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«(…)
Espera
«Dei-te
a solidão do dia inteiro.
Na
praia deserta, brincando com a areia,
No
silêncio que apenas quebrava a maré cheia
A gritar
o seu eterno insulto,
Longamente
esperei que o teu vulto
Rompesse
o nevoeiro.
Esgotei
o meu mal, agora
Queria
tudo esquecer, tudo abandonar,
Caminhar
pela noite fora
Num
barco em pleno mar.
Mergulhar
as mãos nas ondas escuras
Até
que elas fossem essas mãos
Solitárias
e puras
Que
eu sonhei ter».
In
Sophia de Mello B. Andresen, Dia do Mar, Obra Poética, Editorial Caminho, 2009,
ISBN 978-972-211-586-5.
Cortesia
de ECaminho/JDACT