sábado, 13 de maio de 2023

O Santo Graal e a Linhagem Sagrada. Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincolin. «Outros tesouros existiram. Entre os séculos V e VIII, grande parte da França foi governada pela dinastia merovíngia, que incluía o rei Dagobert II. Rennes-le-Château, no tempo de Dagobert, era um baluarte visigodo…»

Cortesia de wikipedia e jdact

O Mistério. Os Possíveis Tesouros

«(…) Nos tempos pré-históricos, por exemplo, a área ao redor de Rennes-Ie-Château era considerada sítio sagrado pelas tribos celtas que viviam por perto. A cidade em si, antes chamada Rhédae, deriva seu nome de uma  dessas tribos. Nos tempos modernos, uma comunidade grande e promissora ocupara a área, importante por suas minas e fontes termais terapêuticas. Os romanos também  consideravam sagrado o local. Mais tarde, pesquisadores ali encontraram  traços de templos pagãos.

Durante o século VI, o pequeno vilarejo pendurado no topo da montanha possuía presumivelmente 30 mil habitantes. Ele parece ter sido, em determinada época, a capital nortista do império dos visigodos, o povo teutónico que varreu a Europa de centro a oeste, saqueou Roma, derrubou o Império Romano e estabeleceu  seu  próprio domínio cavalgando sobre os Pirinéus.

A cidade permaneceu  como sede de uma importante região, ou condado, o Condado de Razès, por mais quinhentos anos. No início do século XIII, uma armada de cavaleiros do norte desceu  pelo Languedoc para exterminar as heresias cátaras e albigenses e requisitar  para si os ricos espólios da região. Durante as atrocidades da chamada Cruzada Albigense, Rennes-le-Château foi  tomada e transferida de mão em mão, como um domínio. Após pouco mais de um século, por volta de 1360, a população local foi dizimada por uma peste; logo depois, Rennes-le-Château foi destruída por bandos catalães.

As lendas de tesouros fantásticos são entremeadas por essas vicissitudes históricas. Os hereges cátaros, por exemplo, eram considerados possuidores de alguma coisa de valor fabuloso e mesmo sagrado que, segundo várias lendas, era o cálice sagrado.

Estas lendas, segundo relatos, teriam  impelido Richard Wagner a peregrinar até Rennes-le-Château antes de compor sua última ópera, Parsifal; durante a ocupação de 1940-1945, época em que Wagner foi muito popular, as tropas alemãs teriam  realizado inúmeras escavações infrutíferas nas vizinhanças. Havia também o tesouro desaparecido dos templários, cujo grão-mestre, Bertrand de Blanchefort, teria organizado misteriosas escavações nas vizinhanças. Segundo todos os relatos, essas escavações eram de natureza marcadamente clandestina, realizadas por contingentes de mineiros alemães trazidos especialmente para este fim. Algum tipo de tesouro de templários, guardado ao redor de Rennes-le-Château, explicaria a referência a Sion no pergaminho descoberto por Saunière.

Outros tesouros existiram. Entre os séculos V e VIII, grande parte da França foi governada pela dinastia  merovíngia, que incluía o rei Dagobert II. Rennes-le-Château, no tempo de Dagobert, era um baluarte visigodo, e o próprio Dagobert foi casado com uma princesa visigoda. A cidade poderia ter constituído algum tipo de tesouro. Há documentos que falam da grande riqueza acumulada por Dagobert e guardada nos arredores de Rennes-le-Château, visando conquistas militares. A descoberta de algum desses depósitos por Saunière explicaria a referência a Dagobert nos códigos.

Os cátaros. Os templários. Dagobert lI. E ainda um tesouro, produto de saques acumulados pelos visigodos durante seus avanços tempestuosos pela Europa. Tal tesouro poderia incluir mais que o resultado de saques convencionais,  possivelmente, artigos de relevância, tanto simbólica quanto literal, para a tradição religiosa ocidental. Em resumo, o legendário tesouro do Templo de Jerusalém poderia estar aí incluído,  o qual, ainda mais que os templários, explicaria a referência a Sinai.

Em 66 d.C., a Palestina ergueu-se em revolta contra o jugo romano. Quatro anos depois, em 70 d. C., Jerusalém foi arrasada pelas legiões do imperador, sob o comando de seu filho Titus. O Templo foi saqueado, e o conteúdo do lugar mais sagrado dos sacros foi levado para Roma. Conforme descrição no arco triunfal de Titus, este conteúdo incluía o imenso candelabro de sete braços, tão sagrado ao judaísmo, e possivelmente a Arca da Aliança». In Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincolin, O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, Editora Nova Fronteira, 2015, ISBN 978-852-090-474-9.

Cortesia de ENFronteira/JDACT

JDACT, Michael Baigent, Richard Leigh, Henry Lincolin, Literatura, Religião, Conhecimento,