quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Carlos Relvas: Uma das figuras mais simpáticas de Portugal, no seu tempo. Possuía um delicado talento artístico de fotógrafo

(?-1894)
Golegã
Cortesia de casarelvas


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Cortesia de wikipédia 

JDACT

Francisco Adolfo Coelho: Uma das figuras decisivas na constituição e desenvolvimento inicial da etnografia e da antropologia em Portugal, a par de Teófilo Braga e de Leite de Vasconcelos

(1847-1919)
Coimbra
Cortesia de grandesescritoresportugueses

Francisco Adolfo Coelho, filósofo, escritor, pedagogo. Sendo um autodidacta, foi uma das figuras mais importantes da intelectualidade portuguesa dos finais do século XIX.

Ao longo da sua vida realizou notáveis trabalhos em pedagogia, linguística, etnologia e antropologia. Foi professor no Curso Superior de Letras, onde ensinou Filologia Românica Comparada e Filologia Portuguesa e assistiu à sua transformação em Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Cortesia de livro-antigo
Proferiu nas célebres Conferências do Casino, organizadas por Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, a conferência «A Questão do Ensino», 1871.

As suas concepções pedagógicas assentavam na convicção que através da educação seria possível regenerar o país. Combateu a submissão do ensino às ideias religiosas. Organizou um importante Museu Pedagógico na Antiga Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Cortesia de idd004q0eresmas
«Foi um autodidacta, apesar de aos quinze anos (1862-1864) ter frequentado a Universidade de Coimbra. A má impressão que lhe ficou do ensino aí ministrado mais lhe estimulou a vontade de prosseguir os estudos por conta própria e terá sugerido logo um dos tópicos das suas teses pedagógicas - a vacuidade do ensino universitário "de ornato" e a necessidade de professores investigativos e pedagogia heurística. Se é que não foi a experiência, já em Lisboa, como aluno do Curso Superior de Letras, em que esteve matriculado pelo menos no ano lectivo de 65/66 - e Inocêncio assevera que viu uma matrícula de Adolfo Coelho em 68/69. (Não deixa de ser curioso que o mais alegadamente autodidacta dos filólogos portugueses tenha sido dos poucos a frequentar alguma das duas instituições de ensino superior de letras e nem sei se o único a frequentá-las ambas...). Uns anos depois (1878), tornar-se-ia professor do mesmo Curso Superior de Letras, no seguimento de representação sobre a urgência de uma cadeira de Linguística Geral Indo-europeia e especial românica, assinada por ilustres intelectuais, em que logo se o aconselhava para o cargo». In História da Língua Portuguesa.

Cortesia de arquivohistorico

Obras sobre o ensino e pedagogia
  • A Questão do Ensino, Porto, 1872;
  • A Reforma do Curso Superior de Letras, 1880;
  • O trabalho manual da escola Primária, Lisboa, 1882;
  • Secção de ciências étnicas. Esboço de um Programa para o estudo antropológico, patológico e democrático do povo português. Lisboa. 1890;
  • Os Elementos tradicionais da educação, Porto, 1883;
  • Para a história da instrução popular, 1895;
  • O ensino histórico, filologico e filosófico em Portugal até 1858, Coimbra, 1900;
  • O Curso Superior de Letras e os Cursos de Habilitação para o Magistério Secundário, Lisboa,1908;
  • Alexandre Herculano e o Ensino Público,Lisboa, 1910;
  • Cultura e Analfabetismo, 1916.
Cortesia de wikipédia/História da Língua Portuguesa/JDACT

José Rodrigues da Costa: Sob o pseudónimo de Josino Leiriense, que usava nas tertúlias da Arcádia Lusitana,teve uma vida de notoriedade social e intelectual, testemunhadas em várias obras literárias que publicou. «O Balão aos Habitantes da Lua (1819)» foi a obra mais importante

(1757-1832)
Colmeias, Leiria
Cortesia de tertuliabibliofila

José Daniel Rodrigues da Costa  foi um poeta português. Veio com a família para a cidade de Lisboa aos 2 anos de idade.
Sob o pseudónimo de Josino Leiriense, que usava nas tertúlias da Arcádia Lusitana, José Rodrigues da Costa teve uma vida de notoriedade social e intelectual, testemunhadas em várias obras literárias que publicou, quase sempre sob a forma de folhetos. Uma das mais célebres será «O Balão aos Habitantes da Lua (1819)». Gozando da protecção do Intendente-Geral Pina Manique, empenhado em mater a ordem social e reprimindo os ideais iluministas da Revolução Francesa, José Rodrigues da Costa foi promovido a major da Legião Nacional do Paço da Rainha.

Foi popular a sua rivalidade com Barbosa du Bocage, em várias publicações.
Na série televisiva Bocage, realizada por Fernando Vendrell (2006) é o actor Francisco Nascimento que interpreta a personagem de José Rodrigues da Costa.

http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/RaridadesBibliograficas/bios/JDRCosta.pdf
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo10621.pdf
 

Cortesia de arpose
 
Algumas obras:
  • Novo Entremez dos destemperos de hum Bazofia, jocosos, e exemplares;
  • Ecloga pastoril: primeira parte : fallam Jozino, e Dárcia;
  • Ecloga : tristezas de Jozino, e virtude de Matilde;
  • Verdade do mundo na vida da corte e do campo;
  • Petas da vida ou a terceira parte dos ópios;
  • Espelho de jogadores;
  • Almocreve de petas ou moral disfarçado para correção dos miudezas da vida;
  • Comboy de mentiras vindo do reino petista com a fragata verdade encuberta por capitania;
  • O balão aos habitantes da lua: poema, heroi-comico em hum só canto;
  • Pimenta para as más linguas : em huma epistola ao illustrissimo Senhor José Luiz Guerner;
  • Terceiro aparo da penna, ou continuação da critica sobre costumes e vicios;
  • O novo Janeiro de 1831.

Cortesia de arquivohistorico
Morre aos 71 anos de idade.

Cortesia de wikipédia/Arquivo Histórico/Arpose/JDACT

António Arroyo: «O caso do monumento ao Marquês de Pombal».

Cortesia de Paulo Campos

António ArroyoO caso do monumento ao Marquez de Pombal, Lisboa, Tipographia «A Editora Limitada», 1914.

Com a devida vénia ao Arquivo Histórico (Madeira) de Paulo Campos.

«O Marquez alterou esse modo de ser e deu á cidade um caracter civil. Já algures disse que a Razão d'Estado domina toda a sua obra, E isso vê-se desde logo no traçado da nova cidade. A entrada é pelo caes das columnas. Grandiosa praça regular, quasi quadrada e lançada ortogonalmente sobre a margem do rio, na parte mais avançada para o sul. É a antiga plaza miayor peninsular, a grande place de francezes e flamengos, que agora podemos chamar máxima porque aparece consagrada, não ao municipio, mas ao Estado que se reorganisa e ás suas mais altas estações dirigentes. A Arcada procede desse tipo.

De sul a norte da cidade correm as três ruas eguaes e equidistantes que incidem sobre ela; mas na central, ao entestar com a praça, pousa um grande arco de triunfo. A meio do terreiro central ergue-se a estatua do Rei. Toda a arquitectura é simples, de linhas rectas e de caracter solene. O monumento a meio do terreiro, notável jóia de arte, é de um equilibrio e de uma linha fina inexcediveis. Não muito alto, mas admiravelmente proporcionado ao conjuncto que ele incontestavelmente completa, esse monumento é porventura o mais notável exemplar do género do mundo inteiro. Nâo me refiro como é natural á estatua equestre que o coroa; mas sómente á totalidade da obra, ao seu arranjo, á sua excelência arquitectónica, e á relação em que essa obra está para com tudo quanto a cerca. E, sendo fria e académica toda a escultura ornamental, esse arranjo é tão feliz, e tão superior a beleza do traçado arquitectural, que o pormenor decorativo não lhe diminue em nada o forte e nobre sentimento que o anima.

Cortesia de Paulo Campos
A impressão dessa praça é pois de grande solenidade, mas é ao mesmo tempo isenta da frieza que em geral
caracterisa a obra d'arte oficial; mas é certo também que todo esse arranjo de ordem civil que toma agora a
cidade nova devia contrastar singularmente com o aspecto anterior ao terramoto. Assim se devolveu a cidade de Lisboa, levada pelo impulso pombalino para as terras altas da Avenida; e da rotunda superior, irradia ela novamente em todos os sentidos para, na qualidade de cidade de mármore que é, se integrar constantemente na formula de Pombal e na formula de HerculanoA mais bela de todas as cidades.
 
António Arroyo continua com o seu desenvolvimento:
O monumento tinha necessariamente de encerrar o conjunto dos três temas expressivos a que atrás me referi: ser um organismo forte e valioso, simbolisar o trabalho productor do nosso povo e coroar dignamente a bela cidade reconstruída pelo marquez, no ponto culminante d'onde a vemos desenrolar-se até á borda do Tejo, até ao logar em que ele levantou, ao rei que lhe deu força para realisar a sua obra, um monumento de inexcedivel beleza.
 
Mas emfim o júri, na sua alta sabedoria, não discutiu. Não discutiu e enganou-se. E' incontestável. Porque, ao passo que todos encontram uma enorme superioridade ao monumento que obteve o 2.° premio sobre o primeiro premiado, que verbalmente e por escripto o afirmam sem a menor hesitação, ninguém se apresenta a defender a obra que o júri preferiu. O monumento que obteve o 1º premio é uma obra mal concebida e concebida a frio, sem caracter, sem significação, feita principalmente de bocados ligados apenas materialmente uns aos outros. Mais afirma António Arroyo na capa do livro: Errare humanum est, perseverare autem diabolicum (Errar é humano, perseverar, porém, é diabólico).
 
O 2.° premio encerra uma ideia que julgo absolutamente pombalina. A estatua do terrível marquez aparece bem á frente, em atitude independente, erecta e forte, dominando de cima o conjunto da sua obra, com uma decisão no aspecto que se não desmente nem se esquece um só instante, mas num plano inferior á estatua da Pátria, colocada no vértice mais alto do monumento.
 
Cortesia de Paulo Campos
«O monumento de Marques da Silva e Alves de Sousa é belo e tudo nele é belo. Dir-se-ia nascido dum jacto, como Minerva da cabeça de Júpiter, ou que as mãos dos artistas o moldaram febrilmente, nalguns segundos. Ha nele uma unidade impressionante. Eu não gosto de vêr simbolisar a grandesa magnânima dos heróis na ferocidade bruta do leão. Mas Alves de Sousa não aproveitou os leões como simples elemento decorativo. Humanisou-os um pouco. Eles simbolisam também, e admiravelmente. Pombal, a sua ferocidade, a sua energia, a sua grandeza imponente e brutal. E quantas coisas belas realisou na inconsciência criadora do génio e que a critica depois descobre pacientemente. Colocando a figura de Pombal á grande sombra da Pátria, reduziu essa figura ás suas justas proporções. Pombal regou com sangue a sua obra, que por isso não frutificou. E como é grande e admirável a figura da Pátria. Como sâo injustas e estreitas as criticas que para ahi se ouvem, em palestras! A figura da Pátria é pombalina, solene, robusta, majestosa e friamente convencional. Modifiquem-na um pouco, dê-se um pouco mais de originalidade e de veemência a essa matrona pomposa e ela será o digno coroamento daquela obra sublime». In António Arroyo, «O caso do monumento ao Marquês de Pombal».
 
Cortesia de Paulo Campos

Cortesia de

Rebelo da Silva: «Figura» destacada do Romantismo português, historiador, romancista, dramaturgo e crítico literário. Discípulo e amigo de Herculano, trabalhou com ele na Biblioteca da Ajuda e imitou-o na prática do romance histórico

(1822-1871)
Lisboa
Cortesia de wikipédia

Luís Augusto Rebelo da Silva foi um jornalista, historiador, romancista e político português, colaborador activo de múltiplos periódicos e membro das tertúlias intelectuais e políticas lisboetas da última metade do século XIX. Foi um dos primeiros professores do Curso Superior de Letras, fundado em 1859 por D. Pedro V, leccionando a cadeira de História. Colaborando em múltiplos jornais e revistas, Rebelo da Silva afirmou-se como o mais prolífico dos escritores românticos portugueses, distinguindo-se ainda como orador e político.

Cortesia de lusolivros
Na senda de Alexandre Herculano e de Almeida Garrett, com os quais privou, publicou um vasto conjunto de obras sobre História de Portugal, com destaque para «História de Portugal nos Séculos XVII e XVIII», «Memoria sobre a População e a Agricultura de Portugal» e uma série de romances históricos à maneira de Alexandre Herculano. Embora de tema mais recente, localizado na fase inicial da Guerra Peninsular, obteve grande êxito o seu romance histórico «A Casa dos Fantasmas».

Cortesia de avozportalegrense
Também se deve a Rebelo da Silva um dos contos clássicos da literatura portuguesa, «A Última Corrida de Touros Reais em Salvaterra». Baseado num marcante episódio da História de Portugal e publicado em 1848, este conto está na origem de múltiplas obras posteriores, entre as quais o famoso fado de que é epónimo.
Contudo, as suas obras mais marcantes são a «A Mocidade de D. João V», um êxito literário e de vendas que o próprio autor adaptou ao teatro com a colaboração de Ernesto Biester, e a sua obra-prima «Lágrimas e Tesouros», publicada em 1863.

Cortesia de arquivohistoricomadeira
A maioria da sua obra foi inicialmente publicada nos múltiplos periódicos em que colaborou, com destaque para O Cosmorama Literário, a Revista Universal Lisbonense, O Panorama, A Época e a Revista Contemporânea de Portugal e Brasil. As suas Obras Completas incluem também um estudo em três volumes sobre a Arcádia Portuguesa, uma Memória biográfica e literária acerca de Manuel Maria Barbosa du Bocage e múltiplos outros trabalhos em que a crítica literária é o esteio fundamental, entre os quais «Apreciações Literárias», uma recolha póstuma, feita pelos editores, de textos dispersos pela imprensa da época.

As suas Obras
  • A Casa dos Fantasmas (Volume I);
  • A Casa dos Fantasmas (Volume II);
  • Contos e Lendas;
  • Varões Ilustres;
  • Odio Velho Não Cansa;
  • História de Portugal dos Séculos XVI e XVII;
  • Fastos da Igreja;
  • Rauço por Homizio.
«Publicou abundantemente sobre Literatura, e fê-lo de acordo com os padrões da sua época: desde a diferença primacial entre Poesia e Prosa até aos géneros dominantes entre o público seu coetâneo (Romance e Teatro), não hesitou em escrever História literária e política enquanto se ocupava dos acontecimentos do quotidiano (estreias, óbitos), sempre atento às adjacências ainda hoje usuais (Jornalismo e Politica). As suas Obras Completas (41 vols., Empreza de História de Portugal, Lisboa), datadas de1909, incluem também um estudo em três volumes sobre a Arcádia Portuguesa, uma Memória biográfica e literária acerca de Manuel Maria Barbosa du Bocage, bem como vários outros trabalhos em que a literatura é fundamental; em aprticular, Apreciações Literárias, uma recolha póstuma (em três volumes) feita pelos editores, de textos dispersos pela Imprensa da época, incluindo mesmo (no volume III) um estudo sobre o Infante D. Henrique que, os próprios editores o admitem, aí figura apenas por conveniência de paginação. Entre as apreciações, encontramos o cânone consensual, ou quase, das Letras portuguesas de meados de Oitocentos: Garrett (com quem debateu no Parlamento) e Herculano (com quem conviveu de perto na Biblioteca da Ajuda), Lopes de Mendonça (qua crítico) e já Camilo Castello Branco e Bulhão Pato». In Centro Virtual Camões, Carlos Leone.

In Contos e Lendas
Cortesia de Martim Maqueda (tinta da china, 1985)

Cortesia do Centro Virtual Camões/wikipédia/JDACT

Ruy Ventura: Homenagem aos Judeus de Castelo de Vide. Estrada do Alicerce.

Cortesia de festivaltordesilhas

Com a devida vénia a Ruy Ventura, Estrada do Alicerce, 2010, Setembro 10, publico o seu «brilhante» texto sobre os Judeus de Castelo de Vide e da sua antepassada Catarina Dias.

HOMENAGEM AOS JUDEUS DE CASTELO DE VIDE

«Ao transformar um conjunto de edifícios na judiaria em espaço museológico, a Câmara Municipal de Castelo de Vide decidiu usar um dos compartimentos para lembrar os judeus desta terra do Norte Alentejano supliciados pela Inquisição. Significativa, esta iniciativa. Há nomes que nunca deverão ser esquecidos e atitudes que nunca deverão ser apagadas. Sugiro, apenas, que esses nomes fossem colocados num local central da vila, gravados em granito da região para o tempo e a estupidez dos homens tenham maior dificuldade em apagá-los.
Visitei o museu - localizado no que se julga ser a antiga sinagoga - no passado mês de Agosto, acompanhado pela minha filha. Ao conversar na recepção com a sempre disponível e generosa Maria do Carmo Alexandre, falou-me dum nome estranho inscrito nas paredes do monumento: Catarina Dias, a Purgatória. Respondi-lhe, emocionado, ser minha antepassada, sobre quem escrevi há tempos um pequeno poema.

Cortesia de Ruy Ventura
A fotografia documenta o seu nome entre o de muitas outras vítimas dessa negação da religião e da religiosidade. O poema aqui fica, de novo, conforme se publico no blogue de Nuno Guerreiro Josué, "Rua da Judiaria": http://ruadajudiaria.com/?p=514

Catarina Dias, a Purgatória
cantava, nesse tempo,
a oração dos mortos,
ligando no tear
os fios da memória –

devolvia a água
à raiz da oliveira
para que o sangue
pudesse alimentar
a luz (e as sombras)
dessa terra –

lançava sobre o lume
o sabor e a sabedoria
para que o fermento
envolvesse a solidão –

bebia na fonte
o brilho da pedra,
guardando no cântaro
a angústia das palavras –

guardava no peito
o fogo e a fuga,
o leito que um dia
fechara a garganta –

– quando vieram, sem sombra,
impor sobre o corpo esse peso
sem vida

e a vestiram de noite,
embora fosse branco
o hábito perpétuo.

Nota – Catarina Dias, a Purgatória foi uma judia do século XVIII residente em Castelo de Vide. Foi condenada pela Inquisição de Évora a usar o chamado “sambenito”. Outros familiares seus foram queimados em auto-de-fé na capital da então província de Entre-Tejo-e-Odiana. Ao construir a minha árvore genealógica, deparei-me com um nome estranho: Catarina Dias, a Purgatória. Tentei investigar de onde viria essa designação. Achei Catarina membro da família Narigão (de Castelo de Vide) que, em conjunto com os Tirados, fora severamente atormentada pelos sequazes da Inquisição. Catarina estava incluída no número dos sofredores: embora não tivesse visto as suas cinzas misturadas à terra de um terreiro eborense, fora obrigada a usar durante toda a vida o odioso “sambenito “. Daí o alcunha». Posted by Ruy Ventura. 

Com amizade.
JDACT

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Júlio Verne: «Tudo o que um homem pode imaginar, outros homens poderão realizar». «Um dia visitaremos a Lua e os planetas com a mesma facilidade com que hoje se vai de Liverpool a Nova York». «Um homem energético terá sucesso, enquanto um indolente vegetará e sucumbirá»

Fotografado por Felix Nadar
(1828-1905)
Nantes
Cortesia de wikipédia

 Jules Verne, Júlio Verne (em português) foi um escritor francês. Considerado por críticos literários o precursor do género de ficção científica, tendo feito predições nos seus livros sobre o aparecimento de novos avanços científicos, como os submarinos, máquinas voadoras e viagem à Lua.

Cortesia de editorialjuventud
A carreira literária de Júlio Verne deu uma volta de «180º» quando se associou a Pierre-Jules Hetzel, editor experiente que trabalhava com grandes nomes da época, Victor Hugo e George Sand de entre outros.
A primeira obra de sucesso de Júlio Verne foi publicada em 1862: o relato de viagem à África em balão, intitulado «Cinco Semanas num Balão». Essa história continha detalhes tão minuciosos de coordenadas geográficas, culturas, animais, etc., que os leitores da época questionaram se era ficção ou um relato verídico.

Cortesia de icicomup
Na verdade, Júlio Verne nunca tinha estado num balão ou viajado a África. Toda a informação sobre a história veio de sua imaginação e capacidade de pesquisa.
Júlio Verne foi apresentado a Félix Nadar, cientista interessado em navegação aérea e balonismo, de quem se tornou grande amigo e que introduziu Júlio Verne ao seu círculo de amigos cientistas, de cujas conversações o autor provavelmente tirou algumas de suas ideias.

Cortesia de iratipntecfnavarra
O sucesso desta obra foi enorme. A produção literária seguiu um ritmo alucinante. Quase todos os anos publicava novo livro, por outras palavras, quase todos os anos publicava novo sucesso.
Como exemplo:
  • Vinte Mil Léguas Submarinas;
  • Viagem ao Centro da Terra;
  • A volta ao Mundo em Oitenta Dias;
  • Da Terra à Lua;
  • Robur - o conquistador;
  • Os Conquistadores;
  • A Ilha Misteriosa;
  • As Índias Negras;
  • A Jangada;
  • Dois Anos de Férias;
  • A Esfinge dos Gelos;
  • Um Capitão de Quinze Anos;
  • ( ... ).
O livro «Paris no século XX», escrito em 1863, foi somente publicado em 1989, quando o manuscrito foi encontrado pelo bisneto do escritor. Segundo Hetzel, um livro de conteúdo depressivo e totalmente diferenciado das restantes obras. Júlio Verne concordou. Demorou mais de um século a conhecer a luz...

Cortesia de taringa
Até hoje Júlio Verne é o escritor cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas, segundo estatísticas da UNESCO.  Esceveu mais de 100 livros
 
http://video.google.com/videoplay?docid=8041156225169353781
http://video.google.com/videoplay?docid=3602387975161006712
http://video.google.com/videoplay?docid=-2877359128340361234
http://video.google.com/videoplay?docid=8824151372452792650
http://video.google.com/videoplay?docid=1535476104479070680
http://video.google.com/videoplay?docid=-8315535639656959714
 
Em 1867 visitou os EUA, viajando depois pelo Mediterrâneo. Em 1871 instalou-se em Amiens onde, em 1886 sobreviveu a uma tentativa de assassinato pela mão do seu sobrinho. Atingido numa perna, ficou coxo para o resto da sua vida. As obras de Júlio Verne foram mais tarde adaptadas por Walt Disney.
Morreu aos 77 anos de idade.
 
Cortesia de wikipédia/Júlio Verne Portugal/JDACT

O Risco de Desastres Naturais: Fenómenos meteorológicos e climáticos extremos que se produzem por causas naturais em qualquer lugar do mundo, ainda que haja regiões mais vulneráveis que outras. Constituem desastres naturais quando ocasionam a destruição de vidas e de meios de subsistência entre a população.

Cortesia da OMM

O Risco de Desastres Naturais.
O Risco de Desastres Naturais são fenómenos meteorológicos e climáticos extremos que se produzem por causas naturais em qualquer lugar do mundo, ainda que haja regiões mais vulneráveis que outras. Estes fenómenos constituem desastres naturais quando ocasionam a destruição de vidas e de meios de subsistência entre a população. As perdas humanas e materiaies causadas pelos desastres naturais são um grande obstáculo al devenvolvimento sustentável.

Cortesia de kmstressnet
A emissão de previsões e avisos meteorológicos exactos em termos compreensíveis e as instruções para a população em geral para se preparar face a esses fenómenos adversos antes que cheguem a converterem-se em desastres ajudan a proteger as vidas humanas e os bens materiais. As actividades da OMM estão integradas e coordenadas com outras organizacões internacionais, regionais e nacionais. A OMM coordena os esforços dos SMHN para minorar as perdas de vidas e de bens mediante a melhoria dos serviços de previsão e alerta atempada, e mediante evaluções de riscos e campanhas de sensibilização junto do público.
O que importa é reduzir os riscos de desastre. Um euro investido em preparativos pode evitar perdas económicas cifradas em sete euros: um investimento claramente vantajoso. O objectivo da OMM é reduzir em 50%, até 2019, o número médio de vítimas ocorrido durante o período entre os anos de 1994-2003 como consequência de desastres naturais de ordem meteorológica, climática ou hidrológica.

Cortesia de docentesesaipcb
Os perigos naturais acontecem em escalas temporais e geográficas diferentes, e cada um deles é, à sua maneira, único. Os tornados e as enchentes repentinas são fenómenos violentos, de curta duração, que afectam extensões relativamente pequenas. Outros, como as secas, evolucionam lentamente, ainda que possam afectar uma boa parte de um Continente e populações inteiras durante meses ou anos. Um fenómeno meteorológico extremo pode entranhar múltiplas fontes de risco, em simultâneo ou em rápida sucessão. Álem de fortes ventos e chuvas, uma tempestade tropical pode ocasionar enchentes e deslizamentos de terras. Nas latitudes tempradas, os estados do tempo estivais de efeitos muito adversos (trovoadas com ou sem descargas eléctricas, tornados) podem ser acompanhados de granizo intenso ou de cheias repentinas. As tempestades de Inverno, com  fortes ventos e neves ou chuvas persistentes, podem contribuir também para o surgimento de avalanches em certas encostas da montanha e a fortes escoamentos ou enchentes durante a temporada do degelo.
Cortesia de cienciahoje
Alguns Institutos Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais e centros especializados ocupam-se em investigar fenómenos geofísicos perigosos, como explosões vulcânicas (cinzas transportadas pelo ar) os maremotos (tsunamis), substâncias perigosas em suspensão (substâncias biológicas ou químicas), ou episódios de contaminação urbana aguda.

Cortesia de cienciapt
SecasA causa principal das secas é a falta de chuva. A seca é um fenómeno diferente dos demais, já que se desenrola lentamente, às vezes durante anos, e a sua aparição pode estar mascarada por vários factores. As  secas podem ser devastadoras. Os reservatórios de água esgotam-se, os cultivos não se desenvolvem, os animais morrem, e a má nutrição e a saúde débil extendem-se por todo o lado. O caos.

Cortesia de natancabral
Contaminação do ar
Os contaminantes consistem geralmente em partículas e gases nocivos procedentes da indústria, dos automóveis e das actividades humanas. Fumos e nuvens de poeira são uma das consequências dos incêndios de florestas ou de vegetação, da limpeza e queima de bosques, do corte de árvores para o cultivo, ou de explosões vulcânicas em condições atmosféricas estáveis. O fumo, as nuvens de poeira e a contaminação têm implicações graves para a saúde humana e, de facto, a população local pode ser obrigada a usar máscaras. Reduzem a visibilidadepodem perturbar o tráfego aéreo e rodoviário. O nevoeiro, a chuva ácida, o buraco de ozono e um aumento adverso das características de Inverno podem ocasionar a contaminação do ar. As condições atmosféricas estáveis fomentam frequentemente a concentração dos contaminantes. O Programa de Investigação da Atmosfera e o Meio Ambiente da OMM administra o programa de Vigilância da Atmosfera Global, que recolhe observacões sobre os contaminantes atmosféricos.

Cortesia de iplay
Os gafanhotos do deserto
Os gafanhotos do desero originam danos em terras de África, Médio-Oriente, Ásia e no sul da Europa. Quando as condições meteorológicas e ecológicas favorecem o acasalamento, os insectos vêm-se constrangidos a ocupar um espaço muito pequeno. Nesse momento deixam de actuar como um só e começam a comportar-se como um grupo. Em poucos meses formam enxames enormes que voam a favor do vento em busca de alimento. Os enxames pod que 10 elefantes, 25 camelos ou 2500 pessoas. Os gafanhotos põem em perigo a vida de milhares de agricultores. As pragas de gafanhotos que sobrevivem durante o período de seca ou no seu final podem causar desastres ecológicos ainda maiores, como sucedeu em 2005 em vários países do Saará. O Serviço Mundial de Informação Agrometeorológica (WAMIS), patrocinado pela OMM, informa sobre o estado do tempo e as pragas de gafanhotos, com informação meteorológica de utilidade para a vigilância e o controlo dos gafanhotos do deserto.

Cortesia de prociv
Cheias e enchentes repentinas
As cheias podem acontecer num qualquer local após uma quantidade de precipitação intensa. Todas as planícies inundáveis são vulneráveis, e as tempestades intensas podem originar inundações repentinas em qualquer parte do mundo. Podem surgir cheias repentinas após um período de seca, quando chuvas intensas inundam terrenos muito secos e endurecidos que a água não pode infiltrar-se. As inundações adoptam múltiplas variantes, desde as pequenas cheias repentinas até às inundações que cobrem extensas áreas de terra. Podem ter a sua origem em trovoadas muito fortes e violentas, tornados, ciclones tropicais ou extratropicais, monções, obstruções de gelo ou neve fundida. Nas áreas costeiras, as marés de tempestade causadas por ciclones tropicales, tsunamis ou ríos inundados por efeito de marés excepcionalmente altas podem também causar inundações. Os diques podem romper-se. A ruptura de barragens ou as operações bruscas de regulação do fluxo também podem causar cheias catastróficas.  Estes acontecimentos põem em perigo a vida humana e os bens em toda a parte do mundo. No último decénio do século XX foram afectados por cheias e inundações cerca de 1500 milhões de pessoas.
Cortesia de ecodebate
Outros perigos naturais:
  • Ciclones tropicais;
  • Deslizamentos de terra ou de lama;
  • Avalanches;
  • Tempestades de areia;
  • Temperaturas extremas;
  • Trovoadas;
  • Descargas eléctricas;
  • Tornados;
  • Tempestades de granizo;
  • Incêndios florestais;
  • Chuva ou neve intensas;
  • Ventos fortes;
  • Ondas de calor.

Cortesia do IM, IP

Comemoração do 64º Aniversário do Serviço Meteorológico Nacional, dia 6 de Outubro de 2010, às 14h 30min, no Auditório do IM, com uma palestra subordinado ao tema «O Risco de Desastres Naturais em Portugal». 

Cortesia da OMM/JDACT

Astor Piazzolla: Passou para a História como o criador do «Novo Tango» ao mudar-lhe a forma de expressão. Um génio, que incorporou elementos do jazz e da música clássica ao tango argentino

(1921-1992)
Mar del Plata, Argentina
Cortesia de musicasc

http://www.youtube.com/watch?v=a_ZKCAeMQuc

http://www.youtube.com/watch?v=VvEkpJl2aM4








JDACT

A Fortaleza de Mourão: Na cintura envolvente da vila edificou-se um conjunto de atalaias nos pontos mais elevados. Como ex-libris do concelho, revela não só um grande potencial para uma intervenção de índole cultural, patrimonial e urbanística

Cortesia da CMMourão

Conquistada aos mouros, entrou no poder da coroa portuguesa em 1271-73 como dote de casamento de D. Beatriz de Gusmão com D. Afonso III. O filho deste, D. Dinis, confirmou a carta de foral em 1296 e, em 1298, promoveu uma acção de beneficiação do Castelo. Em 1343, D. Afonso IV procedeu ao levantamento da torre de menagem, com cerca de 20 metros.

A fortaleza de Mourão sofreu pois significativas alterações introduzidas pelas várias reconstruções, resultantes das vicissitudes políticas e militares operadas em Portugal ao longo do tempo. Revela actualmente marcas inegáveis dos períodos em que foi alvo de grandes intervenções, sobressaindo as operadas no reinado de D. Manuel I e no período das guerras da Restauração. Daí que elementos góticos e manuelinos coexistam com inovações introduzidas pelos engenheiros militares dos séculos XVII e XVIII. Projectando um recorte de grande impacto visual e beleza cénica, a praça militar de Mourão apresenta actualmente um pano amuralhado reforçado por torres quadradas e entrecortadas por cinco portas militares.

Cortesia da CMMourão
Para protecção da fortaleza e para os moradores poderem cultivar as suas terras na cintura envolvente da vila, edificou-se um conjunto de atalaias nos pontos mais elevados. Estes constituíam postos avançados de sentinelas, com o intuito não só de controlar o movimento das tropas inimigas, mas também de alertar as forças estacionadas na praça forte de modo a que estas accionassem as estratégias defensivas da vila.

Com o evoluir dos tempos, dos homens e da forma como se faz a guerra, os actuais e poderosos sistemas defensivos, bem visíveis no castelo de Mourão, foram perdendo o seu propósito estratégico/militar. Hoje, o castelo remete para um passado de memórias evocativo de conquistas e reconquistas. No entanto, como ex-libris do concelho, revela não só um grande potencial para uma intervenção de índole cultural, patrimonial e urbanística, mas também detém uma beleza cénica que importa preservar e valorizar.
 
Cortesia de sugestoesdamagie
A opinião do IGESPAR:
«No século XIII, Mourão foi disputado entre os reinos de Portugal e de Leão, um pouco à semelhança do que, por essa mesma altura, acontecia com a linha fronteiriça do rio Côa. É assim que possuímos duas distintas doações da localidade: a primeira data de 1226 e refere-se à carta de foral passada por D. Gonçalo Viegas, prior da Ordem do Hospital; a segunda ocorreu na década de 80, por intermédio do monarca Sancho IV, que a doou a uma de suas barregãs - D. Teresa Gil de Riba Vizela.
Com a assinatura do Tratado de Alcanices, Mourão passou definitivamente para a posse de Portugal, tendo D. Dinis confirmado a pertença da localidade a D. Teresa de Riba Vizela. Anos depois, em 1313, o mesmo monarca doou a vila a D. Raimundo de Cardona e sua mulher, D. Beatriz, com a condição expressa de não construírem qualquer fortaleza, sintoma de que as estruturas defensivas senhoriais ameaçavam a segurança do rei e do seu teórico domínio sobre a totalidade do reino.

Cortesia da BMPortalegre
O actual castelo foi começado a construir no reinado de D. Afonso IV, sendo responsável pelos trabalhos Mestre João Afonso, conforme atesta a inscrição junto da porta principal: «ERA DE MIL CCC OITENTA E I ANOS PRIMO DIA DE MARÇO DOM AFONSO O QUARTO REI DE PORTUGAL MANDOU COMEÇAR E FAZER ESTE CASTELO DE MOURÃO E O MESTRE QUE O FAZIA HAVIA NOME JOÃO AFONSO (...)». O recinto é de planta trapezoidal algo irregular, defendido por torreões comunicantes por adarve. A porta principal rasga-se do lado ocidental e é protegida por duas torres quadrangulares, como foi usual nos projectos militares góticos. No interior, destacam-se as casas do antigo alcaide, localizadas na vertente setentrional e adossadas à muralha.

Cortesia da BMPortalegre
Na primeira metade do século XVI, o conjunto foi intervencionado por dois importantes arquitectos régios, os irmãos Francisco e Diogo de Arruda. Será da sua responsabilidade a barbacã e o fosso que envolviam parte do castelo trecentista, sendo-lhes ainda atribuídas numerosas obras de actualização e de reforço, documentadas pelos desenhos de Duarte d'Armas.

Cortesia da BMPortalegre
A derradeira fase de obras no castelo ocorreu imediatamente após a proclamação da independência de 1640. A posição fronteiriça de Mourão determinou a reforma do seu dispositivo defensivo, com trabalhos a cargo de Nicolau de Langres e Pierre de Saint-Colombe. O projecto seguido, que obedeceu às concepções de Vaubin, dotou o velho castelo medieval de uma dupla cintura de muralhas, adaptadas ao tiro horizontal da guerra de Seiscentos, com revelins pontiagudos e outros espaços defensivos de planta tendencialmente estrelada». In IGESPAR, PAF

Cortesia de brolhares
 
Cortesia da CMMourão/IGESPAR/BibliotecaCMPortalegre/JDACT

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Pelourinho de Assequins. Águeda: Este monumento, embora sucessivamente truncado, encontrava-se até finais do século XX junto a um chafariz público, nas proximidades dos antigos Paços do Concelho. Assequins terá sido concelho medieval de importância considerável, que incluía parte dos arrabaldes da actual cidade

Cortesia da CMÁgueda

O Pelourinho de Assequins situa-se em Águeda, Portugal, e consta que teria dois degraus e era rematado por uma pequena bandeira de ferro. Resta apenas o fuste redondo e não octogonal como vem mencionado no «Património Classificado» do IPPAR, que acrescenta «plinto paralelepipédico e capitel decorado com o escudo nacional». O que resta do pelourinho esteve junto a um chafariz na bifurcação da estrada para Gisteira. Em 1950 já se encontrava sem capitel.
O pelourinho está classificado pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público segundo o Decreto N.º 23122 de 11-10-1933.

Segundo Alexandre Herculano e Teófilo Braga, os pelourinhos tiveram origem na columna moenia romana que distinguia com certos privilégios, as cidades que os possuiam. Os pelourinhos normalmente são constituídos por uma base sobre a qual assenta uma coluna ou fuste e terminam por um capitel. Nalguns pelourinhos, em vez da base construída pelo homem, eram aproveitados afloramentos naturais.


Consoante o remate do pelourinho, estes podem classificar-se em:
  • Pelourinhos de gaiola;
  • Pelourinhos de roca;
  • Pelourinhos de pinha;
  • Pelourinhos de coluço (gaiola fechada);
  • Pelourinhos de tabuleiro (gaiola com colunelos);
  • Pelourinhos de chaparasa;
  • Pelorinho de coruchéu;
  • Pelourinhos de bola;
  • Pelourinhos tipo bragançano;
  • Pelourinhos extravagantes (de características invulgares).
Segundo a opinião do IGESPAR:

«Assequins, hoje um localidade do Concelho de Águeda, terá sido concelho medieval de importância considerável, que incluía parte dos arrabaldes da actual cidade. A primeira referência a este antiquíssimo território data de 1050, e consta da relação de propriedades rústicas que o prócere Gonçalo Viegas e D. Châmoa fizeram em 1050, destinada a deduzir direitos sobre um extenso conjunto de terras. Não é conhecido foral próprio a Assequins, embora o Livro dos Actos da Câmara da então vila mencione que este datava de 1514 (E. B. de Ataíde MALAFAIA, 1997, p. 453). Seja como for, foi levantado pelourinho em data incerta, mas provavelmente não muito distante do ano acima citado.

Cortesia da CMÁgueda
Este monumento, embora sucessivamente truncado, encontrava-se até finais do século XX junto a um chafariz público, nas proximidades dos antigos Paços do Concelho, no cruzamento da Rua do Cabo com a estrada para Giesteira. O soco poderá ter desaparecido em 1930, quando o chafariz sofreu obras de reconstrução por iniciativa camarária. O capitel era dado como desaparecido em finais da década de 50, e o fuste foi finalmente derrubado c. 1993, quando foi recolhido e guardado pela Junta de Freguesia local. A base ficou no local, a servir de degrau do chafariz, ainda durante alguns anos, até ter sido identificada e recolhida pela Câmara Municipal, em 1999. O capitel esteve, com conhecimento da autarquia, na posse de um particular desde meados dos anos 60, e foi recentemente recolhido pela Junta.
As peças existentes não foram ainda reunidas, já que a sua posse se divide entre a Junta de Freguesia e a Câmara. Na Junta estão, como foi dito antes, a coluna e o capitel, e na Câmara a base. A coluna é de fuste liso, cilíndrico, com cerca de dois metros de altura e com ligeira entasis, e o capitel, que é igualmente o remate do pelourinho, é composto por um bloco prismático, decorado com o escudo nacional numa das faces, e rematado por uma peça cúbica mais pequena. A base resume-se a um plinto paralelepipédico». In IGESPAR, SML

Cortesia da CMÁgueda/IGESPAR/JDACT

Maria Manuel Cid: A Poetisa da Chamusca. A Querida «Mimela» de voz terna e afável. Quando morrer rosas brancas para mim ninguém as corte, se não as tive na vida, para que as quero na morte?

Cortesia de antonioteles

O melhor de todos nós

O teu calção d'oiro antigo
No teu corpito, forcado,
Lembra a seara do trigo
Antes do pão ser cortado...

A jaqueta de ramagem
Onde sonhando antevejo
Toda a cor, toda a imagem
Dos campos do Ribatejo...

Por ser poeta vos tenho
Como pendão duma raça,
Por isso vos acompanho
Quando toureiam na praça...

Sois de mim o que não posso
Ser por mim sem vós o ser,
Sois a vida que remoço
Na vida que vais viver...

A coragem que se atreve
A sustentar a raiz,
A força que pode e deve
Renovar o meu País...

Sois heróis sem fazer guerra,
Sois antes e sois após,
Sois enfim da nossa terra
O melhor de todos nós...

 
Maria Manuel Cid
 
Talvez que eu parta chorando
( ... )
Na voz de quem me cantou...
 
Cortesia de Poemas, Obra Completa de Maria Manuel Cid, Autoria de Maria Manuel Cid, MG Editores, Edição de Maio de 1999, ISBN 972-8471-19-X. Obra adquirida em 1 de Junho de 2000.

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