quinta-feira, 14 de junho de 2018

Vida Poética. Luiz Carlos Ramos. «... duas sílabas ligeiras pelas quais vale a pena morrer seja como for mas melhor se for de rir mais ainda se por amor»

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Vida
«Duas sílabas fugazes
que escorrem
entre o primeiro choro e último suspiro
entre o berço e a sepultura…
Entre o agora e o nunca mais
duas sílabas leves
que flutuam
entre o instante e a eternidade
entre o ser e o nada
entre o já e o jamais
duas sílabas livres
que dançam
entre desafinos e desatinos
entre mínimas e semibreves
entre lás e sóis, sustenidos e bemóis
duas sílabas apaixonadas
que se beijam
entre o por que e o porquê
entre o não e o talvez
entre o sim e o enfim sós
duas sílabas ligeiras
pelas quais vale a pena morrer
seja como for
mas melhor se for de rir
mais ainda se por amor»
Poema de Luiz Carlos Ramos
15 de Junho de 2017

Amavam-se
«A estrela do mar e a estrela ao luar
Mas uma nuvem ciumenta
Envolveu esse amor em tenebrosa tormenta
E já não podiam se ver
A estrela do mar e a estrela ao luar
Até que veio em socorro uma brisa ligeira
Que bem sorrateira soprou para longe a bruma agourenta
E as estrelas puderam de novo
Trocar confidências à luz do luar
Incomodada, uma onda invejosa avançou para a praia
E cobriu com espuma a estrela do mar
Só que a lua do céu com suas cordas de luz
Devolveu a onda abusada p’ro fundo do mar.
E a estrela do céu e a estrela do mar
Rolaram de amor à luz do luar»
Poema de Luiz Carlos Ramos
1.° de Outubro de 2016

Cortesia de Wikipedia