Cortesia
de wikipedia e jdact
«Geoffrey
Dawson persuadiu o All Souls College a dar-me, entre 1919-1920, tempo disponível
suficiente para escrever sobre a revolta árabe. Sir Herbert Baker permitiu-me
que morasse e trabalhasse nas suas casas de Westminster. O livro assim
produzido passou à prova em 1921, quando foi feliz nos amigos que o criticaram.
Deve ele em particular sua gratidão ao sr. e sra. Bernard Shaw, pelas incontáveis
sugestões de grande valor e diversidade: e por todos os aperfeiçoamentos presentes.
Não pretende ser imparcial. Escrevi-o de próprio punho e por minha própria iniciativa.
Queira o leitor aceitá-lo como uma narrativa pessoal extraída de memória. Não
me foi possível tomar devidamente os apontamentos: com efeito, seria falta de dever
para com os árabes eu colher semelhantes flores enquanto eles combatiam. História
idêntica poderiam contar todos os meus oficiais superiores, Wilson, Joyce, […] E
havia muitos outros líderes ou combatentes isolados a quem não seria justo este
relato. Menos justo ainda, evidentemente, como todas as histórias de guerra,
com os que não receberam menção, e perdem, como devem, até que tenham sua
bravura reconhecida, a sua quota de crédito». In Cranwell, 15 de Agosto de 1926
«Escrevi
os Livros 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 10 em Paris, de Fevereiro a Junho de 1919. A Introdução
foi escrita entre Paris e o Egipto, na minha ida ao Cairo, a bordo de um
Handley-Page, entre Julho e Agosto de 1919. Mais tarde escrevi, na Inglaterra,
o Livro 1. Perdi então tudo, salvo a Introdução e os rascunhos dos Livros 9 e
10, ao fazer baldeação num trem na Reading Station. Isso se passou no Natal de
1919. O texto I teria, caso tivesse sido terminado, cerca de 250.000 palavras,
pouco menos que a impressão particular de Os sete pilares, na forma pela qual
os receberam os subscritores. Minhas notas redigidas durante a guerra, sobre as
quais se baseavam grandemente, foram sendo destruídas à medida que era
terminada cada secção. Somente três pessoas leram muita coisa do seu conteúdo,
antes de eu os ter perdido.
Texto II
Um mês ou mais, depois, comecei
em Londres a rabiscar o que me vinha à memória sobre o texto primeiro.
Naturalmente dispunha ainda da Introdução original. Completei os outros dez
livros em menos de três meses, escrevendo muitos milhares de palavras a cada
vez, em demoradas sessões. Assim, o Livro VI foi inteiramente escrito entre um
nascer de sol e outro. O estilo sofreu necessariamente a falta de esmero: e dessa
forma o Texto II (se bem que apenas introduzisse poucos episódios novos) ultrapassou
400.000 palavras. Corrigi-o em intervalos no decorrer de 1920, confrontando-o
com os arquivos do Arab Bulletin e dois diários, além de alguns apontamentos
remanescentes. Conquanto péssimo como texto, tornou-se substancialmente
completo e exacto. De todo esse texto somente uma página foi por mim lançada ao
fogo em 1922.
Texto
III
Com a presença do Texto II sobre
a mesa, comecei em Londres o Texto III, continuando-o depois em Jidá e Amã
durante o ano de 1921, e novamente em Londres até Fevereiro do ano seguinte.
Grande cuidado foi exercido na sua composição. Ainda existe esse manuscrito.
Contém quase 330.000 palavras.
Textos Impressos Particularmente. Oxford
1922
Apesar de parecer-me difusa e
pouco satisfatória a história, conforme foi completada no Texto III, como
medida de prudência foi impressa textualmente em folhas não encadernadas em
Oxford, no primeiro trimestre de 1922, sob os auspícios do pessoal do Oxford
Times. Visto haver a solicitação de oito exemplares e ser muito grande o livro,
preferiu-se a forma impressa à datilografada. Cinco exemplares (encadernados em
livro para comodidade dos antigos membros da Força Expedicionária do Hedjaz,
que se prontificaram a criticá-lo) não foram ainda (Abril de 1927) destruídos.
«Algumas
das falhas da minha narrativa devem ser inerentes às nossas circunstâncias. Por
anos e anos consecutivos vivemos de qualquer modo, uns com os outros, no deserto
nu, sob o céu indiferente. Durante o dia, castigava-nos o calor; e aturdia-nos
o vento fustigante. À noite, éramos molestados pelo orvalho, e reduzidos a insignificâncias
pelos inumeráveis silêncios das estrelas. Constituíamos um exército sem gala
nem acção, centralizado em si mesmo, devotado à liberdade, que é o segundo credo
do homem, finalidade tão voraz que tragava todas as nossas energias, e esperança
tão transcendente que as nossas primeiras ambições desmaiaram ao seu fulgor». In T.E.
Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria, 1922, 1926, Publicações
Europa-América, 2004, ISBN 978-972-100-483-2.
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