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«A ciência alquímica não se ensina; cada qual deve aprendê-la
por si mesmo, não de modo especulativo, mas sim com a ajuda dum perseverante
trabalho, multiplicando os ensaios e as tentativas, de maneira a submeter
sempre as produções do pensamento à verificação da experiência. Aquele que teme
o labor manual, o calor dos fornos, a poeira do carvão, o perigo das reacções
desconhecidas e a insónia das longas vigílias esse nunca saberá coisa alguma».
In Fulcanelli
«Já
se escreveu muito sobre a Alquimia e quase todo o mundo já ouviu falar sobre
ela. Apesar disso, poucos possuem uma ideia exacta do que ela seja. Os mais bem
informados sabem que ela se relaciona com a obtenção da Pedra Filosofal,
que transformaria os metais em ouro (transmutação), e com a elaboração do Elixir
da Longa Vida ou Panacéia Universal, que curaria todas as doenças e
prolongaria a vida. A Alquimia é uma ciência antiga e tradicional, de grande
repercussão na Idade Média e Renascença, tendo chegado até aos nossos dias. É
costume colocá-la junto às denominadas ciências ocultas ou esotéricas, como a
Magia, porém, ao contrário do que comumente se imagina, ela não se baseia em
fórmulas mágicas, nem em encantamentos, nem na invocação de espíritos ou de
entidades sobrenaturais. A Alquimia é uma ciência baseada no conhecimento elaborado
através da experimentação e do trabalho acumulado por centenas de anos, por
inúmeras gerações de investigadores. As suas práticas envolvem trabalhos de laboratório
e o manuseio de substâncias, empregando técnicas e equipamentos relativamente
sofisticados.
Grande
parte das substâncias, das técnicas e dos equipamentos empregados actualmente
pelos químicos, foram descobertos e desenvolvidos pelos alquimistas. Como toda a
ciência tradicional e antiga, a Alquimia apresenta um carácter
filosófico-metafísico marcante, presente nas suas teorias, na sua simbologia e no
seu linguajar, bastante ricos e complexos. Os temas tratados pela Alquimia, a
sua linguagem alegórica e o seu simbolismo, têm fascinado diversos investigadores.
O psicólogo Carl Jung dedicou grande parte da sua obra ao estudo e à
interpretação psicológica dos símbolos e alegorias alquímicas. Isaac Newton,
dava mais importância às suas experiências alquímicas do que aos seus trabalhos
de Matemática e de Física que o tornaram famoso. O seu sobrinho Humphrey Newton
escreveu: durante seis semanas na Primavera e seis semanas no Outono, o fogo
no laboratório dificilmente se extinguia..., ele costumava, às vezes, examinar
um velho livro bolorento que estava no seu laboratório; penso que se chamava Agricola de Metallis, sendo o seu
principal desígnio a transmutação dos metais... Newton acreditava na existência de uma cadeia de iniciados que
se alastrava no tempo até uma antiguidade muito remota, os quais conheciam os
segredos da transmutação e da síntese do ouro.
Encontramos
em seus escritos: a maneira como o mercúrio pode ser assim
impregnado foi mantida em segredo por aqueles que sabiam, e constitui
provavelmente um acesso para qualquer coisa de mais nobre que a fabricação do
ouro e que não pode ser comunicada sem que o mundo corra um grande perigo, caso
os escritos de Hermes digam a verdade. Existem outros grandes mistérios além da
transmutação dos metais. Newton
também costumava afirmar: se vi mais longe do que os outros, foi porque me
apoiei nos ombros de gigantes. Determinados
autores acham que tais gigantes seriam os iniciados, que Newton deveria ter
conhecido pessoalmente. Alguns investigadores consideram que a Alquimia surgiu
dos restos do saber de uma civilização muito antiga e bastante evoluída. Frédéric
Soddy, autor da Lei de Soddy sobre a desintegração radioactiva, prémio Nobel de
Química, escreveu no seu livro L’interprétation du radium: penso que existiram
no passado civilizações que tiveram conhecimento da energia do átomo e que uma
má aplicação dessa energia as destruiu totalmente.
A
Alquimia e a Química
Considera-se que a Química se originou da evolução da
Alquimia. Porém, na verdade, a Química se originou da evolução da Espagíria, a Química Medieval.
A Espagíria era uma mistura da Alquimia com os diversos processos
químicos empíricos, desenvolvidos desde a antiguidade, abrangendo a confecção
de medicamentos, tinturas, bebidas, sabão, vidro, técnicas metalúrgicas, etc.
incorporando elementos de magia e de astrologia. Com outras disciplinas, como a
Física, ocorreu uma evolução gradativa. Da Física Antiga, de Aristóteles, passamos
para a Física Clássica, de Galileu, Kepler e Newton, e finalmente, para a
Física Moderna, de Einstein e outros. Inclusive o próprio nome se manteve; Physica,
em latim, e Physike, em grego, cuja origem é physis, natureza. A
Química é a mais recente das Ciências Naturais. A Matemática e a Física
existiam há séculos antes de Cristo, enquanto que a Química, apesar de já ser
praticada empiricamente desde a antiguidade, só se consolida como Ciência no
século XVII». In Roney Ressetti, A
Alquimia, ePub, Wikipedia.
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