sexta-feira, 5 de julho de 2013

A Quinta-Essência da Astrologia Prática. Haziel. «… a relação entre os movimentos dos astros e o seu próprio movimento, quer dizer, a concordância entre os factos marcantes para si e para o seu ambiente e os acontecimentos importantes na abóbada estrelada»

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«Os agricultores sabem, por experiência, que se fizerem uma plantação de batatas no Quarto Crescente, a planta terá folhas exuberantes, mas poucos tubérculos; sabem também que se plantarem tomates ou milho no Quarto Minguante, as plantas terão raízes vigorosas, mas poucos frutos. Os agricultores são astrólogos por necessidade e conhecem bem as relações Lua-Terra. Se eles se interessassem pela vida emotiva e pelo psiquismo dos seres humanos, veriam igualmente que o Quarto Minguante intensificava a vida interior e que o Quarto Crescente, até à Lua Cheia, dava muita exuberância. O homem sempre se sentiu unido à natureza e procurou progressivamente as conexões, a relação entre os movimentos dos astros e o seu próprio movimento, quer dizer, a concordância entre os factos marcantes para si e para o seu ambiente e os acontecimentos importantes na abóbada estrelada.
O sistema astrológico actual vem dos Caldeus, através dos Hebreus, sendo um assunto que causa admiração, a saber: a precisão das suas previsões, tanto no que diz respeito aos acontecimentos, como no que diz respeito à caracteriologia das pessoas. Tentaremos fazer uma síntese da Astrologia Cabalística, mas adaptada à astrologia tradicional, compreensível nos dias de hoje. Contudo, introduziremos o conceito de Decanato e, sobretudo, de Grau de Poder, com a acção personalizada dos 72Anjos Servidores ou Génios da Cabala, pois, finalmente são eles que condicionam e organizam a distribuição do conjunto das energias do Cosmos.

Os Elementos e os Signos
O Zodíaco é o ovo de onde saiu o nosso Sistema Solar. Os 12 Signos são as doze Fontes Primordiais da Energia que permitiram e permitem a construção de tudo o que existe. Se um dia uma destas fontes deixasse de jorrar, tudo o que corresponde à sua natureza desapareceria do nosso sistema solar. Somos pequenos universos em miniatura e todos transportamos no nosso corpo a matéria que obedece às Leis dos doze Signos. Mas esta matéria ficaria passiva se não fosse activada pelos Planetas, à medida que eles passam neste ou naquele Signo. Os Planetas conferem movimento à essência zodiacal fazendo-a, assim, desempenhar um papel principal e dando-lhe a possibilidade de lançar raízes em nós. Assim, a posição dos Planetas num Horóscopo Natal indica-nos quais são as partes zodiacais activas num indivíduo, qual é o grau de intensidade desta actividade e, também, o modo como o indivíduo compreende e interpreta, ele próprio, a mensagem dos astros. Do mesmo modo que uma sinfonia se modifica segundo a personalidade do chefe de orquestra, a mensagem zodiacal é interpretada e desempenhada de modo muito diferente, consoante o Planeta que a transmite.
A Roda do Zodíaco é composta por 12 Signos, que se apresentam por esta ordem:
  • Carneiro, Touro, Gémeos, Caranguejo, Leão, Virgem, Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
Assim se apresentam os Signos no Zodíaco constituído, mas não era assim, quando Deus começou os trabalhos do nosso Universo. Ele não utilizou as Forças zodiacais por esta ordem, mas organizou primeiro a Vida com os materiais provenientes dos Signos de Fogo; em seguida utilizou os ingredientes vindos dos Signos de Água; depois as energias dos Signos de Ar e, por fim, as energias dos Signos de Terra. Sendo que a vida aqui em baixo, sobre a Terra, se desenrola à imagem da vida cósmica lá em cima, o que aparece, em primeiro lugar, nos nossos processos humanos é o Fogo e, depois, vem a Água, o Ar e a Terra.
Cada uma destas energias exprime-se em nós em três tempos sucessivos: ela penetra-nos, permanece em nós e sai de nós. Logo que a força nos penetra, deposita em nós um potencial, que é como um motor que nos põe em marcha em direcção a qualquer coisa, que deve realizar-se a um dado momento. Os Signos portadores desta força de penetração são Signos Cardeais. Em seguida, vem o tempo de interiorização, da permanência, durante o qual as forças cósmicas agem na nossa natureza interna e aí plantam (quase transplantam) as sementes deixadas pelos Signos precedentes.
Os Signos que realizam estas tarefas são os Signos Fixos. Finalmente, na fase de saída ou de exteriorização, a força que nos penetrou na primeira fase, que germinou e se enraizou durante a segunda, sairá agora para o exterior, transformada segundo o conteúdo da nossa natureza interna. Os Signos portadores da Terceira Força são conhecidos, em astrologia, sob o nome de Signos Duplos ou Signos Comuns. Temos, assim, uma primeira classificação:
  • Signos de Fogo: Carneiro, Leão e Sagitário;
  • Signos de Água: Caranguejo, Escorpião e Peixes;
  • Signos de Ar: Balança, Aquário e Gémeos;
  • Signos de Terra: Capricórnio, Touro e Virgem;
  • Dentre eles, os Signos-Motores, os Signos-Portadores de semente, os Signos Cardeais são: Carneiro, Caranguejo, Balança e Capricórnio;
  • Os Signos Fixos ou Interiorizadores: Leão, Escorpião, Aquário e Touro;
  • Signos Duplos, Comuns, de Exteriorização: Sagitário, Peixes, Gémeos e Virgem.
In Haziel, Connaissance & Pouvoir-Quintessence de L’Astrologie Pratique, Éditions François de Villac, Paris, 1988, A Quinta-Essência da Astrologia Prática, Editora Pergaminho, Lisboa, 1999, ISBN 972-711-247-1

Cortesia de Pergaminho/JDACT