quinta-feira, 4 de julho de 2013

Pintura. Elena Kukanova. «A única alegria neste mundo é a de começar. É belo viver, porque viver é começar, sempre, a cada instante. Quando esta sensação desaparece, prisão, doença, hábito, estupidez, deseja-se morrer»



Cortesia de wikipedia

«É por isso que quando uma situação dolorosa se reproduz de modo idêntico, parece idêntica, nada apaga o horror que tal coisa nos provoca. O princípio enunciado não é, portanto, próprio de um político. Porque há mais hábito na experiência a todo o custo do que na charneira normal aceite com o sentido do dever e vivida com entusiasmo e inteligência. Estou convencido de que há mais hábito nas aventuras de do que num bom-senso.



Porque o próprio da aventura é conservar uma reserva mental de defesa; é por isso que não existem boas aventuras. Só é boa aventura aquela em que nos abandonamos: o matrimónio político, em suma, talvez até aqueles que são feitos no céu, na sombra e na corrida da garotada.



Quem não sente o perene recomeçar que vivifica a existência normal de um casamento político é, no fundo, um parvo que, por mais que diga, não sente, sequer, um verdadeiro recomeçar em cada aventura de coligação. A lição é sempre a mesma: burrice para a frente e saber suportar o castigo do acto inconsciente. A Natureza que o quer, e recuar é cobardia. No fim, já se tem visto, paga-se mais caro. São os tempos presentes do ridículo». In O Ofício de Viver.



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