cânone 1374 declarou: uma pessoa que se filia
a uma associação que trama contra a Igreja será punida com uma penalidade
justa; quem promover ou ocupar um cargo em tal associação será punido com uma
interdição. (…) O cardeal Joseph Ratzinger, então novo prefeito da Congregação
para a Doutrina da Fé e agora papa emérito Bento XVI promulgou sua Declaração
sobre as Associações Maçónicas (…) na qual afirma que o julgamento negativo da
Igreja em relação às associações maçónicas permanece inalterado, pois seus
princípios sempre foram considerados irreconciliáveis com a doutrina da Igreja,
e por isso a filiação a elas continua proibida. Os fiéis que se filiarem às
associações maçónicas estarão cometendo pecado grave e não poderão receber a
Sagrada Comunhão. O Vaticano esperava que a maioria das cópias do pergaminho de
Chinon fosse adquirida por bibliotecas especializadas das principais
universidades e por importantes estudiosos da Idade Média. A Biblioteca Maçónica
Livingston, de Nova Iorque, talvez seja a única instituição de pesquisa maçónica
a adquirir um exemplar. (…) Temos consciência de que essa compra despertará
alguma reprovação, tanto no interior como fora da fraternidade maçónica, observou
Thomas M. Savini, director da Biblioteca Maçónica Livingston. Mas a aquisição dessa
obra condiz com nossa missão de recolher, estudar e preservar a herança maçónica,
que inclui a pesquisa das raízes históricas da Maçonaria, mas também o estudo
de suas raízes inspiradoras, o que inclui os rosa-cruzes, a filosofia do
iluminismo europeu e os cavaleiros templários. Essa reunião de documentos é
importante não apenas para estudiosos da Maçonaria, mas para especialistas em
religião e Idade Média, e também historiadores. É importante que alguém nos
Estados Unidos disponibilize esses documentos e o Conselho de Directores da
Biblioteca concordou, por unanimidade, que seríamos nós.
Os
Tesouros do Vaticano
Erguida
na margem esquerda do rio Tibre em Roma, perto do Circo de Nero, onde segundo a
tradição são Pedro, o primeiro papa e apóstolo a quem Cristo confiou seu
ministério, foi martirizado em 67 d.C. A sede da Santa Sé e local da principal
residência do papa é o menor estado independente do mundo. Mas é o mais rico? Em
320–327 d.C., o imperador Constantino construiu uma basílica de cinco naves, sobre
o que se acredita ser o local da sepultura de são Pedro, com um santuário na
abside da igreja para marcar a localização da tumba. No século XV, o edifício
estava em mau estado e havia necessidade de mais espaço; foram feitos planos para
reformar e ampliar a igreja. No reinado do papa Júlio II (1503–1513), conhecido
como o Papa Guerreiro por ter vestido armadura para liderar tropas em defesa
das terras papais, o trabalho começou com um túmulo para Júlio, um enorme
monumento independente criado por Michelangelo. Júlio decidiu então derrubar a
basílica constantina e reconstruir a São Pedro inteiramente. Ao mesmo tempo,
Júlio encomendou afrescos para o interior do Palácio Vaticano. Ele pediu a
Rafael que pintasse quatro salas para serem usadas como área de recepção e escritórios
papais. Enquanto Rafael trabalhava, Michelangelo estava pintando o tecto da capela
papal conhecida como Capela Sixtina (1508–1512). Michelangelo pintou a abóboda
com cenas do livro do Génesis: a criação do mundo e de Adão e Eva, a expulsão
do Jardim do Éden e a destruição do mundo pelo dilúvio. (…) Em 1546,
Michelangelo, então com setenta e um anos, foi nomeado arquitecto da São Pedro
e desmanchou algumas construções; também começou a trabalhar na primeira grande
cúpula a ser erguida em uma colunata. Projectada por Michelangelo, mas só
terminada após sua morte, a abóboda coroa a igreja». In Paul Jeffers, Mistérios
Sombrios do Vaticano, 2012, tradução de Elvira Serapicos, Editora Jardim dos
Livros, 2013, ISBN 978-856-342-018(7)-3(6).
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