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Cicuta
«(…)
Debruça-te meu amor
e colhe-me a manhã
Bebe-me o hálito
morde-me os gemidos
Eu sou o copo
de cicuta
(o vinho)
Com o qual envenenas
os sentidos»
Nem
Só
«Nem só do teu silêncio
direi raiva
Nem de todo o meu corpo
direi vício
Nem de todo o pé…
direi arma
E apenas do teu
direi ter sido
Quando o vácuo
é de vingar
ou de vergar
cravando sobre os seios a
sua enxada
Quando a minha boca
se conjuga
no teu baixo-ventre
e tua espada
Nem de todo o desejo
direi verão
Nem de todo o grito
a tua imagem
Nem de toda a ausência
direi chão
E só dos teus flancos
a viagem»
Poemas
de Maria Tereza Horta, in As Palavras do Corpo
In
Maria Tereza Horta, As Palavras do Corpo, Publicações dom Quixote, Lisboa,
2014, ISBN 978-972-204-903-0.
Cortesia
de PdonQuixote/JDACT