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Havia
varetas de um material duro, não identificado e, no pórtico, duas pedras cénicas
de cerca de 6 polegadas (15 cm) e 9 polegadas (22,5 cm) de altura
respectivamente. Os exploradores ficaram bastante perplexos com isso, mas se
espantaram ainda mais com a descoberta de um cadinho de metalúrgico e uma
quantidade considerável de pó branco puro escondido entre lajes cuidadosamente
assentadas. Após o acontecimento, os egiptólogos começaram a discutir porque um
cadinho teria sido necessário num Templo, debatendo ao mesmo tempo uma
misteriosa substância chamada mfkzt (pode-se pronunciar Mufkuzt), que
aparecia em dúzias de menções na parede de Serábit e em inscrições de estelas.
Alguns diziam que mfkzt poderia ser cobre, enquanto outros preferiam a ideia da
turquesa, já que ambos eram extraídos na região baixa além da montanha. Outros ainda
supunham que talvez fosse malaquita, mas eram todos palpites sem base, pois não
havia traços de nenhum desses materiais no sítio.
Se a mineração da turquesa foi
uma função primária dos mestres do Templo durante tantos períodos dinásticos,
seria de se esperar encontrar turquesas no sítio e, em abundância, dentro dos
túmulos egípcios, mas não era assim. Durante o debate, determinou-se que
pesquisas acerca do mfkzt haviam sido feitas anteriormente pelo filólogo alemão
Karl Richard Lepsius, que descobrira a palavra mfkzt no Egipto, em 1845.
Na verdade, a questão fora feita ainda antes pelo cientista francês Jean François
Champollion que, em 1822, encontrou a chave para decifrar a Pedra de Rosetta e
foi pioneiro na arte de compreender os hieróglifos egípcios. Algum tempo antes
da expedição de Petrie, havia-se chegado à conclusão de que mfkzt não era bem
turquesa, nem cobre, nem malaquita. Porém, determinou-se que a palavra significa
alguma forma de pedra extremamente valiosa e considerada instável de
algum modo. Diversas listas de substâncias consideradas preciosas pelos
egípcios incluíam o mfkzt; mas, pelas virtudes das outras gemas, minerais e
metais nessas mesmas listas, sabiam que não era nenhum deles. Após mais de cem
anos de pesquisa e investigação, ao estudar as listas em 1955, o melhor que os
egiptólogos puderam determinar era que o mfkzt era um produto mineral valioso.
A Pedra de Rosetta (actualmente
no Museu Britânico) foi encontrada próximo de Alexandria, em 1799, pelo tenente
Bouchard, quando da expedição napoleónica ao Egipto. A pedra basáltica negra de
aproximadamente 196 a.C. traz o mesmo contexto textual em três diferentes
escritas: hieróglifos egípcios, egípcio demótico (escrita cursiva quotidiana) e
grego. Pela análise comparativa dessas escritas (sendo a linguagem grega prontamente
familiar), o código hieroglífico foi revelado; pôde então servir de referência
nos cartuchos faraónicos dos reis egípcios.
Não obstante, o primeiro registo
histórico de mfkzt fora do Sinai é provavelmente o mais revelador de todos.
Aparece de maneira muito diferente e muito mais descritiva nos Textos da
Pirâmide, escritos sagrados que adornam a pirâmide da 5ª. Dinastia, túmulo do
rei Unas, em Saqqara, esquematizando a sua ressurreição após a morte. Ali se descreve
a localidade em que se diz que o rei morto vive eternamente com os deuses; é
chamada Campo de Mfkzt. Outro lugar etéreo nomeado nos Textos da Pirâmide é o
Campo de Iaru, A Dimensão dos Abençoados, e parece haver um ponto em comum entre
ambos. A partir disso, determinou-se que o mfkzt não era apenas uma substância
terrena valiosa, por vezes classificada como pedra; era também a chave para um
campo indefinível, um estado dimensional alternativo do ser. A palavra campo é
também usada para descrever regiões em que forças operativas, como a gravidade
e o magnetismo,
são
activos. Voltarei a tratar disso no devido tempo.
O
Grande
Durante
as investigações, outras causas de espanto para os cientistas eram as numerosas
referências escritas a pão encontradas em Serábit e o hieróglifo
tradicional para Luz (um ponto dentro de um círculo) representado no
Relicário dos Reis. Claro, havia então o misterioso pó branco a considerar,
muitas toneladas dele, segundo o que conta Petrie. Ao discutir a respeito do
pó, sugeriu-se que talvez fosse resto de fusão de cobre; porém, como Petrie fez
notar, a fusão não produz pó branco, mas deixa uma densa escória negra. Além
disso, não havia suprimento de minério de cobre a uma distância de quilómetros
do Templo. Em todo o caso, determinou-se que a fusão era realizada em vales
distantes. Outros supuseram que o pó era cinza da queima de plantas para a
produção de álcali, mas também não se encontraram resíduos de plantas». In Laurence Gardner, Os Segredos Perdidos
da Arca Sagrada, Editora Madras, 2004, ISBN-978-857-374-901-4.
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