sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Poesia. Maria Joana Couto. Cinzas de uma Fogueira Longe. «É feia a que sucede ao belo dia risonho e que não sai da nossa ideia! Que traz consigo a dor da nostalgia... A que a alma afeita, a sós pranteia!»

Cortesia de lalberodelloyoga


Noite Linda
Não soube com certeza o que dizia,
quem afirmou que a noite é sempre feia!
É sempre bela, a noite que anuncia
o fim dum dia triste que se odeia!
É feia a que sucede ao belo dia
risonho e que não sai da nossa ideia!
Que traz consigo a dor da nostalgia...
A que a alma afeita, a sós pranteia!

Mas porque encontro em ti, a noite linda?...
Tão linda como a luz da Lua infinda,
cercada de estrelinhas, na amplidão?

É porque muito alto junto a Deus
diviso a meiga luz
dos olhos teus...
Que torna clara, meiga escuridão!

Desejo
Se eu pudesse
ser o que não sou...
Ir aonde não vou...
E estar
aonde não
estou...

Poemas de Maria Joana Couto, in «Cinzas de uma Fogueira Longe»

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