É uma multidão que desce sem
que um saiba de outros. Vejo-os meus e fora.
Ah, que horrorosa semelhança têm!
São um múltiplo mesmo que se ignora.
Olho-os. Nenhum sou eu, a todos sendo.
E a multidão engrossa, alheia a ver-me,
sem que eu perceba de onde vai crescendo.
Sinto-os a todos dentro em mim mover-me,
e, inúmero, prolixo, vou descendo
até passar por todos e perder-me.
JDACT