domingo, 19 de fevereiro de 2012

Voyages of Discovery. Uma Colecção Portuguesa em Viagem pelo Mundo. «O conjunto das 15 telas da colecção poderá ser interpretado como uma conversa através do tempo entre os dois artistas, visto que percorre muitas das décadas de produção de ambos, sendo por isso mesmo bastante abrangente e um testemunho da evolução dos próprios pintores»

Cortesia da foriente

Galeria Sul.
«O Museu do Oriente acolhe de 28 de Fevereiro a 4 de Março de 2012 um conjunto de obras de arte chinesas que a leiloeira britânica Bonhams pretende levar a leilão em Hong Kong depois de várias apresentações em cidades como Paris, Nova Iorque, Londres, Singapura, Taipé, Beijing, Xangai e Hong Kong. A mostra destina-se a divulgar uma colecção portuguesa de 12 valiosas peças de cerâmica e um conjunto de telas de dois expoentes máximos da pintura chinesa. Esta colecção é, tal como as Descobertas, uma aventura desta vez pela vasta e delicada arte chinesa, percorrendo alguma história da cerâmica desde a dinastia Song (960-1279) (por coincidência, ou talvez não, contemporânea à fundação de Portugal) e culminando na pintura de dois dos maiores mestres chineses dos séculos XX e XXI, Chu Teh-Chun e Zao Wou-Ki.
O conjunto das 15 telas da colecção poderá ser interpretado como uma conversa através do tempo entre os dois artistas, visto que percorre muitas das décadas de produção de ambos, sendo por isso mesmo bastante abrangente e um testemunho da evolução dos próprios pintores. Nascidos na China e alunos de Lin Fengmian no Hangzhou Academic Art College, seguiram caminhos semelhantes, tendo viajado para Paris (na época um centro artístico em ebulição) em 1948 (Zao Wou-Ki) e 1955 (Chu Teh-Chun). A fusão da caligrafia e pintura tradicional chinesa com o abstraccionismo ocidental, ‘aliados ao emaranhado de sentimentos e vivências dos pintores’, teve o deslumbrante resultado que aqui se mostra.

Os 12 objectos de cerâmica, que fazem parte da colecção, são autênticos tesouros imperiais de perfeição e delicadeza: dois pratos Song, que roçam a perfeição, um deles com um poema inscrito, seis séculos mais tarde, pelo imperador Qianlong, em que destaca a beleza desse mesmo objecto. Em exposição estão também porcelanas raras das dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644-1912) de diferentes formas e decorações, nas quais se evidencia um fio condutor – a excepcionalidade da origem, estado de conservação e qualidade. A completar a colecção, ainda algumas peças em cloisonnée, minuciosamente elaboradas, entre as quais ressalta o ice cooler, um precursor do ar condicionado no qual se colocava um bloco de gelo que servia para arrefecer a divisão onde se encontrava (o Museu Victoria & Albert, em Londres, possui uma peça idêntica o que poderá indicar que, muito provavelmente, faria par com o agora exposto em Lisboa)». In Fundação Oriente.


Cortesia da F. Oriente/JDACT