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de wikipedia e jdact
Sismicidade
histórica
«(…)
Em 5 de Abril de 1504, deu-se neste dia um grande terramoto, cujos efeitos são
principalmente conhecidos na região sísmica de Sevilha, em Sevilha, Alcalá, Los
Alcores, Carmona, Tocina, Lora del Rio. Este terramoto foi muitoextenso, sendo
sentido em quási toda a Espanha, como em Medina del Campo, Murcia, etc., ao norte
de Marrocos; mas não pude obter dados precisos sôbre os seus efeitos em
Portugal, principalmente no Algarve, de modo que pode considerá-lo como
submarino e partindo do mesmo afundimento ao sul do Algarve que o de 1755.
Apenas Moreira Mendonça diz que, em 1504, foram tão violentos os terramotos em
Portugal, que subverterão povoações inteiras, e fizerão andar a gente
fugitiva pelos montes. (Sousa, 1919); No dia 5 de Abril do ano de 1504,
Sexta-feira Santa, entre as nove e as dez, a terra tremeu em Espanha, foi o
maior terramoto da Andaluzia, e foi tão grande o espanto que as pessoas caíram
por terra, ficaram fora de si. Foi ouvido um grande ruído, todos os edifícios,
fortalezas, igrejas e casas estremeceram. Foi muito destruidor no Algarve e
muito violento no norte de Marrocos, Málaga e Granada, todavia notado em
Murcia. (Rodriguez, 1932); 1719,
em 6 de Março de 1719, pelas 5 horas da manhã, sentiu-se em Portugal um
forte tremor de terra, mais intenso no sul do País. Em Portimão, as pessoas
levantaram-se das camas descompostas. A abóbada da Igreja do Colégio dos Padres
da Companhia abriu fendas, assim como a Torre sineira da Igreja Matriz. Todas
as casas tiveram danos, especialmente as mais altas. Em Lagoa o abalo teve
intensidade semelhante, assim como em Ameixoeira, Carregação e Estombar. No
lugar dos Escontos, situado a meia légua de Portimão, morreram 3 mulheres de
susto. O abalo, que foi acompanhado de forte ruído subterrâneo, foi também sentido
em Lisboa, onde não causou prejuízos. (Moreira,1991); em 6 de Março de 1719, obtive
deste megasismo a seguinte descrição (Anno
Historico. Diario Portuguez, tom. I, fl. 400): neste dia 6 de março do
anno 1719, hum quarto antes de nascer o Sol, padecendo a Lua eclipse na Villa
de Portimão do Reyno do Algarve, pela parte do mar, hum ruido horrivel, e a
terra padeceo hum formidavel terramoto por trez, ou quatro minutos, no qual
tempo os moradores da dita Villa tiverão huma tal consternação, que decompostos
sahirão de suas cazas, procurando fugir ao perigo. Huma das torres da muralha,
as abobedas das Igrejas, e as cazas padecerão alguma ruina, especialmente as mais
altas, e de mais fortaleza. O mesmo experimentárão os moradores dos lugares da
Ameixoeira, Carregação, Estombar, Lagoa de alem do Rio, e particularmente o
ultimo. No dos Escontos, meya legoa da dita Villa, e já termo da de Alvor,
atemorizou tanto os visinhos, que morrerão algumas pessoas de susto.
(Sousa, 1919); No dia 6 de Março de 1719 houve um tremor de terra que arruinou muitos
edifícios de Lagos. (Rocha, 1991); 6 de Março, um quarto de hora antes do Sol
nascer sentiu-se no reino do Algarve, região de Vila Nova de Portimão, Lagos,
um ruído subterrâneo ao que se seguiu um formidável terramoto que durou 3 ou 4
minutos. O pânico foi geral, saindo os habitantes para o campo. Uma das torres
da muralha, as abobadas das igrejas e muitas casas ficaram em ruínas. O fenómeno
sentiu-se em vários lugares próximos e morreram algumas pessoas. (Rodriguez,
1932); 1722, em 27 de
Dezembro, entre as 5 e as 6 da tarde, sentiu-se em Portugal um forte tremor de
terra, mais intenso no sul do País. Foi sentido fortemente do Cabo de S.
Vicente a Castro Marim e provocou estragos em Loulé, Tavira, Faro, Albufeira e
Portimão. Houve muitos mortos, edifícios destruídos e muitas casas ficaram
inabitáveis. (Moreira, 1991); Em 27 de Dezembro de 1772, Algarve. Villa Nova
de Portimão 3 de Janeiro. Das 5 para as 6 horas da tarde do dia 27 de Dezembro
se sentio nesta Villa hum tremor de terra, que não durou mais espaço que o de huma
Ave Maria; mas tam violento, que fez hum grande abalo, e se abrirão algumas
fendas na abobada da Igreja do Collegio, estallando algumas pedras das tribunas
e portas. O mesmo padeceo a Igreja, e mais officinas do Convento dos Capuchos,
onde se tocarão per si as campainhas, que costumão estar junto aos altares.
Tem-se noticia de vir correndo este movimento desde o Cabo de S. Vicente, e de
se ir dilatando pela extensão do reino: experimentando-se maior violência nas
Villas de Albufeira, e Loulé, e nas cidades de Faro e Tavira. (...) Segundo
Moreira Mendonça, padeceo o Reyno do Algarve hum Terramoto fatalissimo, que
durando pouco mais espaço, que o de uma Ave-Maria, forão tão grandes os abalos,
que causou muitos estragos. Em Villa Nova de Portimão, ficarão arruinadas a
Igreja do Collegio da Companhia, e a Igreja do Convento dos Capuchos. Em Tavira
acabou como hum horroroso trovão, cahirão 27 moradas de casas, a as mais ficarão
arruinadas. No rio se apartarão as agoas, de forma, que huma Caravella, que por
elle hia sahindo ficou em seco por muito tempo. O Convento de S. Francisco ficou
muito arruinado. Em Faro cahirão muitas casas, em que morreu alguma gente,
ficando as mais abertas. O mesmo sucedeu á Torre da Igreja Cathedral, na qual
fez o movimento de tocar os sinos». In Luís Mendes Victor, A Sismologia e a
Dinâmica Planetária, Seminário Internacional sobre Prevenção e Protecção das
Construções contra Riscos Sísmicos, Fundação Luso-Americana para o
Desenvolvimento, Lisboa, 2004, ISBN 972-865-414-6.
Luís
Alberto! Que estejas na paz!
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