Restauração
«(…)
Do nascimento de dona Maria só se conhece a data: 30 de Abril de 1.644. Criada
em casa do secretário de Estado António Cavide, ingressa a 25 de Março de 1650
no Convento de Santa Teresa de Carnide, com o objectivo de receber as
instruções da madre Micaela Margarida de Santa Ana, também ela filha ilegítima
(e nunca legitimada) do imperador Matias da Alemanha. A paternidade é
claramente escondida, sendo conhecida apenas numa esfera muito restrita. É
reconhecida por João IV no seu testamento, de 2 de Novembro de 1656, sendo que
o pai nunca antes a vira ou lhe escrevera, como atesta na carta que já
moribundo envia à filha, datada de 4 de Novembro de 1656. No seu testamento,
João IV faz-lhe várias doações, que são imediatamente confirmadas por Afonso
VI, por decreto de 18 de Novembro de 1656, em que usa já a fórmula E pela boa
vontade, que tenho a dona Maria minha muito amada, e prezada irmã. Assim,
podemos datar de 1656 o nascimento» de uma nova tnfanta de Portugal, com 12
anos de idade, reconhecida como filha e irmã de rei, estatuto que lhe valerá várias
honras régias e eclesiásticas, que saberá sempre utilízar ao longo da sua vida.
A
relação de dona Maria com os irmãos é bastante próxima, sobretudo com a irmã
rainha de Inglaterra, dona Catarina, que chega a enviar-lhe uma menina para
criar junto de si no convento, sendo inúmeras as missivas trocadas que revelam
grande estima e carinho.
Mas
da mãe, de dona Maria de São João Baptista, sabe-se apenas que ficou o resto da
vida no convento, recebendo uma mesada do rei para as suas despesas.
António
Caetano de Sousa refere que dona Maria nasceu a 31 de Abril; no entanto,
considerando que Abril só tem 30 dias, assumimos o último dia do mês para o seu
nascimento». In Paula Lourenço (coord), Ana Cristina Pereira, Joana Troni, Amantes
dos Reis de Portugal, 2008, Esfera dos Livros, Lisboa, 2011, ISBN
978-989-626-136-8.
Cortesia ELivros/JDACT
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