Cortesia
de wikipedia e jdact
O complexo religioso
«(…) Destaca-se
ainda uma placa rectangular de mármore, possivelmente aparecida neste local e
pertencente ao acervo do Museu Nacional de Arqueologia, com cronologia
atribuída ao século VI d.C. e que se encontra trabalhada em três das suas
faces. O motivo central, insculpido na face maior, é o tema da Árvore da Vida, descrevendo
círculos e, entre estes, um touro e um leão, sendo os espaços livres ocupados
por outros pequenos animais, como a pomba e o coelho ou lebre. Nas faces
laterais, de um cantarus
sai uma gavinha de videira coberta de parras e cachos de uvas.
Batistério
II
Nos meses de Junho e Julho de
2013 a equipa do CAM iniciou uma escavação arqueológica na encosta do Castelo
de Mértola, com o objectivo de compreender a sequência ocupacional daquela
área. O edifício, onde se insere esta estrutura octogonal, encontra-se em fase
de escavação, no entanto, os elementos existentes permitem-nos estimar a sua
área de implantação em 262 m2. O limite Este foi parcialmente destruído,
contudo, a limpeza das áreas anteriormente intervencionadas, pôs a descoberto
vários compartimentos paralelos. O espaço central é mais comprido que o
anterior, não tendo a escavação arqueológica revelado a sua largura. Contudo, a
centralidade deste compartimento e o aparecimento de duas bases de coluna e um
fragmento de cancela, sugerem poder tratar-se do local de implantação do altar.
Na parte sul e paralela à parede localiza-se um conjunto de bases de colunas
com as colunas tombadas.
Paralelo
ao muro delimitador do edifício, a sul, foram postas a descoberto três bases de
colunas de mármore, localizadas in
situ, e que permitem definir um intercolúnio com um espaçamento de
2,70 m. No lado oposto, no sentido perpendicular, existe um conjunto de três
estruturas de alvenaria alinhadas com o intercolúnio mantendo uma cadência
semelhante que seria o local de colocação de bases de colunas. A escavação
revelou, junto às bases, restos de fustes de coluna em mármore, partidos mas
reconstituíveis, com uma métricas em torno dos 2,35 m e 2,30 m.
Grande
parte do pavimento posto a descoberto preservava in situ o empedrado feito com lajes de calcário retangular,
e duas lajes de mármore que contêm letras gravadas. A disposição deste
pavimento fez-se de forma regular na maior parte conservada. No entanto, no
lado sul e sudoeste do octógono, as lajes estão dispostas de forma ligeiramente
enviusada, havendo três fiadas que apresentam placas com contornos irregulares
mas perfeitamente integradas na pavimentação. Na parte norte e este do edifício
verifica-se a ausência de pavimentação pois algumas destas lajes encontravam-se
integradas nos muros das casas islâmicas situadas nas imediações.
O lugar central é ocupado por uma
piscina que tem uma largura exterior máxima de 4,80 m, a profundidade máxima é
de 1,52 m, sendo de 1,16 m de profundidade até ao orifício do desaguo.
Interiormente, estrutura-se em degraus com distinta altura, sendo o fundo
constituído por duas placas de mármore que formam um octógono irregular». In Virgílio Lopes, O complexo religioso e os baptistérios
de Mértola na Antiguidade Tardia, Revista Medievalista, Número 23,
Janeiro-Junho 2018, ISSN 1646-740X.
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