domingo, 20 de novembro de 2011

Safo, a poetisa de Lesbos. «”Vieste, e fizeste bem. Eu esperava, queimando de amor; tu me trazes a paz”. Por meio de uma linguagem pessoal, confere sentimento profundo aos versos e consegue expressar uma forte individualidade através da grande força do amor»

Cortesia de wikipedia

Perante a cólera nada é mais conveniente do que o silêncio”.

«Poeta grega nascida em Lesbos, ilha do mar Egeu situada diante da costa da Anatólia, famosa pelas declamações de seus poemas, em reuniões sociais de mulheres de boa família, costume comum nessa ilha grega. Acredita-se ter sido casada com Cercolas, próspero habitante da ilha de Andros. É provável que, segundo afirmam várias crónicas, tenha sido banida com outros aristocratas e vivido algum tempo na Sicília, mas a maior parte de sua vida, passou em Mitilene, Lesbos, onde morreu.
Safo foi uma poetisa da Grécia antiga, da cidade de Mitilene na ilha de Lesbos, que era um centro cultural no Século VII a.C.. Ela nasceu algures entre 630 a.C. e 612 a.C.. Dizia-se que era pequena e escura.

Líder de uma das sociedades informais que reunia senhoras que se entretinham sobretudo com a composição e a declamação de poemas, atraiu grande número de admiradores, e foi considerada a mais hábil em criar uma relação íntima e pessoal com o leitor. Comparada a Alceu e Arquíloco, sua obra aludiu muito raramente aos distúrbios políticos, frequentemente mencionados nos versos de seu contemporâneo Alceu. Escrevia em linguagem simples, de forma concisa e directa, sobre assuntos pessoais: os amores, ciúmes e rivalidades que surgiam entre as mulheres com quem se reunia, e as relações com seu irmão Charaxus.

Cortesia de wikipedia

Reflexiva, discorria com tranquilidade sobre os próprios êxtases e sofrimentos, sem que isso reduzisse o impacto emocional dos poemas. Não se sabe como seus poemas circularam entre seus contemporâneos e nos três ou quatro séculos que se seguiram.
No século III a. C. os eruditos alexandrinos reuniram sua obra em dez livros, mas essa edição não sobreviveu ao início da Idade Média. De sua obra conservam-se apenas fragmentos e um único poema completo, recolhidos em obras de outros autores e em papiros egípcios.
Numa primeira observação, pode-se notar na obra de Rosas um mitológico desfile de figuras pagãs como o belo grego Adónis ao lado de Narciso, seguidos do mito, já cristão, de Salomé. Como título de um poema, Rosas questiona “Vénus ou Safo?”. Interessante, tanto mais que, noutro poema, a latina Vénus dá lugar à sua versão grega Afrodite. Percebe-se, assim, que Safo está presente, emprestando o seu nome, ou “suas Lésbias”, ou seu modelo lírico, ou sua ousadia a poetas de todos os tempos. Celebrada por Platão “Safo, a bela”, imitada por Catulo, a poeta empresta suas personagens e seu jeito de se referir a elas a poetas como Cruz e Sousa “Lésbia nervosa, fascinante e doente, / Cruel e demoníaca serpente / Das flamejantes atracções do gozo.” Almeida Garret traduz “Quantos me podem saciar, ó Lésbia, / Suaves beijos teus saber desejas?”. Péricles Eugénio da Silva Ramos “Vamos viver e amar-nos, minha Lésbia”. Aires de Gouveia “Do amor, minha Lésbia, / vivamos...”, entre outros.

Cortesia de wikipedia

  • Basta-me ver-te e ficam mudos os meus lábios, ata-se a minha língua, um fogo subtil corre sob a minha pele, tudo escurece ante o meu olhar, zunem-me os ouvidos, escorre por mim o suor, acometem-me tremores e fico mais pálida que a palha; dir-se-ia que estou morta”.
In Frederico Lourenço, Poesia grega: de Álcman a Teócrito, Lisboa, Livros Cotovia e Frederico Lourenço, 2006.

Aconselho a leitura de "A Rocha Branca", de Fernando Campos (JDACT)
Cortesia de Wikipedia/Livros Cotovia/JDACT