Cabeça de uma abelha
Cortesia Smithsonian e jdact
«De todos os insectos os
Hymenopteros dos quais as abelhas fazem parte, merecem o máximo interesse por
causa da grande actividade e até inteligência que desenvolvem. Com o primeiro raio
de sol nós vemos esses bichinhos diligentes pegar no seu serviço, criar as condições
mais favoráveis para a sua progenitura, e sem descanso continuar no seu trabalho
até que os crepúsculos impedem para este dia a actividade deles. Muitos, porém,
continuam mesmo de noite a procurar alimentos, por exemplo as formigas, outro grupo
dos Hymenopteros, e neste caso raras vezes temos sentimentos de alegria quando descobrimos
os vestígios de seus trabalhos danificantes em nossas casas.
Apesar disto pouco se conhece
ainda da fauna hymenopterologica do Brasil. Visto que num pequeno território um
coleccionador hábil pode constatar um número imenso de espécies diferentes, pode-se
calcular que um estudo profundo e minucioso feito em muitas partes e localidades
deste grande país nos conduzirá ao conhecimento de milhares de formas. O progresso
no conhecimento das abelhas indígenas do Brasil é, especialmente nos últimos anos,
satisfatório; muito, porém, resta ainda desconhecido e somente a colaboração de
muitas pessoas que com dedicação façam e registem as suas respectivas observações
sobre o tempo do aparecimento, a biologia, a nidificação, etc. das abelhas e que
no mesmo tempo colecionarem grande número de exemplares de cada espécie pode fazer
aproximadamente completo o nosso conhecimento desta parte da entomologia em tempo
limitado.
Na classificação das
abelhas são muito importantes as partes que formam a boca. O exame desses órgãos
é fácil nas espécies grandes ou nos exemplares recém capturados. Consistem das partes
seguintes:
- O labrum,
- As mandíbulas,
- As maxilas,
- Os palpi-maxilares,
- A língua,
- As paraglossas,
- Os palpi-labiais,
- O mentum.
Além das partes bocais distinguem-se
na cabeça as partes seguintes:
- O clypeo,
- As antenas,
- Os olhos compostos,
- Os oceli (olhos simples),
- A fronte,
- O vértice
O corpo das abelhas consiste
de duas partes: O tórax e o abdómen. O tórax tem dois pares de asas e três pares
de pernas; ele consiste de três anéis. O protórax, o mesotórax e o metatórax. A
parte dorsal do tórax tem o nome ‘Notum’, a parte ventral ‘Sternum’, e na consequência
a parte dorsal do protórax chama-se ‘Pronotum’, a parte ventral do mesotórax Mesosternum,
etc.
O corpo de uma abelha
Cortesia Smithsonian e
jdact
Nos lados do ‘Mesonotum’
notam-se duas escamas pequenas que cobrem a base das asas as ‘tegulas’. Na margem
posterior do Mesonotum estão dois apêndices, os quais porém, só nas espécies pouco
pubescentes são bem distinguíveis, o ‘scutellum’ e o post-scutellum. Atrás destes
o ‘Mesonotum’ torna-se visível.
Das asas, o par anterior
merece grande interesse por causa de ser importante para a classificação. As partes
as mais importantes são:
- A veia costal,
- A célula radial,
- As células cubitais.
Algumas abelhas têm 3 destas
células, outras tem apenas duas, e entre as abelhas sociais
os grandes géneros ‘Melipona
e Trígona, aos quais pertencem todas as abelhas indígenas brasileiras que vivem
em enxames têm apenas uma célula cubital e mesmo esta não é sempre distinta
(334)». In Curt Schrottky, Ensaio sobre As Abelhas solitárias do Brazil,
Revista do Museu Paulista, vol. V, 1903, Smithsonian Libraries 244449.
Cortesia Smithsonian Libraries/JDACT